sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quem tem a Mônica n°1?

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Todo colecionador de gibis sabe do valor que uma edição número um tem em sua coleção. Não ter o nº 2 ou o nº 151, por exemplo, nem de longe causa a angústia de olhar sua pilha de gibis, toda arrumadinha, e saber que ali não está aquele famigerado nº 1!
Ah! Os números um... Todos querem tê-los. E pensar que um dia eles estiveram ali, jogados nas bancas, ao alcance de qualquer um que possuísse uns míseros trocados... Qual colecionador que nunca quis voltar numa máquina do tempo e rapelar das bancas todas aquelas hoje relíquias e, talvez, encher os bolsos apenas vendendo no presente uns Mickeys... uns Pato Donalds... umas Mônicas...?
As primeiras edições da turma, lançadas pela Editora Abril, são hoje verdadeiras raridades, sonhos de consumo. E para serem conseguidas agora, é preciso paciência e persistência na garimpagem de sebos e sites, sem falar de uma boa dose de sorte e, claro, de uma bela graninha disponível.

Vejamos o caso da 'verdadeira' Mônica nº 1, da Abril. A revista foi lançada em maio de 1970 com uma tiragem de 200 mil exemplares. Ou seja: gigantesca, mesmo para a época, em que Tio Patinhas era a publicação, de qualquer gênero, de maior tiragem do Brasil. Ainda assim, tornou-se uma raridade.

Ok. Sabemos que no Brasil um gibi nunca chega a valores estratosféricos, como aqueles obtidos por algumas edições americanas em leilões. Mas aí já é uma questão de diferença de poder aquisitivo, de sinais de status, de cultura. Ainda assim, é conhecido o episódio em que um sujeito deu seu fusca em troca de um mega-ultra-raro exemplar de O Pato Donald nº 1! É verdade! Foi notícia nos jornais da época.

Também deve ser dito que um gibi não é raro simplesmente por ser antigo ou por ser escasso. Obviamente também funciona aqui a lei da oferta e procura. Inclusive - e sobretudo - para a determinação de seu preço.
Mas voltemos à Mônica.

Parece-nos que até as reproduções da edição nº 1 de Mônica estão cada vez mais disputadas e difíceis de serem encontradas, ainda que por motivos diferentes.

A primeira vez que o gibi foi replicado foi em Mônica nº 120, em abr/80, no verso da edição comemorativa de 10 anos da revista. Na época, o gibi ainda tinha 68 páginas e lombada canoa (com grampos). Pois o nº 120, pela primeira vez, foi uma edição de lombada quadrada, com 132 páginas. A reprodução, no entanto, restringiu-se às HQs, já que suprimia as propagandas originais do nº 1. Esta edição tornou-se rara seja pelo aspecto de ser colecionável (colecionadores adoram edições históricas, edições de números redondos, como '100', '200'...) ou, pelo lado inverso, por ser uma revista que passou pelas mãos de muitas crianças e, bem... vocês sabem!

Em 2002, a Editora Globo lançou um fac-simile especial, no mesmo formato do original, reeditando inclusive as propagandas da época. As diferenças em relação à verdadeira nº 1 praticamente se resumiram ao uso de lombada quadrada e de capa cartonada. A edição foi vendida em livrarias. Ou seja, foi tratada como 'livro', sem ter necessariamente um prazo para ser recolhida. Mas a mudança de editora da Turma determinou que saísse de catálogo, claro.

Por fim, veio a nº 1 dentro Coleção Histórica, em set/2007, já pela Panini. Esta reprodução substituiu as páginas das propagandas originais pelos textos cheios de curiosidades de Paulo Back. E, apesar de tão recente, também se tornou rara. As explicações, aqui, são outras: primeiro, que as caixas de papelão que acondicionavam a coleção se amarrotavam facilmente, ficando imprestáveis para redistribuição. Segundo, porque ainda é cedo para que aqueles que compraram a caixa queiram se desfazer delas. De qualquer maneira, dificilmente um colecionador conseguirá, no futuro, uma edição impecável da Coleção nº 1 devidamente acompanhada de sua bela caixinha. Como já dissemos aqui, é o raro e típico exemplo da edição 'quem tem, tem'!

http://planetagibi.blogspot.com/2009/05/monica-e-suas-numero-1.html

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