Mostro uma história simples e muito divertida de quando o Zé Vampir inventou que havia se acidentado só para pegar o sangue do hospital. Com 4 páginas no total, foi publicada em 'Cascão Nº 31' (Ed. Abril, 1983).
Capa de 'Cascão Nº 31" (Ed. Abril, 1983)
Nela, o Zé Vampir está lendo jornal em um banco de praça quando vê um caminhão de banco de sangue que estava indo para levar sangue em um hospital. Ele sente o cheiro dá vontade de tomar, estava morrendo de sede, mas lamenta que aquele sangue não era para ele. Até que tem uma ideia e corre para pôr em prática.
Logo depois, Zé Vampir aparece no hospital com uma roupa toda rasgada e cheio de arranhões, se joga na recepção e fala para recepcionista que precisa de sangue porque foi atropelado por uma jamanta, caiu em um bueiro, foi parar em rio, caiu em cima de uma catarata de pedras e foi se arrastando até lá no hospital. A recepcionista diz que o estado dele é grave e fala que vão atendê-lo e manda ficar atrás de um homem na fila. mas, quando ele vai ver, a fila era enorme, com muita gente para ser atendida.
Zé Vampir espera um tempão na fila e consegue ser atendido, mas a atendente o manda preencher uma ficha e se dirigir a outro guiché. Ele espera 1 hora na fila, afinal eram os mesmos que estavam esperando junto com ele antes, e finalmente entrega a ficha e entra no ambulatório. Lá, a enfermeira manda deitar na maca, quando bate o sinal da hora do almoço e ela sai falando que depois volta, deixando Zé Vampir esperar mais uma vez.
Depois de um tempo, ela volta e tira o sangue do Zé Vampir. Ele reclama, dizendo que não quer doar sangue, e, sim, receber. A enfermeira, então, diz que fez tudo errado, que tem que pegar outra fila, preencher uma ficha rosa e passar em outro guiché. Zé Vampir desmaia, caindo da maca, e a enfermeira o leva direto para outra enfermaria de maca, avisando ao pessoal da fila que era uma emergência, que ele estava precisando urgente de sangue, terminando assim.
Essa história é engraçada demais. Zé Vampir quis se aproveitar do hospital para tomar sangue, mas não contava que teria tanta burocracia e acabou se dando mal ao pôr em prática o seu plano infalível. Muito engraçado quando o Zé Vampir se dar conta que ia enfrentar fila para conseguir sangue e também quando a enfermeira deixa de atendê-lo para ir almoçar. Não é só o Cebolinha que tem seus planos infalíveis e como sempre em histórias de plano, o personagem se dá mal no final. Apesar, de certa forma, o Zé Vampir ter recebido sangue que queria, mesmo passando mal de verdade.
O roteirista quis fazer uma crítica com muito bom humor ao atendimento precário dos hospitais e burocracias, que infelizmente já acontecia nos anos 80. Tudo bem que Zé Vampir tinha inventado de ter sido acidentado, mas para ser atendido teve que esperar mais de 3 horas para ser atendido, com filas, preenchendo formulários, esperar enfermeira almoçar para ser atendido, coisas que não é muito diferente na vida real. Eu gostava quando tinha histórias fazendo críticas sociais e piadas em cima disso. Hoje em dia é impublicável por estar fazendo crítica social e também do Zé Vampir querendo tirar o sangue que seriam de outros pacientes do hospital.
Os traços muito bons, bem característicos do início dos anos 80 e ainda com o Zé Vampir sem traços muito definidos, tanto que seus olhos não apareceram brancos e os dentes caninos diferentes. Na postagem a coloquei completa. Teve propaganda do lápis amarelo Labra inserida na lateral direita da última página, o que era muito comum na época e eu gostava quando acontecia. Ela foi republicada depois em 'Almanaque do Cascão Nº 9' (Ed. Globo, 1990). Abaixo, a capa desse almanaque.
Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 9' (Ed. Globo, 1990)
Créditos;) Marcos Alves > http://arquivosturmadamonica.blogspot.com.br/2016/11/ze-vampir-hq-sangue-sangue-sangue.html
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