A revista 'Chico Bento' está comemorando a marca histórica de 40 anos de gibis ininterruptos no Brasil. Nessa postagem mostro tudo sobre a revista do Chico Bento, toda a sua trajetória e curiosidades ao longo dos seus 40 anos de gibis e também como foi a revista "Nº 1" da Editora Abril.
A MSP lançou os títulos 'Cascão' e 'Chico Bento' com periodicidade quinzenal, seguindo formato das revistas da Editora Abril do Pato Donald e do Zé Carioca e dos recém lançados Pateta e Peninha que se revezavam nas bancas com menos páginas que outros títulos já existentes. Intenção da editora em formatos de gibis assim era acessibilidade de leitores com gibis mais baratos e com menos páginas e para toda semana ter gibi novo nas bancas e por ter menos páginas. Se leitor não tinha condições de comprar gibis da Mônica e Cebolinha mais caros, comprariam os do Cascão e do Chico Bento para poder ler gibis. Já quem colecionava, aí pagava mais para ter dois gibis do Chico Bento no mês comparado a um gibi mensal do Cebolinha, por exemplo.
Primeira propaganda da revista do Chico Bento (1982) |
Assim, no dia 26 de agosto de 1982 foi lançada a revista do Chico Bento, com 36 páginas, e que se revezaria nas bancas com o título novo do Cascão, chegando sempre nas bancas às quintas-feiras. Passaram a colocar datas de lançamento nos créditos finais dos gibis, provavelmente, com datas lançadas no estado de São Paulo, que sempre revistas chegam lá primeiro.
Propaganda da revista do Chico Bento (1988) |
Nesses 40 anos, 'Chico Bento' passou por 3 editoras diferentes: Abril, Globo e Panini, totalizando 769 edições até nesse mês de agosto de 2022, somando as 3 editoras. A cada troca de editora, a numeração foi reiniciada. Na Editora Abril foi até em dezembro de 1986, até o "Nº 114". A partir de janeiro de 1987 a coleção foi para a Editora Globo, durando 467 edições. Desde janeiro de 2007 está na Editora Panini, sendo que depois que chegou a edição "Nº 100", em abril de 2015, e na "Nº 70" em fevereiro de 2021, resolveram iniciar numeração novamente na mesma editora nos meses seguintes porque a MSP acha que cada geração de leitores deve ter uma edição "Nº 1" na sua coleção, e, com isso, com 100 edições mais 70 edições da segunda série e mais 18 na terceira série, totalizam 188 gibis na Panini até esta data.
Propaganda da revista do Chico Bento (1991) |
Estilo de histórias nos gibis do Chico Bento predominavam as coisas da roça, simplicidade, Chico representava como foi a infância do Mauricio de Sousa. O Chico, então, é o personagem mais humanizado e sem personalidade única, variava de acordo com quem ele contracenava. Podia ver o Chico preguiçoso para trabalhar na roça, o Chico que não gostava de estudar, tirando zero e perturbando professora, o Chico lerdo ao contracenar com o promo da cidade, o Chico ciumento com namorada Rosinha, o Chico ecológico atento aos problemas ambientais e proteção aos animais, e, por aí vai. Mas o Chico fazendo arte prevalecia mais nas histórias.
Personagens do seu núcleo até existiam antes, mas com a revista dele os personagens passaram a ter características próprias ao longo dos anos. Quando ele tinham histórias nos gibis da Mônica e do Cebolinha nos anos 1970, eram um outro estilo, seguindo mais situações de desenhos animados e ninguém tinha uma característica definida. Histórias eram mais mudas por conta de que ele não falava caipirês e era uma forma de disfarçar.
Com o lançamento da revista dele, já tinha o caipirês, que tinha sido adotado 2 anos antes, em 1980. Sendo que esse caipirês nos primeiros números da revista quinzenal foram diferentes, sem padronização, faziam experiências, e só depois de 1985 que passou a ter uma padronização maior do caipirês nos gibis.
Algumas capas da Editora Abril |
Em relação a formato da revista, sempre mediu 13,5 X 19 cm no formato canoa e nunca teve lombada. Quando eram quinzenais, eram lançadas 26 edições por ano. Não tinham 24 edições por causa do calendário de meses com 5 semanas, tendo 3 revistas saindo em alguns meses ao longo de cada ano.
Com a mudança para a Editora Globo, as revistas continuaram quinzenais e o esquema de revezamento pontual com a revista do Cascão acabou, não chegavam precisamente de 15 em 15 dias, principalmente depois do lançamento da revista da Magali em 1989, e cada revista podia chegar nas bancas qualquer dia da semana, de uma forma de ter 2 revistas novas por mês de cada um dos 3 personagens ou 3 revistas em alguns meses.
A revista continuou quinzenal até em março de 2003, quando no "Nº 422" passou a ser mensal com 68 páginas e passou a ter 1 página de correspondências dos leitores e 1 página de passatempos, o que não tinha antes. Estavam precisando criar histórias de abertura com mais páginas que não se encaixariam com as revistas de 36 páginas, além de ajudar a criarem menos capas novas por mês. Com a mudança quem colecionava foi bom porque as últimas quinzenais estavam custando R$ 1,90 cada e com as mensais pagava uma por mês por R$ 2,90. Agora quem era leitor ocasional, já teve um certo aumento para comprar.
Algumas capas da Editora Globo |
Nos primeiros números do Chico Bento da Editora Abril tinham histórias de secundários da Turma da Mônica como Anjinho, Titi, Humberto, Zé Luís, Jeremias, Bidu, além de Papa-Capim. Como Chico não tinha muitas histórias produzidas, aí colocavam histórias de outros núcleos para preencher gibi, além também de frisar que o Chico pertencia a gibis da MSP por ele não ser tão conhecido ainda como a turminha do bairro do Limoeiro. A medida que foram criando mais histórias do Chico e ele ser mas conhecido, teve só Papa-Capim como personagem secundário nos gibis dele a partir de 1983.
Inclusive, foi a partir dos gibis do Chico Bento que o núcleo do Papa-Capim passou a ser mais conhecido e passou a ter características próprias ao longo dos anos. Antes, tinhas histórias dele de 1 página só de vez em quando nos gibis da Mônica e do Cebolinha, bem raramente. Na Globo, entre 1993 e 1994 algumas vezes tiveram histórias da Turma da Mata como secundário e entre 1998 a 2002 algumas vezes tinham Piteco como secundário, mas sem deixar de lado Papa-Capim. Quando Chico Bento passou a ser mensal em 2003, aí passaram a ter histórias de qualquer secundário, não só Papa-Capim, tirando a identidade da revista. E atualmente é raro ter histórias do Papa-Capim nos gibis por conta do núcleo estar em reformulação desde que inventaram de colocar roupa nos índios e modernizar a tribo.
Capas "Nº 1": Abril (1982), Globo (1987), Panini (2007), Panini (2015), Panini (2021) |
Na Editora Abril, entre 1983 a 1985, maioria das edições não tiveram tirinhas no final porque a Editora Abril resolveu colocar propagandas diversas no lugar em gibis de todos os segmentos. Lá também foi marcada por brindes, como cartões, agendas, marcadores de livro, papéis de cartas, entre outros, que incrementavam mais as revistas. Depois na Globo e Panini isso foram raros de acontecer.
Na mudança para a Editora Globo, as revistas da MSP "Nº 1" chegaram atrasada nas bancas, chegando de um mês para outro, por conta de problemas na impressão das revistas e ainda seguiram atrasadas alguns meses depois. Com isso, em 1987, Chico Bento teve 25 revistas em vez de 26, o que fez influenciar em toda a numeração final da coleção da Globo, terminando no "Nº 467", em um número ímpar. Em 1993, Chico Bento terminou ano com numeração "Nº 181", passando a ter um número a menos que Cascão a cada final ano porque Cascão teve 27 edições naquele ano, terminando na "N° 182", ficando assim até em 2003, quando Chico teve uma quinzenal a mais, antes de virar mensal para igualar os números no lançamento das revistas mensais dos dois.
Capas "Nº 100": Abril (1986), Globo (1990), Panini (2015) |
Na Panini, as 2 primeiras séries continuaram mensais com 68 páginas, já na 3ª série a partir de 2021, os gibis passaram a ter 84 páginas para padronizarem todos os títulos, sendo que essa padronização fez tirar totalmente acessibilidade de gibis para quem comprava título mais barato. Com essa mudança, passaram a colocar 9 páginas de passatempos e seções de "Turma do Mauricio" e "Tirinhas Clássicas" nas revistas dele para suprir as páginas a mais em relação aos de 68 páginas, em vez de criarem mais histórias como são nas revistas da Mônica e do Cebolinha.
As capas nas Editoras Abril e Globo sempre prevaleceram piadinhas com as características dos personagens, e de vez em quando algumas com referência à história de abertura quando elas eram importantes. Quando mudaram para a Editora Panini, as capas, a partir do "N° 8", de 2007, passaram fazer exclusivamente alusão à história de abertura, deixando de lado as piadinhas, e passaram a ter efeitos de sombra e luz para modernizar.
Capas Editora Globo: Nº 100 (1990), Nº 200 (1994), Nº 300 (1998), Nº 400 (2002) |
O logotipo basicamente não mudou messes 40 anos. Na Editora Abril, curiosamente, o chapéu na última letra "O" era sempre pintado com cor-de-palha. Na Editora Globo, a cor do chapéu podia ser qualquer cor, combinando com harmonia de cores que achavam melhor e na Panini voltou a ter chapéu sempre cor-de-palha. Uma mudança maior no logotipo nos gibis da Panini foi tirarem uma sombra traseira, deixando só um contorno simples.
A partir da edição "Nº 419", de fevereiro de 2003 da Globo, os logotipos sofreram adaptação, ajustando o rosto da personagem ao lado do logotipo como uma forma de melhor identificação dos personagens nas bancas. Na 1ª série da Panini a partir de 2007, mudaram os desenhos das miniaturas colocando também braços nas personagens, na 2ª série a partir de 2015 o logotipo voltou a atingir a largura inteira dos gibis e colocam uma imagem da personagem de corpo inteiro já existente de revistas anteriores e em miniatura e na 3ª série a partir de 2021, apenas atingindo largura do gibi sem miniaturas dos personagens, só que em estilo 3D.
Durante a trajetória, vimos os traços mudarem de 1982 até agora, tudo de forma gradual ao longo das décadas até chegar os traços digitais, que deixam as histórias horríveis visualmente, com desenhos sem vida e parecendo carimbo. Também acompanhamos todas as evoluções de gírias, de estilos musicais e artistas em evidência, de comportamentos sociais, até evoluções das moedas e preços nas capas são interessantes observar, até chegar a inclusão digital nos dias de hoje. É que a MSP sempre teve preocupação em adaptar as histórias ao que acontecia na atualidade.
Verdadeiras capas Nº 100 (1986), Nº 200 (1990), Nº 300 (1994), Nº 400 (1998), Nº 500 (2001), Nº 600 (2008), Nº 700 - 2 versões (2016) |
Sobre a edição "Nº 1", foram 9 histórias no total, incluindo a tirinha final. A revista abre com uma história sem título, com 10 páginas, mostrando uma apresentação do personagem Chico Bento e sua turma. Mauricio de Sousa chama o Chico no estúdio, anunciando que criou uma revista dele, só falando de coisas da terra, da roça e de meninos como ele. Chico pergunta se ele pode levar seus amigos, bichos e coisas deles para a nova revista e Mauricio deixa, é com essas coisas humanas e brasileiras que ele vai fazer a revista para mostrar as origens do Chico e as do próprio Mauricio e conta que quer mostrar para o pessoal que está chegando quem é o Chico, como ele é, como vive, etc.
Trecho da HQ "Chico Bento" |
Assim, Chico, já na roça, se apresenta aos leitores, mostrando a sua casa, onde vive com seus pais, bichinhos e brinquedos. Apresenta seu pai, roceiro que nem seu avô e bisavô, e a sua mãe dona de casa boazinha, mas as vezes perde a paciência quando ele não vai fazer as lições da escola. Depois apresentam seus amigos Zé da Roça, Hiroshi e Zé Lélé. Em seguida, mostra a vila, que era um pouco distante da casa, tinha bastante movimento, porque de vez em quando passava uma ou outra pessoa. Aí apresenta o Elias da venda, o Padre Lino, o delegado e o Quinzinho da farmácia. Aí vai para casa de noite com medo de encontrar assombração e lobisomem, Padre Lino dizia que não existe, mas confia na Vó Dita que já jurou ter visto. Em casa, a mãe obriga o filho a lavar mão antes de comer, mas ao ver Seu Bento sem lavar mãos também, os dois lavam juntos. No final, Chico faz oração antes de dormir em colchão de capim e coberta de retalhos feito pela mãe e se lembra que não apresentou a Rosinha, que um dia vai ser sua namorada, mas que isso fica para outra história.
História especial de lançamento de revista. O Chico Bento, apesar de ter histórias nos gibis da Mônica e Cebolinha, mas precisava de uma apresentação para o público conhecer melhor o Chico e os personagens no seu núcleo. Alguns apareciam só de vez em quando, sem muitos detalhes de grau de conhecimento dele. Como se fosse o Mauricio contando a sua própria história de vida como criança. Legal saber que o pai do Zé da Roça é padrinho do Chico, compadre do pai dele. Não mencionou que o Zé Lelé é primo do Chico, pelo visto ainda não tinham esse parentesco, mudaram depois. Idade do Chico depois mudou para 8 anos. Os traços do Seu Bento bem diferente, uma cópia do filho adulto, depois iam mudar para o que conhecemos hoje.
Trecho da HQ "Chico Bento" |
Em "O Elefante Jotalhão", de 3 páginas, Jotalhão encontra um elefante fantasma reclamando que seu marfim sumiu. Jotalhão comenta que muita gente está atrás dos marfins dos elefantes para interesses próprios e os dois vão procurar o marfim do Elefante fantasma no dia seguinte, sem sucesso. Até que encontram o Coelho Caolho carregando marfins para devolver para seus donos e conta que quem roubava era o Jotalhão de noite por ser sonâmbulo. No final, o Elefante fantasma deixa seu marfim amarrado, prendendo o Jotalhão no chão, para ele não sair e roubar marfins dos elefantes.
Vimos que, mesmo sem querer, o Jotalhão foi o ladrão e vilão da história, incorreta por haver roubo e Jotalhão, personagem principal, ser vilão. A história foi dividida com 3 quadrinhos por linha e desenhos reduzidos, se fosse enquadramento normal, daria 2 páginas. Além disso, cada página começava com "O Elefante Jotalhão", o quecdeduz que foi tirada de páginas semanais de jornais escrita pelo Mauricio de Sousa e colocaram para preencher gibi por não ter material novo suficiente, porém que é inédita nos gibis e para o grande público, pois só pessoal de São Paulo que poderia ter visto as páginas semanais em jornais.
Trecho da HQ "O Elefante Jotalhão" |
Em "Um buraco exagerado", de 2 páginas, Bidu enterra um osso sendo que cava tão fundo que não consegue sair do buraco. Começa a latir bastante e no final um Diabo tira de lá por causa de ouvido ficar doendo de tanto latido alto. História com Bidu como um simples cachorro e por ter participação de diabo, impublicável hoje em dia.
HQ "Um buraco exagerado" |
Em "Sem sapato não vou", de 3 páginas, Chico Bento comenta com Zé da Roça que foi convidado para festa de aniversário da amiga da Rosinha só que não tem sapato para ir e não dava para ir para festa com bota de borracha. Pedem ajuda ao Zé Lelé, que dá só um pé de sapato, falando que ele perdeu o outro pé e fora que tinham pedido só um sapato. Depois pedem um par de sapatos ao Hiro, que não empresta senão ele ia ficar andando descalço por aí. Em seguida, Chico encontra uma nota de mil cruzeiros no chão e consegue comprar sapato na loja. Na hora da festa, eles têm surpresa que era festa de japonês e tinham que deixar sapato no lado de fora e ficam só de meia na festa. Se soubesse, não precisava ter comprado.
Trecho da HQ "Sem sapato não vou" |
Depois vem uma história de 1 página do Papa-Capim, em que ele vai assobiando para pássaros, tentando chamá-los, depois ouve alguém chamado seu nome e ele corre para atender e era um papagaio chamando. Ou seja, o papagaio fez o inverso que ele fez. Papa-Capim ainda não tinha histórias desenvolvidas em gibis, depois passou a ter histórias maiores graças a revista do Chico Bento.
HQ "Papa-Capim" |
Em "O garotinho malvado", de 4 páginas, Anjinho tenta impedir um garoto fazer maldades, aí primeiro ele quebra vidraça e fala ao homem que foi o Anjinho quem quebrou. Depois, puxa cabelo de uma menina, Anjinho tenta impedir, o garoto reclama que não tem que segui-lo, a companhia dele o irrita. Anjinho fala que desse jeito não vai entrar n céu e ele diz que não quer porque lá só tem gente chata.
A menina fala ao Anjinho que o garoto vive a perturbando e não tem amigos porque basta alguém chegar perto dele para arranjar encrenca. Depois, Anjinho vê o garoto arrancando flores e tem uma ideia e pede ajuda à menina e as crianças da região. O plano era não guardarem rancor pelo garoto, a menina dá sorvete para ele apesar de tudo que ele fez e os meninos convidam jogar bola mesmo ele tendo chutado a bola na casa do Seu Tonico. Com o pedido deles de formarem uma turma, um diabinho si do corpo do garoto, reclamando que com tanta bondade não consegue mais dominar o garoto. As crianças ficam amigas e convidam Anjinho pra irem com eles, mas Anjinho tem outra coisa pra fazer, que era tentar regenerar o Diabinho. Impublicável hoje por dominação do diabo em corpo de criança. As crianças não tiveram nomes e apareceram só nessa história.
Trecho da HQ "O garotinho malvado" |
Em seguida, uma história de 1 página em que a Rosinha vê tudo bichos todos pintados de azuis e no final vê que é o Chico Bento quem pintou, inclusive ele mesmo. Participação da Rosinha na revista, nos próximos números ela apareceria com mais frequência como namorada oficial do Chico.
HQ "Chico Bento" |
História de encerramento foi "Sai pra lá, pedra!", de 4 paginas, em que o Chico encontra uma pedra no meio do seu caminho quando estava em uma carroça para entregar mercadorias. Chico tenta tirar a pedra e vai causando muita confusão na roça. Um menino pergunta qual milagre é esse com pá na mão e Chico diz que tirou a pedra no caminho para que não quebrasse a carroça, mas com todo o movimento que fez na roça, a pedra acaba voltando de onde partiu, caindo em cima da carroça e quebrando tudo, até pior do que se ele não tivesse tirado.
Antes não tirasse a pedra, era só ele desviar que estava tudo certo. Menino estranha Chico com pá, pois conhece a fama de preguiçoso de nem querer trabalhar na roça do pai. Traços sensacionais, parecendo desenho animado. Cada percurso da pedra colocaram em um quadrão em 2 páginas mostrando um cenário único da roça em vez de cada ação dividaem quadrinhos diferentes.
Trecho da HQ "Sai pra lá, pedra!" |
Tirinha final com Professora Marocas com medo de falar a nota que Chico tirou na prova. Ele diz que está preparado para qualquer nota, mas desmaia e vai parar no médico ao saber que tirou nota Dez. Chico tem fama de sempre tirar zero ou nota baixa por ser burro, aí quando tira dez, a emoção é grande. Acabou sendo uma apresentação da professora Marocas que ficou ausente na história de abertura.
Tirinha da edição |
Pode ver que a revista N°1 foi marcada por histórias curtas e poucas do Chico Bento, foram só 5 dele curtas, e ainda com estilo de histórias que saiam nos gibis da Mônica e Cebolinha, com o tempo foram adaptando características fixas para cada personagem. Bem incorreta para os padrões atuais, o que por isso se torna muito divertida, mesmo tendo 36 páginas. Essa revista depois teve relançamento em 2007 pela Editora Panini na "Coleção Histórica Turma da Mônica".
Chico Bento Nº 1 (Ed. Abril, 1982); Nº 1 (Coleção Histórica, Panini, 2007) |
A revista 'Chico Bento' chega aos 40 anos em 2022 sem edição especial comemorativa para a data. A edição atual "Nº 18" da terceira série da Panini passou a data em branco, pelo menos podia ter uma capa comemorativa e um frontispício na página 3 fazendo homenagem ou um selo na capa, só que seguiu tudo normal, uma edição comum.
Sem dúvida uma marca histórica que a revista 'Chico Bento' atingiu, não é qualquer um que consegue ter 40 anos de gibis ininterruptos em circulação, ainda mais no Brasil. Foi o título fixo mais diferente da MSP, fugindo do núcleo do Bairro do Limoeiro e tendo o meio rural como protagonismo. Pena que a qualidade decaiu por causa do politicamente correto, deixando personagem completamente descaracterizado, mas os momentos bons prevalecem e tem todo um valor histórico. Vida longa à revista do Chico Bento.
Termino mostrando as capas de agosto a cada 10 anos, quando a revista estreou e quando completou 10, 20, 30 e 40 anos, nos anos de 1982 a 2022, respectivamente. Sendo que as do período que a revista foi quinzenal, coloquei a edição correspondente às segundas quinzenas de cada mês de agosto, pois a "Nº 1" foi lançada depois da primeira quinzena e só teve uma edição em agosto de 1982.
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