sábado, 10 de fevereiro de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.231 - Magali: HQ "Sem irmãozinhos..."

Capa de 'Magali Nº 122' (Ed. Globo, 1994)

Em fevereiro de 1994, há exatos 30 anos, era lançada a história "Sem irmãozinhos..." em que a Magali deseja ter um irmãozinho para brincar com ela e o Cebolinha vende a sua irmã Maria Cebolinha para ela. Com 11 páginas, foi história de abertura publicada em 'Magali Nº 122' (Ed. Globo, 1994).

Magali vê o Cebolinha com sua irmã Maria Cebolinha e vai correndo para casa. Ela come todos os sanduíches do lanche e pergunta para os pais por que não arranjam um irmãozinho. Seu Carlito responde que têm medo de nascer comilão como ela. Dona Lili tenta consertar que no momento seria difícil sustentar mais um. Magali chora por que queria um irmãozinho para brincar e Seu Carlito fala que por enquanto é para brincar com os amiguinhos mesmo.

Magali diz que se eles não querem arrumar um irmãozinho, ela mesma arruma, mas não sabe como. Ela vê de novo o Cebolinha com a irmã e comenta que deve ser legal ter uma irmãzinha. Cebolinha não acha, só serve para chorarar e chatear. Magali diz que para ela, é uma gracinha e daria tudo para ter uma irmã como ela. Cebolinha, então, propõe vender a Mariazinha por cem Cruzeiros Reais. Magali fala que só tem dez e mais dois chocolates. Cebolinha aceita, vende a irmã e diz que o carrinho vai de brinde.

Magali fica feliz com a Mariazinha como irmã dela, acha que são parecidas e conta para Mônica que a comprou para se divertirem. Mônica diz que é contra a lei comprar bebês e Magali nem liga, acha que Mônica tem inveja por não ter irmão, aí vai para casa e no caminho resolve chamar a Maria Cebolinha de Shirlei.

Em casa, Magali brinca de maquiar a Mariazinha, Dona Lili vê, se assusta e pergunta quem é aquela menina. Magali diz que é sua irmã, eles não quiseram dar um irmãozinho e ela arrumou uma comprando do Cebolinha. Dona Lili manda devolvê-la e Magali não aceita porque pagou dez Cruzeiros Reais e dois chocolates.

Enquanto isso na casa do Cebolinha os pais dele também se assustam o filho vender a irmã por tão pouco. Cebolinha acha uma maravilha agora não ter mais berreiro, nem fraldas para trocar, nem levar para passear. Seu Cebola ordena que o filho vai buscar a Mariazinha de volta, Cebolinha diz que não sabe se a Magali vai deixar porque agora é dela e os pais vão até lá buscá-la. Magali não aceita devolver, agora é irmãzinha dela. Seu Carlito ameaça dar surra nela e Dona Lili diz que tem um plano para dar um jeito de convencer a filha a devolver. 

Dona Lili avisa que pode ficar com a "irmãzinha" e para comemorar dá uma papinha para Mariazinha e Magali fica babando  porque não foi para ela. Em seguida vai fazer um suco, Magali pensa que é para ela e Dona Lili diz que é para Mariazinha, que precisa se alimentar bem por estar em fase de crescimento. Depois, faz um mingau e pede para Magali dar para o nenê enquanto ela prepara a janta. Na distração da mãe, Magali tenta comer o mingau, Dona Lili a flagra e fala para Magali que agora ela tem uma irmãzinha, tem que ser menos gulosa e aprender a dividir tudo com ela porque agora são duas para alimentar e eles não são ricos e então, nada de exageros.

Magali diz para mãe que acha melhor devolver a Mariazinha. Dona Lili fala que adorou a garotinha. Magali fala que ela tem família, que podem estar com saudade e Dona Lili aceita, se eles a quiserem de volta. Assim, Mariazinha é devolvida, fazendo a alegria dos pais dela, Magali avisa ao Cebolinha que está lhe devendo dois chocolates e o dinheiro. Depois, Magali fala para os pais que não tem pressa de dar um irmãozinho para ela, vai na rua e vê o Dudu recusando comida que a mãe, Dona Cecília, oferecia. No final, Magali pergunta se ele quer seu irmãozinho.

História legal em que a Magali queria um irmão para brincar, Cebolinha vende a sua irmã para ela sem consentimento dos pais e fica a briga para devolver a Maria Cebolinha. A mãe da Magali usa psicologia fazendo a Maria Cebolinha comer no lugar da Magali, que se arrepende e manda devolver à família dela, só que volta a ter desejo de ter um irmão quando vê o Dudu recusando comida que a mãe oferecia. 

Cebolinha não gostava de passear com a Maria Cebolinha, achava chata e não queria ter trabalho e foi capaz de vender a própria irmã, não só vendeu, mas também foi por tão pouco, o que foi pior ainda. Mesmo se fosse por cem Cruzeiros Reais, o que ele propôs inicialmente, seria mixaria também. Na verdade, por nenhum preço poderia ser vendida, foi bem cruel só para se livrar da irmã. Vimos que a Magali não aprendeu lição no final, bastou encontrar alguém que não come que voltou a ideia de ter um irmãozinho. Na visão dela, já que o Dudu não come, não precisaria dividir comida com ele e e não daria prejuízo aos pais.

Foi legal a Maria Cebolinha gostar de ficar com a Magali, não ter chorado nem quando a Magali a maquiou. Engraçado também a tirada do Seu Carlito de não ter outro filho com medo de ser comilão como a Magali e Dona Lili tentar contornar sem sucesso, Cebolinha achar natural e bom vender irmã por 2 chocolates e 10 Cruzeiros Reais e Magali querer comer as comidas que eram da Mariazinha.

Como maioria dos personagens não tinham irmãos,  gostavam de criar histórias com eles com conflitos com os pais para terem um irmãozinho, eram boas histórias assim. A partir de 1994 passaram a colocar o Cebolinha com mais frequência nas revistas da Magali, seja a confrontando ou criando planos infalíveis contra a Magali, sendo um vilãozinho e rival dela. Antes ele aparecia, mas normalmente junto com a turma e sem rivalidade e Magali contracenava mais só com a Mônica. O que não teve muito foi só o Cascão contracenando com a Magali, foram poucas vezes.

A moeda Cruzeiros Reais já foi atualizada na história, parece que foi a primeira história que a moeda vigente no Brasil até então foi citada. Essa história é incorreta hoje em dia pelo tema de Cebolinha vender a própria irmã para a Magali por ser ilegal e ele nem se arrepender por isso e nem gostar da volta da irmã no final, errado também Magali comer vários sanduíches de uma vez só, maquiagem em bebê, as mães aparecerem de avental para não dar ideia que elas são donas-de-casa sobretudo a Dona Cebola assim de avental na casa da Magali.

Os traços muito bons, típico dos anos 1990. As cores já estavam mais fortes em 1994, tirando de vez os tons pasteis que prevaleceram desde o início da Globo, isso não gostei. A Dona Lili apareceu sem batom em 2 quadrinhos nas 2 primeiras páginas da história, mas acredito que foi proposital para dar humor na cena e, então, não foi erro nesse caso. A capa da revista foi uma piadinha como de costume da época, mas sem querer acabou tendo o tema de bebê da história de abertura. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos. 

Créditos - Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/02/magali-hq-sem-irmaozinhos.html

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