segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Submundo HQ N°20 : "CCXP 2015": Relatório do Evento (Por Cesar Leal)...

ccxp+12.jpg (664×636)
O "Submundo" apresenta... Um relatório pessoal e sincero sobre o que rolou no maior evento de quadrinhos do ano: A CCXP 2015!

Esta matéria é mais uma colaboração especial do Cesar Leal aqui pro blog: Ele esteve presente no local e me mandou - além do texto que segue - algumas fotos exclusivas (entre outras imagens que foram peneiradas na internet - pra complementar a postagem)!

Confira abaixo:

Mais uma CCxp. Depois de uma semana de término do evento encontro tempo para escrever sobre ele, após o final das férias e início da rotina de trabalho, o que parece até uma contradição, mas viajar com uma criança ativa de quatro anos não significa férias com tempo de escrever muito. Existe uma vantagem nisso: posso comentar de cabeça fria o evento sem me deixar levar por alguns fatos (positivos e negativos). O evento continua grandioso, muitos convidados internacionais e quadrinistas brasileiros dividindo o espaço com estandes de cinema, TV e quadrinhos em um ambiente agradável. Estive em três dias do evento e com toda certeza esse foi o ano de Star Wars, o estande da Disney estava muito bom, com direito a uma foto de cabine com você usando o sabre do lado da luz ou sombrio da força (dependia da fila que você ficava), um touro mecânico na forma do veículo da Rey (personagem do novo filme), trailer com poltronas em 4D e muita coisa para comprar. Também haviam muitos cosplays de uma galáxia muito distante... Jedis, Stormtroopers, Amidalas... Até um Almirante Thrawn dos livros de Zhan e um Greedo, estavam pelo evento e circulando também pelo estande da editora Aleph (no formato de uma cantina de Mos Eisley) onde pude ver um cosplay de Han Solo se esgueirar por trás de Greedo e este, ao se virar, encontra um blaster no rosto e o desafio: “Tá vendo que eu atiro primeiro?”. Piadas nerds em um local adequado para encontrar quem as entenda. Foi também o ano das Arlequinas, de todas as idades, tamanhos, formas e até sexo, já que além de uma variedade de Arlequinas do sexo feminino tinha também do sexo masculino (alguns muito hilários). 

Os estandes da Panini e da Comix foram muito semelhantes aos do ano passado, nada de novidade, algumas promoções e um mundaréu de gente para entrar. Mas os estandes de cinema estavam muito bons, os da Disney e Marvel (onde um artista personalizava pinturas de escudos do Capitão América), da Warner com os manequins dos uniformes de Batman vs Superman (ou será Superman vs Batman? Fica pela preferência de cada um), além das séries de TV da DC (com trailers e episódios) e muita coisa legal. A Fox apostou no visual do novo filme do Deadpool e a Sony nos seus lançamentos: Caça Fantasmas e Angry Birds. A Netflix, putz, disparado um estande muito divertido, fotos Karaokê (com a música de 4 non blondes da série Sense 8), e outras diversões com “mimos” para os participantes como camisetas e posters. Ganhei uma revista exclusiva do preview da série e um poster do seriado Jessica Jones só por ter participado de umas fotos digitais virtuais com uma atriz do “Orange is the New Black”. Imagino o que teriam me dado de brinde para eu parar de cantar se minha terrível voz tentasse o karaokê. Decepção foi o estande da Eaglemoss, quase nenhum produto a venda, poucas edições especiais e nenhum dos lançamentos prometidos (salvo duas edições dos Batmóveis) e digo que MUITA gente estava procurando o lançamento do Walking Dead que chegaram a anunciar. Os da Fantoy, Iron Studios, Pizytoys e afins também fizeram muito sucesso com filas enormes. No do Maurício de Souza uma tela no formato do Maurício interagia com os visitantes contando fatos e situações de forma virtual, impressionante. 

O Artist Alley, maior e menos abafado, mas ainda muito calor para quem se dispunha esperar pelo autógrafo de seu ídolo. Garcia López, novamente, uma simpatia. John Totleben, com sérios problemas de visão, auxiliado por sua esposa também foi um primor de simpatia. O que não se entendeu foi a Evangeline Lilly não autografar o seu livro (que teve lançamento no evento): você recebia um autógrafo num pedaço de papel, pois ela alegava que não fora ela quem fez as ilustrações do livro... Imagino se o Mark Waid seguisse a mesma lógica. Scott McCloud também foi uma simpatia, acompanhado do clã (esposa e filha), estava no estande da Marsupial autografando sua nova graphic novel. Mas haviam problemas, e sendo bem sincero, muitos devido à administração do Centro de Convenções que ainda está em construção de sua parte nova (desde o ano passado), fazendo os fãs darem uma volta imensa após a entrada para poderem realmente adentrar no evento. Com a chuva, a coisa piorou: um caminho entre piso de cimento e barro com “tatames” de plástico no chão que soltavam a lama represada quando se pisava. Dentro do evento a chuva passava entre os vãos do telhado na área gourmet. Inclusive, criando uma cascata que inundou parte da área bem na frente da loja oficial da CCXP. A área melhorou a recepção de celular, mas ainda estava ruim, e um anexo com food trucks aumentou as opções de lanches. Ano que vem o evento deve ser na parte nova do centro de convenções, iniciando a reforma dessa área mais antiga - e esses problemas, PARECEM, que vão melhorar... 

A administração também cometeu suas gafes. As filas são normais em algo dessa magnitude, mas certas posições da CCXP não. Se a fila de um artista foi finalizada em mim, deve se ter alguém do evento para informar aos que chegam que não serão atendidos, e não pedir para a pessoa que está na fila para “avisar quem apareça”. O fã não tem que se expor à uma situação chata (ou de conflito, dependendo de quem seja a pessoa que apareça para ser frustrado no intento de ter seu autógrafo) isso é responsabilidade do evento (até porque, se eu permitir que várias pessoas passem na minha frente continuarei a ser o último da fila, mas ela terá aumentado do mesmo jeito se não houver fiscalização). O fato da Justiça ter “limado” a figura do trabalho gratuito de “voluntário” diminuiu consideravelmente as pessoas “oficiais” no evento, e parece que elas não estavam muito “afinadas”, já que se você perguntasse alguma coisa sobre o horário em que um artista estaria dando autógrafos ou se ele já teria finalizado, poderia ter mais de 10 respostas distintas (sendo a “não sei” a mais honesta). Pelo menos o sistema de ônibus entre a saída do metrô e o centro de convenções funcionou bem. Os cosplays tinham um camarim especial e um guarda volumes próprio o que facilitou muito. Mas fila de entrada na comic com NÃO FAZIA O MENOR SENTIDO: um misto de cancelas separadas com grupos alternados para entrar que fazia com que pessoas que estavam bem atrás acabassem passando na frente sem o mínimo de lógica. E convenhamos, ficar numa fila por mais de 40 minutos para entrar no evento que já se iniciou há mais de uma hora, com sua credencial na mão, é evitável com uma simples questão de ter mais postos de entrada (afinal, não se trata de um evento gratuito). Isso sem falar que a falta de uma sinalização clara fazia os funcionários berrarem para os grupos causando uma confusão ainda maior e com aquele aspecto de estarem anunciando as ofertas na feira. Os pais com crianças tinham que penar com os pequenos durante essa falta de organização até conseguir entrar com os filhos no evento.

A doação do livro para o ingresso especial não tinha controle: se você entrava e não colocava o livro na pilha de doações, não tinha ninguém que cobrasse isso. Se por qualquer motivo eu tivesse pago o preço cheio e visse que não havia controle, teria ficado fulo da vida. Tinha até gente retirando livros da pilha de doações. O que leva à outro porém: Alguns artistas tinham seu atendimento aos fãs determinados por tempo (duas horas para Jim Lee e quarenta minutos para o inalcançável Frank Miller) então você depende da boa vontade de quem está na sua frente na fila. Entendo a emoção de estar com seu ídolo mas querer sete autógrafos e mais de três “selfies” já é não ter muita consideração pelos outros fãs. E, de novo: pessoas na fila de autógrafo com crachá de imprensa, até aí tudo bem, afinal são fãs também, mas fazer sua entrevista para blog, flog, videolog, ou sei lá o quê, dentro do tempo de autógrafos do artista É MUITA FALTA DE CONSCIÊNCIA, e isso não é questionado por ninguém da Comic-Con. Na fila do Jim Lee, houve um período de trinta minutos onde ele atendeu somente a 4 pessoas, todas com seus crachás azuis de imprensa fazendo entrevistas dentro do período de 2 horas que o artista atenderia aos fãs... É fácil a CCXP te vender o ingresso, querer que você grite na fila o lema: “vai ser épico” e não se preocupar com alguém que não pagou a entrada (por ter credencial de imprensa) e que levará quase dez minutos de conversa para algum veículo de informação, provavelmente fazendo perguntas iguais à seus colegas anteriores, pelamordedeus: para isso que inventaram as coletivas de imprensa.

Por ultimo a “situação Miller”. Entendo que o artista tenha um tempo limitado. Ele inclusive passou mal no evento. E desisti de um autógrafo dele no momento em que vi que a fila começou a se formar antes das 6 da manhã para um atendimento que começaria às 5 da tarde. Estando exposto aos problemas de “preferências” na fila e uma falta de organização daquilo que seria o ponto alto do evento. Acho que além de darem essa possibilidade aos fãs hardcore deveriam ter sorteado, talvez 5 ou 10 pulseiras para um autógrafo aos fãs que não iriam sacrificar seu dia inteiro de evento ou que, no caso, não tinha articulações e amigos na fila, seria uma forma de valorizar quem comprou o ingresso tendo uma chance de ter o mimo do autor. Até consegui o meu, mas em circunstâncias alheias ao evento. Na verdade, foi um bom evento: muito mais cheio que o ano passado. Foi divertido e espero poder ir novamente na próxima edição, mas não foi exatamente “épico” como querem passar - para isso, terão que melhorar a administração e o apoio aos fãs (que são a razão do evento funcionar).

Até+
PS: O "Submundo" agradece à mais esta colaboração do Cesar Leal.... E aproveito pra recomendar também aos leitores do blog uma conferida no relato do Marcos sobre a CCXP (postada aqui em 4 partes nos comentários deste:"LINK")! Valeu mesmo: Cesar e Marcos!!!
sub.png (599×495)
Créditos;)  Leo Radd http://submundo-hq.blogspot.com.br/2015/12/ccxp-2015-o-relatorio-do-evento-por.html

Nenhum comentário: