sábado, 16 de março de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.240 - Cascão: HQ "A arte"

Capa de 'Cascão Nº 117' (Ed. Globo, 1991)

Mostro uma história em que o Cascão fez arte no quarto do Seu Antenor e fez de tudo para o pai não entrar lá e não descobrir o que ele fez. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 117' (Ed. Globo, 1991).

Cascão brinca de carrinho e quando Seu Antenor chega em casa pergunta ao pai aonde ele vai. Seu Antenor diz que a lugar nenhum porque acabou de chegar e Cascão pergunta se vai ao banheiro, à cozinha. O pai diz que vai ao quarto. Cascão ainda pergunta se é no quarto do pai, que responde que sim, perguntando se pensou que iria no quarto no filho.

Cascão pergunta por que o pai vai para o quarto, não precisa porque já dormiu a noite toda lá e está um lindo dia de Sol. Seu Antenor diz que vai trabalhar um pouquinho. Cascão pergunta trabalhar em pleno sábado e o pai diz que vai fazer um relatório para segunda-feira. Cascão chora, dizendo que o pai só trabalha e ele o espera semana toda para brincar com ele no sábado.

Seu Antenor fica com pena e eles brincam no quintal de várias brincadeiras. Depois, Seu Antenor se cansa e deseja ir para o quarto descansar. Cascão diz que não pode, Seu Antenor quer saber o por quê, quando a Dona Lurdinha chama para almoçar. Cascão fica aliviado por ser bem na hora e depois do almoço providencia umas almofadas para o pai dormir no sofá na sala e ainda avisa a mãe para não acordar o pai.

Duas horas e meia depois, Seu Antenor acorda e quer ir para o quarto. Cascão avança para frente da porta, avisando que não é para ir, a mãe já vai chamar para o lanche, depois podem brincar de novo e pode ver televisão. Seu Antenor diz que o filho não quer deixar entrar no quarto e pergunta se fez alguma arte lá dentro. Cascão chora que o pai vai ficar brabo com ele e o pai fala que se contar a verdade, quem sabe, o desculpa. 

Cascão conta que quebrou o despertador, foi sem querer e não queria que visse. Seu Antenor diz que não foi algo grave, o desculpa, manda tomar mais cuidado da próxima vez e pergunta como conseguiu quebrar o despertador. Cascão conta que derrubou o computador que trouxe do escritório em cima do despertador. No final, Seu Antenor corre atrás do Cascão pela rua para bater de chinelo e Cascão grita que o pai tinha dito que tinha desculpado.

História muito engraçada em que o Cascão apronta no quarto do pai enquanto estava ausente e tenta impedir que o pai entre no quarto e não descubra o que ele fez. Consegue adiar, fazendo chantagem emocional de brincar com ele, fazer dormir no sofá depois do almoço, mas não teve jeito. Conta para o pai que era uma coisa banal de quebrar o despertador, mas descobre que foi quebrado depois de derrubar o computador em cima dele.

Dessa vez sem ser história envolvendo sujeira e banho, apenas relação familiar e cotidiano de pai e filho, que identifica com os leitores. Bem curtinha essa tratando-se de história de abertura, o que era comum na época, melhor que sem enrolação e muito divertida. Foi de rachar de rir o diálogo entre pai e filho, Cascão respondendo o pai, até mandando nele. Muito hilário o final do Cascão correndo pela rua com o pai atrás dele com chinelo na mão para não apanhar, conseguiu ser rápido, uma hora alcança. 

Foi legal o  mistério que ficou no ar a história toda do que o Cascão fez ficou tanto para o Seu Antenor quanto para os leitores, descobrimos juntos só no final. Não dava para imaginar que foi porque quebrou o computador. Engraçado que o Cascão conta como se o despertador fosse mais importante que o computador que era para trabalho do pai, não dava para desculpar mesmo. Seu Antenor não prometeu de fato que ia desculpar, disse "quem sabe", que aí poderia desculpá-lo dependendo da arte que ele fez. 

Nada disso teria acontecido se Seu Antenor trancasse a porta do quarto enquanto estava na rua, sabendo que o filho era arteiro. Ou então, o mais sensato, educá-lo que não é para entrar no quarto dele enquanto ele não estivesse em casa. Sinal que não educou bem o filho. Pior é o prejuízo do Seu Antenor para firma, já que o computador era do escritório, não era dele. Computador na época era uma fortuna, quase ninguém tinha, e, quando tinham, era apenas para trabalho ou estudo, já que nem existia internet em 1991.

Na época os personagens ainda apanhavam de chinelo dos pais e até mostrando batendo na bunda deles, nessa que quiseram só mostrar pai correndo atrás dele com chinelo na mão, que ficou engraçado também. Hoje em dia não pode mais os pais baterem nos filhos, principalmente dar chinelada, então seria impublicável essa história atualmente. Fora não ter final feliz, mostrar Cascão aprontando com o pai, respondendo, mostrá-lo com arma na mão enquanto brincava de cavalinho no pai, nada disso pode mais nos gibis. Os traços ficaram excelentes, bem caprichados com contornos grossos, olhares do Cascão, davam gosto de ver desenhos assim. Erros que tiveram foram do balão de fala do Cascão ter direcionado ao Seu Antenor no 5º quadrinho da 5ª página da história (página 7 do gibi) e que não desenharam a maçaneta da porta em alguns quadrinhos a partir das 3 últimas páginas da história. 

Créditos - Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/03/cascao-hq-a-arte.html

Charges/Cartuns! ★ N°273.201 a N°273.300