sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Arquivos Turma da Mônica N°804 - Magali: HQ "A mosca"

Em janeiro de 1990, há exatos 30 anos, foi lançada a história "A mosca" em que a Magali troca de corpo com uma mosca causando muita confusão. Com 16 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 16' (Ed. Globo, 1990).

Começa com a Magali e sua mãe, Dona Lili, saindo do restaurante, com Magali perguntando se o pai, Seu Carlito, não ia com elas e a mãe diz que ele ficou lá lavando pratos do restaurante porque a Magali comeu mais do que eles podiam pagar e lembra que ainda avançou nos pratos dos outros clientes e fala que ela precisa controlar o apetite senão vai levar os pais á falência.
Magali não entra em casa e fica na rua mais um pouco para brincar e, com vergonha pelo que fez, decide que vai aprender a se controlar na fome, comendo só o necessário e resolve comer 12 cachorros-quentes, se sentindo bem que os pais vão se orgulhar dela. Só que depois de comer, se dá conta que foram 12 cachorros-quentes e chora na árvore se sentindo uma fracassada.

Franjinha aparece e pergunta o que aconteceu. Magali diz que está triste porque não consegue controlar o apetite e ao abraçar o Franjinha, acaba comendo o chocolate que estava no bolso do jaleco dele e Franjinha vê que o caso é grave e a leva até o seu laboratório, dizendo que tem algo que pode ajudar. A mãe do Franjinha o chama e ele pede para Magali esperar lá.

Magali entra na nova invenção do Franjinha e aperta um botão que tinha nela. Enquanto o vidro se fecha, entra junto uma mosca que estava rodando o tempo todo o laboratório. A invenção dá uma sacudida e quando abre o vidro, Magali sai transformada em mosca. Sem saber ainda, ela se sente diferente, mas o apetite não mudou nada. Ela se vê através de um vidro que virou mosca e sai á procura dele, mas não o encontra na casa dele.

Depois, Franjinha volta, falando que demorou porque teve que fazer compras para a mãe dele e nota uma fumaceira no laboratório. Franjinha vê a Magali dando trombada no seu invento e quando a vê de frente se assusta com a mosca no corpo da Magali. Ela estava tonta, dando trombada em tudo e sai com ela para tentar levá-la a um médico ou veterinário.

Enquanto isso, a Magali como mosca lamenta que não encontra o Franjinha e para piorar está com muita fome. Ela vê o Cebolinha comendo xisburguer e fica rodando em volta dele. Magali come todo o seu xisburguer e ao ver a Magali transformada em mosca, dizendo que estava uma delícia, se assusta e corre de medo, quando tromba com o Franjinha. Ele diz que viu a Magali transformada em mosca. Franjinha fala que ia dizer a mesma coisa, mostrando a mosca no corpo da Magali e Cebolinha desmaia.

Quando acorda, Cebolinha diz que não era aquela Magali que ele viu, era bem pequenininha. Franjinha raciocina e deduz que a Magali entrou no seu teletransportador junto com uma mosca e, assim a máquina acionou as moléculas das duas e elas trocaram de corpo. Cebolinha sente nojo da mosca no corpo da Magali e Franjinha avisa que tem que procurar pela cidade a mosca com a cara da Magali. Antes, vão deixar a mosca na casa da Magali, falando pra Dona Lili para deixar uma parte da filha lá enquanto procuram a outra parte e ela desmaia ao ver a filha daquele jeito.

Magali sente um cheiro convidativo de comida e vai até ao restaurante e toma toda a sopa de um cliente. Ele reclama com o garçom que tem uma moca na sopa. O garçom fala que ele já tomou toda a sopa, ele diz que foi a mosca, o garçom diz que é desculpa para não pagar e um começa a xingar o outro com muitos palavrões e ela sai e vai até á cozinha do restaurante.

Magali come toda a comida e o cozinheiro ao vê-la tenta matar. Ela tenta se esconder e acaba o cozinheiro acertando no Seu Carlito que ainda estava lavando louça do restaurante. Seu Carlito reclama que além de lavar louça, ainda apanha e Magali fala que não é para deixar o cozinheiro pega-la. Quando o Seu Carlito vê a filha transformada em mosca, desmaia.

O garçom aparece e tenta matar com um inseticida. Quando está prestas a apertar o spray, Franjinha e Cebolinha  aparecem e conseguem salvá-la. Franjinha diz que foram em todos os restaurantes o bairro e conseguiram encontrar lá. Magali fala que foi culpa dos brutamontes e eles desmaiam ao descobrir que a mosca fala.

Eles aproveitam e vão embora, voltam ao laboratório e Franjinha consegue fazer a Magali e a mosca voltarem ao normal. Magali reclama que o teletransportador não fez diminuir o apetite e ele diz que o que ia dar era um xarope que ele fez à base de jiló e óleo de sardinha, que um pouco dele já deixa a comida tão ruim que tira o apetite de cada um.
Os pais falam que a Magali não precisa de nada disso, que ela vai aprender a controlar seu apetite sozinha e vão para casa, com Dona Lili perguntando se Magali está bem, e ela responde que está normal e fica feliz que os pais não estão mais brabos com ela. Em casa, Dona Lili avisa que fez um bolo açucarado que ela gosta e antes de avançar, Magali oferece bolo para as moscas que estavam rodando as frutas na mesa, falando que  primeiro quer ver se suas amigas moscas estão servidas do bolo, terminando assim.
Essa história é muito engraçada, mexe com a fantasia dos leitores. Magali na tentativa de controlar o seu grande apetite, que custou o seu pai ficar lavando louça no restaurante por ter comido demais, procurou ajuda com Franjinha e acabou se dando muito mal, trocando de corpo com uma mosca ao entrar no teletransportador. Tem as invenções malucas do Franjinha que são bem divertidas e causam muita confusões, não é a toa que os personagens têm medo quando ele avisa que criou uma invenção nova.

Foram muitos absurdos, não só da troca de corpo  entre Magali e a mosca, como também a gula da Magali como mosca e comer tudo que vê pela frente de uma tacada só, da mesma forma que ela no seu corpo normal e ainda caber tudo na barriga como miniatura. Legal também ver os prejuízos que ela dava para os seus pais por conta da gula e suas tentativas em vão para controlar, como achar que comer 12 cachorros-quentes já estaria controlando apetite, pois normalmente comeria mais. Engraçado também os sustos e os desmaios dos personagens vendo a mosca no corpo da Magali ou ela no corpo da mosca.

Os traços bem caprichados, muito bem desenhados, dava gosto de ver assim, nunca deviam ter mudado isso. Teve um erro do garçom falando de boca fechada ao mostrar inseticida, hoje em dias eles corrigem fazendo alterações em almanaques quando acontecia isso nas revistas originais. Interessante o pensamento do Franjinha ser engrenagens. Eles gostavam de colocar balões de personagens tendo ideias ou pensando personalizados. Onde normalmente seria uma lâmpada, colocavam o Chico Bento com ideia representada por lamparina, o Penadinho por uma vela, o Piteco por uma fogueira e aí com o Franjinha foi engrenagens.

Era comum na época histórias com os personagens se transformando em alguma coisa ou trocar de corpo com outra pessoa ou outra coisa, normalmente acontecendo por alguma invenção ou por causa de uma bruxa, uma fada ou extraterrestre. Hoje em dia, evitam de fazer histórias assim de transformações de personagens, não sei por que motivo, talvez por acharem bobas ou serem absurdos demais e não gostam de fazer histórias com absurdos. Uma pena porque eram muito divertidas histórias assim.

Outro ponto incorreto é a mosca no corpo da Magali, podem achar que ia traumatizar muitas crianças vendo aquilo e aí não fariam. Confesso que quando criança achei um pouco esquisito de ver a mosca grandona no corpo da Magali, mas não a ponto de traumatizar, sempre gostei dessa história. Os palavrões  entre o cliente e o garçom também não iam colocar, já que atualmente palavrões são proibidos. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

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