segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Revistas/Quadrinhos : As HQs de Natal no Brasil!

 Durante décadas, eles eram aguardados com ansiedade pelos fãs de quadrinhos. Mas hoje, poucos e resumidos a um limitado universo de personagens, os gibis especiais de Natal são apenas sobreviventes de uma era de ouro.

Desde os primórdios das revistas em quadrinhos no Brasil, sempre foram comuns as edições especiais natalinas dos títulos que circulavam nas bancas.
A partir dos anos de 1930, pipocavam os especiais de fim de ano de publicações como GibiMirim e Globo Juvenil, da Rio GráficaSuperman, Tarzan, O Herói e Reis do Faroeste, da EbalO Guri, da editora O Cruzeiro. Não importava o gênero, lá estavam eles, em dezembro, às vezes maiores e com mais páginas do que o normal, à espera de seus ávidos leitores.
 A Edição de Natal do Gibi foi um bom exemplo disso. Em 1946, apresentou, nas suas 260 páginas, uma miscelânea de fazer a alegria de qualquer fã: Trinca do Terror, Capitão Marvel Jr., Tereré, Namor, Super-Homem, Tocha-Humana, Sherlock Mirim, Heróis Unidos (aventura reunindo Capitão América, Bucky, Miss América, Ciclone, Namor, Tocha-Humana e Centelha) e vários outros.

“Muitas vezes, quem não podia ter mensalmente seu gibi favorito, economizava uma parte da mesada para comprar um ou dois desses especiais, que eram guardados como tesouros”, afirma Toni Rodrigues, roteirista da extinta HQ Mestres do Terror e um colecionador contumaz de revistas em quadrinhos.
Dezembro era mês de muita expectativa. Esperava-se as edições natalinas como o Vida Infantil, com Lourolino & Remendado, ou o Almanaque O Globo Juvenil, que combinava aventuras em preto e branco e coloridas.
 Embora essas edições tivessem capas alusivas ao Natal, não era sempre que continham aventuras natalinas. Foi no início dos anos 1960 que começaram a surgir, com mais intensidade, os especiais compilando exclusivamente histórias desse gênero.

A grande variedade de gibis infantis disponíveis no mercado brasileiro contribuía para isso. BrasinhaPimentinhaRecruta ZeroRiquinho e diversos outros ganhavam seus especiais com muita frequência. “Eu adorava os gibis de natal de Tom & Jerry que a Ebal lançava todo fim de ano. Inclusive, a revista mensal estrelada pela dupla chamava-se Papai Noel“, disse o veterano quadrinhista e escritor Primaggio Mantovi, que nos anos 1970 foi coordenador do Centro de Criação do Grupo de Publicações Infantojuvenis da Editora Abril.
Dessa época, o Almanaque Infantil Feliz Natal merece destaque. Publicada pela RGE, a revista tinha mais de 80 páginas coloridas e um apuro gráfico que incluía capa cartonada e envernizada. Em suas páginas era possível encontrar personagens dos mais diferentes universos, como Recruta Zero, Brucutu, Bolota e vários outros.
 Luluzinha e Bolinha, Riquinho, Pimentinha e os mais variados personagens infantis protagonizaram, durante anos, seus próprios especiais natalinos. Todos esperados pelos fãs com a mesma certeza de que o fim do ano chegaria.
Um dos mais assíduos em edições natalinas eram os personagens da Hanna-Barbera, nas editoras O CruzeiroRGE e Abril.
Os almanaques
Os anos 1970 deram início a duas publicações que permaneceram por muito tempo comparecendo às bancas em dezembro.
A primeira foi o Almanaque de Natal da Mônica, da Abril, que apresentava republicações e, eventualmente, alguma história inédita. O título seguiu até 1986, sendo interrompido quando Mauricio de Sousa e seus personagens se transferiram para a Editora Globo. Somente em 1995 a Turminha voltou a estrelar um gibi com o tema, o Mônica Especial de Natal.
Outra campeã de permanência nas bancas foi a revista Natal Disney de Ouro, com aventuras inéditas ou reeditadas. Estreou em 1979 e seu último suspiro aconteceu em 1998. Muitas vezes, as edições apresentavam as tradicionais histórias natalinas que Carl Barks produziu, durantes anos, com Tio Patinhas, Donald e os sobrinhos.
 Também da Disney, o Grande Almanaque de Natal marcou época. Em formato maior, com capa cartonada e centenas de páginas com histórias e passatempos, o título na verdade se alternava com o tema Férias e teve apenas cinco edições, entre 1985 e 1989.

Disney Especial, um dos títulos mais tradicionais dos quadrinhos brasileiros, também emprestou suas páginas ao Natal em algumas edições. A última vez foi em 2001, no segundo número da segunda série (que foi cancelada no começo de 2004).
Primaggio Mantovi, que já criou histórias natalinas do Recruta Zero (para a RGE, na década de 1960) e de vários personagens Disney nos anos seguintes, revela uma curiosidade: “Nos quadrinhos havia sempre árvores de Natal da altura do teto. Para enfeitá-las, o personagem precisava de uma escada. Uma das maiores satisfações que tive, depois de adulto, foi justamente armar uma como aquelas.”
 Natal macabro
Não só os quadrinhos infantis entraram no clima de Natal. Outros gêneros de HQ já produziram histórias nada aconselháveis a estômagos mais sensíveis.
Assim foi no gibi Calafrio # 49 (D-Art Editora, 1992), que apresentou a tétrica O homem que queria matar o Natal. A história ia de encontro a tudo que se estava acostumado a ver em matéria de quadrinhos natalinos.
Na edição especial Lobo versus Papai Noel (Metal Pesado, 1996), o último czarniano simplesmente matou o bom velhinho. E o mais pitoresco disso tudo é que o assassinato foi encomendado pelo… Coelhinho da Páscoa.
Em Spawn # 38 (Abril, 1998), a Cria do Inferno estrelou o assustador Um conto de Natal, no qual ela até pratica algumas veladas boas ações para dois garotos, mas não sem antes fazer jorrar o sangue de alguns infelizes ladrões.
Vertigo Inverno, publicado pela Opera Graphica, também apresentou histórias de terror e fantasia cujo cenário era o gelado Natal dos Estados Unidos. Com muito susto, sangue e morte.
Sangue também não faltou em Kris klaus – Papai Noel Casca-Grossa, lançado em dezembro de 2015. A HQ de Maurício Muniz e Joel Lobo mostrou o bom velhinho, violento em nível máximo, às turras com hordas de vampiros, numa aventura cheia de violência e humor negro.
 E não se pode esquecer da versão em quadrinhos de Papai Noel filho da puta, petardo musical da clássica banda de punk rock Garotos Podres. A música é uma das mais viscerais compostas pelos roqueiros paulistas e o adjetivo de baixo calão do título foi sutilmente mudado para “velho batuta” no disco de estreia do grupo, graças à malfadada censura que reinava naqueles tempos de ditadura militar no Brasil.

A HQ fez parte do especial natalino da revista curitibana Quadrinhópole, em 2006. Roteirizada por Leonardo Melo e desenhada por Joelson Souza, apresentava um Papai Noel “porco capitalista” que “rejeita os miseráveis”.
Mas os super-heróis deram sua contribuição para mudar esse clima nada amistoso, embora o resultado às vezes tenha sido de gosto discutível.
Em 1983, a Abril lançou Grandes Heróis Marvel # 2, apresentando o Natal do Homem-Aranha e outras histórias natalinas estreladas também por Luke Cage, Coisa e Vingadores.
A edição é hoje um clássico disputado por colecionadores, mesmo com seus roteiros não muito felizes e mostrando cenas toscas, como a dos fantasiados e coloridos heróis jogando bolas de neve uns nos outros – imagine um “mastodonte” como o Hulk numa singela brincadeira com Namor.
 E em Liga da Justiça # 2 (Panini Comics, 2003), o Homem-Borracha fez torcer o nariz dos leitores com uma aventura natalina bastante inusitada, cujo final leva a crer que o Papai Noel realmente existe no Universo DC. Ou, ao menos, ficou a dúvida se não foi o Caçador de Marte que aprontou uma brincadeira com o “borrachudo”.

Vale ainda registrar Batman Saga # 7 (Opera Graphica, 2004), com A noite em que Batman descansou, na qual, em plena véspera de Natal, o Cavaleiro das Trevas canta músicas natalinas com o coral da polícia de Gotham.
Antes disso, os fãs do Morcegão viram o herói caçar um Papai Noel no especial As Várias faces de Batman (Abril, 1989), numa HQ escrita por Denny O´Neil e desenhada pelo então novato Frank Miller.
E a luta contra o crime também não parou em Juiz Dredd – Especial de Natal, que a Mythos lançou em 2013. Foram sete HQs produzidas por grandes nomes dos quadrinhos, como Mark Millar e Steve Dillon, desfilando pelas 68 páginas da edição o estranho e não menos instigante espírito natalino na violenta cidade de Mega-City Um.
 Isso porque Natal de Ouro Disney, publicação da Abril, só começou a ser publicado em 2010 e, felizmente, não parou mais de chegar às bancas.

A baixinha dentuça de Mauricio de Sousa reservou outra grata surpresa em 2004. Mônica – Natal com a turma foi uma edição em formato magazine, com mais de 100 páginas em papel couché e somente com histórias inéditas.
Até então, havia sido a mais “luxuosa” revista em quadrinhos de Natal já lançada por aqui.
Mas, em novembro de 2015, a Abril publicou Contos de Natal, um álbum em capa dura e papel especial com 400 páginas recheadas somente de HQs produzidas por Carl Barks.
Foi o equivalente à estrela dourada no topo da árvore de Natal, para fechar o ano com um dos melhores lançamentos Disney dos últimos tempos.
Marcus Ramone deseja a todos uma feliz leitura de Natal!
Créditos ;)  Por Marcus Ramone Data: 7 dezembro, 2015 - http://www.universohq.com/materias/as-hqs-de-natal-no-brasil/

Charge N°68681!

Charge N°68680!

Arquivos Turma da Mônica N°681 - Livro "O Natal de todos Nós"!

Em 1984 foi lançado o livro "O Natal de todos nós" com os personagens contando sobre o Natal na visão de cada um. Nessa postagem faço uma resenha de como foi esse livro.

Lançado pela Editora Nova Fronteira, ele tem formato de 16 X 21,5 cm, 28 páginas e capa cartonada e papel de miolo off-set. Trata-se de uma reedição da seção que saiu em 'Almanaque da Mônica Nº 7' (Ed. Abril, 1980) onde os personagens falavam sobre o Natal e, por acharem muito bom, resolveram lançar em 1984 um livro especial com essa seção. É o mesmo conteúdo e ilustrações, diferença que no almanaque de 1980 disponibilizavam 1 página para cada personagem com letras bem pequenas e nesse livro foram 2 páginas com letras maiores.
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 7 - Natal' (Ed. Abril, 1980)
Na capa do livro, um desenho muito bonito com a turminha brincando com os presentes que ganharam na noite de Natal Abre com um frontispício com imagens de crianças de vários países formando uma moldura e um texto sobre o Natal e falando que o livro vai mostrar o que os personagens acham do Natal.

O conteúdo são textos simples, acompanhado de uma ilustração muito bonita e bem desenhada de cada personagem em cada página. Para cada personagem, é feita uma pergunta e eles respondem o que foi perguntado, contando, assim, como vai ser o Natal dele ou contando algum Natal especial que já teve ou ainda o que eles acham do Natal ou qual a visão do Natal para eles. Os textos são em primeira pessoa, com os próprios personagens falando sobre o Natal de acordo com a sua personalidade. Assim, vemos um texto do Cebolinha com ele falando trocando as letras e o Chico Bento falando caipira como a gente vê nos gibis.
 Páginas do Cebolinha no livro "O Natal de todos nós"
A ordem que disponibilizaram foi a mesma que apareceu em 'Almanaque da Mônica' de 1980. Os personagens que apareceram nesse livro, na ordem, foram: Anjinho, Cebolinha, Mônica, Cascão, Magali, Chico Bento, Jotalhão, Horácio, Bidu e Astronauta.

Vemos Mônica falando que o Natal é a data que Jesus nasceu e que já descobriu que o Papai Noel na verdade é o seu pai que traz os presentes escondido, Cascão contando que ganhou um caminhãozinho que passou a colocar todo o lixo que encontrava na rua dentro do caminhãozinho como cascas de banana, pontas de cigarro, palito de sorvete, etc, para ajudar a limpar a rua e ainda ficar feliz com o caminhão sujo (bem incorreto esse), Chico Bento contando o seu autêntico Natal da roça, incluindo a Missa do Galo, Bidu contando seu Natal na visão de um cachorro, entre outros contos.

Muitos textos foram emocionantes como do Cebolinha contando que passou uma vez o Natal só com a avó e que ganhou dela uma plantinha que ele tem até hoje, o do Horácio em que o narrador conta para ele como será o nascimento de Jesus e que a partir daí será celebrado o Natal e o Horácio fica triste porque terá que esperar muitos anos para conhecer os ensinamentos de Jesus e que mesmo havendo violência, sofrimento e desesperança, ainda poderão ser mais felizes os que puderem comemorar o Natal d.C, entre outros.
Páginas do Jotalhão no livro "O Natal de todos nós"
De curiosidade, a ilustração da Magali teve uma imagem do pai dela, coisa rara de acontecer na Editora Abril. Ele não aparecia nas histórias e em algumas vezes que aparecia era bem diferente do que vemos hoje, já chegou a aparecer até como um homem gordo vestindo camisa amarela e com um formato de cabelo parecido da Magali. Nesse livro, o pai dela apareceu até parecido como vemos hoje, mas com cabelo preto. Ele só teve traços definidos em 1986 na história "Baita Fome" de 'Mônica Nº 193' de 1986 e nome definido como Seu Carlito a partir dos anos 90. Abaixo, como foi a aparição do pai da Magali nesse livro.
Páginas da Magali no livro "O Natal de todos nós"
Depois o livro teve uma reimpressão em 1992, com o mesmo conteúdo, só informando na capa que é uma 2ª edição. O que eu comprei foi a versão de 1992. Junto com a reimpressão lançaram também  em fita de vídeo VHS  com o desenho animado "O Natal de Todos Nós", com o mesmo conteúdo do texto desse livro, sem tirar uma vírgula, só que como forma de desenho animado, o que ficou muito interessante. Na verdade, esses desenhos eram exibidos na televisão em 1987 e depois juntaram as 10 animações e lançaram o vídeo VHS mais  o relançamento do livro.

Nos gibis de 1993 saíam a propaganda dessa fita VHS, como mostro abaixo.
Propaganda tirada de 'Magali Nº 117' (Ed. Globo, 1993)
Como podem ver, um livro muito bom e bem raro de se encontrar. Comprei por R$ 6,00 achando por acaso em um sebo. O ponto alto são as ilustrações excelentes dos personagens, caprichadas demais. Apesar de mais voltado para o público infantil que está começando a ler, mas o que foi falado pelos personagens, muitas vezes vale como ensinamento e reflexão para qualquer idade. A fita VHS é bem legal também e mais conhecida pelo público, muitos nem sabem que existia esse livro. Bem que podiam relançar esse livro e um DVD com o desenho animado para as novas gerações conhecerem melhor. Quem tem é uma preciosidade e vale a pena ter na coleção.
arquivo.png (617×209)
Créditos ;)  Marcos Alves - http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2018/12/livro-o-natal-de-todos-nos.html

Charge N°68679!

Charge N°68678!

Livros/HQs : Disney Contos de Natal by Carl Barks 2015!

Esse é um dos maiores, senão, o maior lançamento Disney em 2015.
Este especial capa-dura tem 400 páginas de material de extrema qualidade. 
São histórias em quadrinhos inesquecíveis, com o tema Natal, produzidas por Carl Barks, o melhor Mestre Disney de todos os tempos.
Com uma encadernação impecável, este gibi  não pode faltar na sua coleção. Encanto e nostalgia garantidos!!!
Contos de Natal reúne todas as 35 HQs natalinas produzidas por Carl Barks entre 1945 e 1963. Foram nessas histórias que estrearam Tio Patinhas e Gastão.
A edição tem 400 páginas e custou R$ 59,90.

Charge N°68677!

Charge N°68676!