domingo, 19 de abril de 2020

Arquivos Turma da Mônica N°825 - Papa-Capim: HQ "Olhos azuis, olhos negros..."

No Dia dos Índios, mostro uma história em que o Papa-Capim encontra uma menina branca perdida na selva. Com 5 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 170' (Ed. Globo, 1993).
Papa-Capim ouve um barulho na selva e quando vê era uma menina "caraíba" chorando. Papa-Capim pergunta para ela quem é, se está perdida e de onde veio e a menina, que se chama Olga,, por sua, também pergunta quem é ele, mas como falam em línguas diferentes (ele fala em tupi-guarani e ela em português), um não entende o que o outro fala.
Papa-Capim acha que é uma caraíba que se perdeu e Olga acha que ele é um selvagem que vive por lá. Ele diz que nunca viu uma caraíba dr olhos desbotados e faz umas caretas para ver se ela enxerga e acaba se assustando. Ele convida para ir até a aldeia dele e pelo sinal que faz, Olga entende que é para ir com ele e acaba indo por ser melhor do que ficar sozinha.

Na aldeia, Papa-Capim apresenta o seu povo e Olga se pergunta quais as intenções dele de lavá-la até lá. Os índios estranham a caraíba ter olhos da cor do céu e cabelos pálidos como fios de espigas de milho. A mãe do Papa-Capim dá beijus para a Olga pensando que ela esta com fome e faz todos os índios se afastarem dela, pois acha que pode estar doente, já que uma  menina tão diferente e tão pálida  não pode ser saudável enquanto que a menina fala que a comida é boa, mas não sabe por que eles se afastaram dela e estranha também eles serem tão morenos e de olhos tão negros e devem tomar Sol demais.
Papa-Capim fala com a mãe que não importa que a Olga é diferente, deve estar se sentindo muito só e resolve fazer companhia para ela. Assim, Papa-Capim ensina para ela os costume dos índios, oferece água, pega frutas da árvore com arco-flecha, mostra os pássaros da região e ela fica encantada e bem feliz.

Até que o Pajé avisa que os pais dela chegaram para buscá-la. Papa-Capim estranha os pais da Olga ter os olhos iguais aos dela e Pajé comenta que são da tribo dela. A mãe do Papa-Capim comenta que ainda bem que se foi, era uma aberração diferente deles enquanto que os pais da Olga falam também que os índios eram diferentes demais deles. Papa-Capim fala que seria bom se eles não fossem tão iguaizinhos e se alguns deles tivessem olhos azuis enquanto que Olga fala que não há nada de mau ser diferente e não para de pensar naqueles olhos negros do Papa-Capim, terminando assim.
Essa história é muito bonita abordando preconceitos. Mostra as diferenças de raças indígenas e do homem branco tão extremas e como eles nunca haviam visto antes alguém daquele jeito, um estranhou o outro. E ensina a todos não terem racismo, não ter preconceito com alguém só por ter cor de pele diferente.

A mãe do Papa-Capim e os outros índios achavam a menina uma aberração pálida  e com doença só porque nunca viram alguém loira, muito branca e com olhos azuis enquanto que os pais da Olga e até a menina no início achavam os índios uns selvagens. Papa-Capim que mostrou humano e sem racismo e foi o único a fazer companhia quando toda a deixaram em isolamento e se tornou um grande amigo da Olga e ficaram com saudades um do outro quando e separaram.
Muito bom mostrar uma comparação da visão entre os índios e os homens brancos em uma mesma situação. Tipo, ao mesmo tempo que a mãe do Papa-Capim falava que a Olga pálida, a Olga falava os índios morenos e olhos negros de pegar Sol e ao mesmo tempo que a mãe do Papa-Capim achava os brancos diferentes, os pais da Olga achavam os índios diferentes. Não fazem mais histórias assim nem mesmo se for para ensinar, chamar uma pessoa de aberração seria ofensa demais. 

Curioso dessa vez os índios não entenderam a Olga falando e vice-versa, só se entendendo por gestos. Ficou muito bonito já que Papa-Capim e Olga se entenderam mesmo sem falarem nada e isso se diferenciou de outras histórias do Papa-Capim em que homens brancos e índios conversavam normalmente. Boa sacada também de narrador avisando que a fala do Papa-Capim. que era em tupi-guarani foi traduzida para os leitores entenderem o que ele está falando. A Olga só apareceu nessa história, como de costume figurantes em histórias do Papa-Capim.
Os traços ficaram muito caprichados, típicos dos anos 1990. Estilo padrão dos personagens da Turma do Papa-Capim representando índios primitivos, hoje em dia a MSP lamentavelmente está querendo colocar roupas no Papa-Capim para modernizar e ser a favor do politicamente correto. Primeiro está sendo em capas de almanaques, pode ser que no futuro em histórias, descaracterizando de vez o núcleo dele.

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 80' (Panini, 2020): Papa-Capim com roupa

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Será que o avião de vocês voará mais longe que o nosso? #MovimentoBrincadeira





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