Capa de 'Chico Bento Nº 216' (Ed. Globo, 1995) |
Papa-Capim avisa ao Cacique Ubiraci que viu um clarão perto do rio. Eles vão até lá correndo e veem que são caçadores de jacarés, que trabalham de noite longe das vista das pessoas. Um caçador coloca luz nas lanternas no rio e encontra os jacarés e quando vai dar tiro, Ubiraci joga uma lança e afasta os caçadores.
Ubiraci diz que hoje conseguiram afugentá-los, amanhã não se sabe. Papa-Capim pergunta por que eles caçam de noite e usam aquele clarão. Ubiraci explica que os jacarés estão dormindo de noite sem oferecer perigo e sabem que se iluminarem olhos dos jacarés no escuro, brilham mais que a luz de Jaci, fica mais fácil saber onde estão e atacá-los e Papa-Capim fica com pena.
No dia seguinte, Jurema aparece contando que achou uma revista dos caraíbas e mostra ao Papa-Capim o que eles usam pra comer, para tomar banho e para dormir durante o dia. Papa-Capim se interessa pelo que usam para dormir e pede ajuda para Jurema. De noite, os caçadores voltam ao rio, ficam muito tempo lá, não encontram os jacarés e e ficam furiosos. Ao amanhecer, é mostrado que o Papa-Capim colocou tapa-olhos dos caraíbas nos jacarés, falando que agora todos eles realmente podem dormir tranquilos, principalmente os jacarés.
Uma boa história em que a tribo do Papa-Capim teve que lidar com caçadores de jacarés, tinham que ficar sempre alerta com a presença dos caçadores todas as noites para afugentá-los, mas um dia não iam conseguir. Até que Papa-Capim teve ideia de colocar tapa-olhos nos jacarés que descobriu na revista e os caçadores não conseguiram enxergá-los, resolvendo o problema de sono dos índios e a extinção de jacarés. Foi um grande alívio para eles a Jurema encontrar a revista e Papa-Capim inteligente, é só toda noite antes de dormir colocarem os tapa-olhos nos jacarés que tudo está resolvido. Esses caçadores nunca mais voltaram nas histórias.
Mostra conscientização contra caça de jacarés e animais em extinção na selva, histórias do Papa-Capim gostavam de mostrar os problemas ambientais e da fauna, e ainda aprendemos que olhos dos jacarés brilham a noite quando expostos a luz forte de forma divertida sem deixar piegas. Vimos também os costumes de índios primitivos como nomes como caraíbas (homens brancos) e Jaci (Lua), que quem lia os gibis antigos estavam mais que acostumados com essas palavras e detalhes de cotidiano deles de índia figurante preparando alimento, que faziam diferença. O Ubiraci é o cacique da aldeia e as vezes era o pai do Papa-Capim e em outras vezes, não, variando de cada roteiro, não tinham uma padronização.
Incorreta hoje em dia pelo tema de caça de jacarés e com caçadores querendo dar tiro neles e presença de arma, a palavra "Droga!" que é proibida nos gibis atuais, inclusive foi dita repetidamente por toda a história, além de mostrar os índios como primitivos e toda a sua cultura antiga, que nem sabiam o que eram as coisas da civilização como lanterna, revista, colher, sabonete e tapa-olho. Índios de hoje sabem de tudo isso e eles não querem mais tratar índios assim primitivos e agora a aldeia do Papa-Capim é moderna, com eles de roupas e sem morar em ocas, são tratados como são os índios da vida real. O que é uma pena, as histórias do Papa-Capim mostrando a verdadeira cultura indígena e contraste com homens brancos eram as melhores.
Teve também uma índia com seios de fora, só o alimento da cesta tampando os mamilos (3ª página da história) e colocando um cabelo por cima dos mamilos (4ª página da história), isso também não aceitariam atualmente e nem a Jurema sem um top também mesmo sendo criança. Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1990, bonitos os desenhos da selva e gostei de um quadrinho inclinado enquanto caçadores estavam caçando, o que fez diferenciar da forma padrão de disposição dos quadrinhos.
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