segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Arquivos Turma da Mônica N°1.087 - Chico Bento: HQ "O rabo do Chico"

Capa de 'Chico Bento Nº 150' (Ed. Globo, 1992)

Em outubro de 1992, há exatos 30 anos, foi lançada a história "O rabo do Chico" em que seus amigos pensaram que estava se transformando em diabinho ao ver um rabo nele. Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Chico Bento Nº 150' (Ed. Globo, 1992).

Dona Cotinha chama o Chico Bento para ir para escola, reclama que já chamou 3 vezes e nada. Chico reclama que pular da cama as 6 da manhã não é nada fácil. Dona Cotinha cobra para ele trocar de roupa logo, Chico meio sonolento troca com pressa, deixando um cachecol exposto pela calça. Chico avisa para a mãe que está atrasado e sem tempo de tomar café, por isso vai comer uma maçã no caminho. Ela se despede e fala para não perder o rabo pela porta e fica assustada ver filho com um rabo.

No caminho da escola, Zé Lelé pergunta ao Chico se está tudo bem, ao ver de costas, Zé Lelé comenta que ele está com rabo. Chico reclama que levantou com as galinhas, está atrasado, não tomou café, deve tomar bronca da professora por não ter feito lição e ele ainda diz que tem rabo.

Zé da Roça e Hiro encontram Zé Lelé no caminho da escola e perguntam se viu assombração. Zé Lelé fala que foi pior, que viu Chico todo mal-humorado e com baita rabo de macaco. Zé da Roça comenta que ele não acordou direito ainda. Logo depois, Zé da Roça e Hiro veem o Chico de rabo e Hiro acha que Chico está cochicando muito porque quem cochicha, o rabo espicha.

Zé da Roça comenta com o Chico que gostou da fantasia de burro, que agora só falta a orelha. Chico dá um soco no olho nele, falando que é cada coisa que ouve logo de manhã. Zé da Roça pergunta se não era fantasia de macaco. Hiro fala que não é fantasia, o rabo vermelho comprido e dividido na ponta e todo carrancudo, só pode estar virando um diabinho. Zé da Roça fala que quem fala em diabo, o rabo aparece.

Zé Lelé aparece e diz que o Chico anda meio diferente, na semana passada, ele cabulou aula, roubou goiaba e contou mentira, mas não passou nem na porta da igreja para se confessar e por isso acha que ele virou diabinho. Hiro concorda e Zé da Roça acha bobagem, mas eles vão vigiá-lo. Acham que ele está com cara malvada e mais vermelho. Chico avista a Rosinha e, antes de dar um beijinho nela, os meninos a levam correndo.

Na escola, Rosinha fica impressionada que o Chico virou diabinho, Zé da Roça fala que ela tem que ser forte, o Chico já não é mais o mesmo e não sabem o que ele é capaz. Chico aparece e diz para alguém emprestar a lição para ele copiar. Todos correm com medo. Professora Marocas pergunta que gritaria é aquela e cadê todo mundo e ele diz que não sabe, fugiram como diabo da cruz.

Zé Lelé volta com um crucifixo pra ver se afasta o diabo do Chico. Não funciona, com Chico achando que é palhaçada. Depois, Zé Lelé mostra alho e Chico pergunta se vai cozinhar, depois mostra Bíblia, que Chico acha legal. Zé Lelé ainda tenta espelho, água benta, figa, patuá e fotografia do seu tio Honório que espanta as baratas de casa e Chico fala que agora sabe a quem ele puxou.

Zé Lelé se deita no chão, convencido que Chico é forte demais, que venceu e pode carregá-lo. Dona Marocas manda pararem com a fuzarca, ordena todos para dento que a aula vai começar e antes pede para o Chico dar um passo, ela pisa no cachecol, que sai, e Chico fala que é o cachecol que a mãe fez para ele.

Durante a aula, todos ficam vermelhos de vergonha e Chico pergunta se eles estão vermelhos ou é reflexo do cachecol. No final, Chico acha graça quando a Rosinha disse que achavam que ele estava virando diabinho. A cabeça dele coça, esperando que não seja piolho e Zé lelé comenta com Zé da Roça e Hiro que acha que são os chifrinhos nascendo.

História muito engraçada com o Chico Bento com um cachecol agarrado na calça e nem ter visto com a pressa de ir para escola e a todos pensarem que tinha crescido um rabo nele e estar se transformando em um diabinho, até por estar mal-humorado de ter levantado cedo. Passam a ficar com medo dele, descobrem no final que era só um cachecol, mas ainda assim o Zé Lelé ainda tem dúvida que era diabinho por conta da cabeça do Chico coçar e pensar que era chifre do Diabo nascendo.

Foi muito divertido ver os amigos pensarem que era rabo de macaco, de burro e depois de diabo, o Zé Lelé tentando acabar com o Diabo, mas muitas delas com coisas que afastar vampiro, principalmente alho, e até mostrar foto do tio que usavam para espantar baratas em casa por ser tão feio e assustador, Chico comparando Zé Lelé com o tio, a vergonha deles ao descobrir que o rabo era cachecol.

Destaques também para o cotidiano do Chico acordar cedo para escola como acontecia com as crianças que estudavam de manhã na vida real, tendo identificação delas, também do Zé Lélé fofoqueiro tomando conta da vida do Chico, que matou aula, roubou goiaba e contou mentiras, sem se confessar com o padre e presença de dizeres populares em tiradas como do Hiro achar que nasceu rabo por Chico cochichar demais, já que quem cochicha, o rabo espicha e Zé da Roça dizer que quem fala em Diabo, o rabo cresce. 

Mostrou vários universos do Chico na mesma história, como família, amigos, escola, o que foi bem legal. O Hiro estava com participação grande na época, sempre bom histórias com ele, hoje em dia, Hiro quase não aparece, procuram mais colocar só em histórias educativas sobre costumes do Japão e imigração japonesa.

Atualmente é completamente impublicável por envolver Diabo e acharem que Chico estava virando um, fora outros elementos como mostrar Chico como preguiçoso e achar ruim de acordar cedo para ir para escola, citar que matava aula, roubava goiaba, nao fazer lição de casa da escola, comparação do Chico a animais como macaco e burro e Zé da Roça levar soco do Chico e aparecer com olho roxo para não estimular violência. Várias palavras proibidas também hoje nos gibis como "roubar" em que hoje eles falam só que pegam goiaba, "gozado" para não ter duplo sentido de cunho sexual e até "Deus" e expressão como da Dona Cotinha dizer "Vai com Deus!" também proibidos para não envolver religião.

Os traços ficaram bem caprichados. As cores em outubro de 1992 já passaram a ser mais fortes em relação ao mês anterior, percebe como chapéu do Chico bem mais laranja, por exemplo, e, assim, cores já cada vez mais longe como era nos anos 1980 e dando cara de cores de anos 1990 de vez. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos. 

Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2022/10/chico-bento-hq-o-rabo-do-chico.html 

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