Capa de 'Parque da Mônica Nº 17' (Ed. Globo, 1994) |
Em maio de 1994, há exatos 30 anos, era publicada a história "Tem bicho-papão no Parque!" em que um filhote de bicho-papão queria comemorar seu aniversário e brincar no Parque da Mônica, mas não contava que as pessoas teriam medo dele. Com 12 páginas, foi publicada em 'Parque da Mônica Nº 17' (Ed. Globo, 1994).
Na floresta, o Papãozinho diz que quer como presente do seu milésimo aniversário ir ao Parque da Mônica, que viu no anúncio do jornal que encontrou na clareira da mata. O pai diz que bichos-papões e humanos não se misturam e pergunta se não quer umas férias na mata cerrada cheia de bichos perigosos.
Papãozinho insiste que quer ir ao Parque da Mônica e a mãe fala que o pai está certo e que vão parar com a discussão que eles têm que dormir. Os pais acham que de manhã o filho já esqueceu isso, mas se enganam porque Papãozinho foge de casa enquanto eles dormem e vai ao Parque da Mônica escondido. Papãozinho acha o shopping lindo e o Parque da Mônica demais, só que como não estava aberto, resolve dormir na entrada do Parque.
De manhã, crianças montam no Papãozinho pensando que era brinquedo novo. Ele fala que não é, as crianças se assustam e avisam ao Monitor que tem um monstro na entrada do Parque. O Monitor fala que é o robô do Franjinha e o menino responde que não é o robô que estão falando. Papãozinho aparece perguntando onde compra o ingresso e todos fogem com medo.
Quando caminha pelo Parque, pensa que o povo não para, é muita correria, sem se tocar que estão fugindo dele. Quando entra na "Casa da Mônica", todos fogem desesperados e quando vai ao "Carrossel do Horácio", pergunta se pode brincar também, as crianças fogem e ele acha que foram gentis, não precisava todo mundo ir embora.
Enquanto isso, a turminha acha estranho ninguém ter assistido o show deles no "Teatro do Parque". Cebolinha acha que é por causa do cheirinho do Cascão e logo reparam que o Parque está vazio. Papãozinho, ainda no "Carrossel do Horácio", fica feliz que viu a Turma da Mônica e ao pedir autógrafo, eles fogem também. Papãozinho lamenta que acham que ele é monstro, que o pai tinha razão que os humanos nunca vão aceitá-los e nem brincar lá ele pode. Pega sua trouxa para ir embora, a turma ouve e fica com pena porque ele queria só brincar e que é um monstro criança ou criança monstro.
O Monitor e o Segurança veem o Papãozinho e o perseguem para prendê-lo. A turma impede porque é um monstrinho bom que só quer se divertir. O Segurança chama a Mônica de baixinha e sair da frente porque sabem o que fazem. Mônica dá surra no Segurança, quando os pais do Papãozinho chegam para levá-lo embora, lembrando que os humanos não gostam deles. Mônica pergunta por que não ficam e deixam o Junior brincar com eles, é só uma criança como outra qualquer. O pai fala que foram os humanos que criaram isso com histórias sobre Bicho-Papão e Monica diz que eles fazem a mesma coisa.
O pai deixa, mas ninguém pode encostar um dedo no filho. A mãe diz que o Papãozinho conseguiu o presente de aniversário e a turma quer comemorar com um lanche. Papãozinho fala que só trouxe um lanchinho, despertando interesse na Magali. Mônica diz que vão lanchar na "Praça da Magali" e Papãozinho quer brincar primeiro. termina com todos brincando no "Carrossel do Horácio" e sugerindo para depois irem à Turma do Penadinho e ao Cinema 3D e Mônica pergunta quem tem medo de Bicho-Papão.
História legal que o Papãozinho queria comemorar seu aniversário no Parque da Mônica, mesmo sem aprovação dos pais que contavam que os humanos não gostavam deles. Papãozinho foge e vai ao Parque e descobre que os humanos o achavam um monstro e tinham medo dele. A Turma da Mônica fica com pena e convidam a brincar no Parque por reconhecerem que ele era igual a todas as crianças, mesmo tendo aparência diferente.
Deu pena do Papãozinho ser desprezado pelos outros por ser um monstro, só queria conhecer o Parque da Mônica e não acreditava no que os pais falavam sobre os humanos e queria conferir. Ficou uma inversão também que assim como bichos-papões são monstros para os humanos assim como humanos são monstros para eles. Ficou também mensagens que os monstros são os humanos, conseguem ser mais perigosos que os bichos-papões através de suas atitudes, afinal, tinham medo e queriam prender o Papãozinho só por causa da aparência, e que também não se deve ter preconceitos só por ser diferente do padrão da sociedade.
O Parque da Mônica ficava dentro do Shopping Eldorado, em São Paulo, por isso o Papãozinho teve que entrar em um shopping antes de chegar no Parque. Teve absurdos de como encontraram jornal perdido na mata se ninguém aparece lá, porta do shopping abrir de madrugada sem ter clientes lá e não ter seguranças noturnos nem no shopping nem no Parque. A turma ficou mais de 5 páginas sem aparecer no início, tudo para dar destaque ao Papãozinho.
As histórias no Parque ajudavam a turma a ter outro cenário nas histórias, dar uma variedade e não ficarem só no bairro do Limoeiro e na época era novidade, ainda mais que foi inaugurado há pouco tempo, em janeiro de 1993, pouco mais de um ano, até então. Não considero tão incorreta hoje por ter mensagem no final, mas poderiam implicar por Papãozinho desobedecer os pais, fugir de casa de noite e tem elementos que alterariam hoje como Segurança com arma no bolso e Mônica bater em adulto e ele aparecer de olho roxo.
Nas histórias do Parque da Mônica gostavam de voltarem com personagens esquecidos que estavam no limbo, todos podiam ir lá. Então, essa marcou a volta do Bicho-Papão, que já tinha aparecido anteriormente na história "O Papãozinho" de 'Cebolinha Nº 16' (Ed. Abril, 1974). Em 1987 ainda teve o filme "Bicho-Papão e outras histórias" com essa história da Editora Abril virando desenho animado. O roteirista pelo visto fez uma homenagem aos 20 anos da história clássica com essa do Parque, tanto que o Papãozinho apareceu com boné do estilo que Cebolinha e Cascão usaram na de 1974. Aí, hoje comemoramos os 50 anos da história de 1974 e os 30 anos dessa de 1994.
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