sexta-feira, 14 de março de 2008

Japão pode proibir pedofilia, mas não em mangás e animês!

O Japão deve ceder às pressões internacionais e proibir a posse de pornografia infantil em breve. A nova legislação, que está em fase de desenvolvimento, provavelmente vai abrir uma exceção para mangás e animês, território fértil de imagens sexualizadas de adolescentes. Os mangás e animês eróticos são um mercado imenso. E, para as autoridades japonesas, um caso à parte. Um porta-voz do Unicef comentou a Justin McCurry, correspondente jornal inglês The Guardian em Tóquio, que trouxe o debate para o Ocidente no começo desta semana: "Nós gostaríamos que a lei cobrisse mangás, mas isso é extremamente difícil. Continuamos deparando com argumentos sobre liberdade de expressão, mas se os Estados Unidos e outros países podem banir esse tipo de material, por que o Japão continua a tolerá-los?". O gênero loli-con (abreviação para "lolita complex", ou "complexo de Lolita") é um dos mais visados, mas criadores e seguidores defendem-se, dizendo que as histórias são personagens ficcionais e, portanto, não são vítimas de nada. Mesmo assim, uma pesquisa de opinião do ano passado identificou que 70% dos adultos são favoráveis a banir a posse de material pedófilo, e 86% apóiam que a lei abranja também mangás, animês e ilustrações. Atualmente, o Japão e a Rússia são os únicos países do G8 em que um cidadão pode possuir pornografia infantil, desde que não tenha a intenção de vender ou distribuir pela internet. Em depoimento, o ministro da Justiça japonês Kunio Hatoyama explicou o porquê da mudança na lei: "A verdade é que a falta de penalização para a posse individual está servindo de brecha. Como com os narcóticos, a aprovação de posse pode levar à distribuição na internet".Contribuem para isso um boom de exploração sexual de crianças. No ano passado, 304 menores de 18 anos foram identificadas como vítimas de abuso, um aumento de 20% em relação a 2006. A lista de crimes inclui até mesmo assédio em sites de relacionamento, nos quais adultos pagam para que adolescentes tirem auto-retratos eróticos e enviem por celular. > http://www.universohq.com.br/quadrinhos/2008/n14032008_07.cfm

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