Nessa postagem mostro uma história de Natal com a Tina e sua turma em que o Rolo ensina para a Pipa o verdadeiro significado do Natal. Com 6 páginas no total, foi publicada originalmente em 'Almanaque da Mônica Nº 11' (Ed. Abril, 1981).
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 11' (Ed. Abril, 1981)
Escrita por Mauricio de Sousa, começa com a Tina empolgada mostrando o seu vestido novo que ia usar no Natal e pergunta para a Pipa o que ela vestir de noite. Pipa diz que o de sempre porque está gordinha e vai fazer regime no próximo ano e não quer perder roupa e ela sai por ai pra procurar um vestido novo quando perder os quilinhos a mais.
Quando sai da casa da Tina, Pipa começa a ficar cada vez mais triste e começa a chorar, caindo lágrimas do seu olho. Nessa hora, aparece o Rolo todo animado, falando para ela se alegrar, perguntando pelo seu espírito natalino. Ele nota que ela estava triste, com olhos com restos de choro e Pipa diz que caiu um cisco no olho dela.
Rolo comenta que nessa época tem muita gente com cisco no olho e que o Natal podia ser diferente, sem cisco no olho nem nada. Como uma noite clara com uma grande estrela indicando o caminho, e no fim do caminho uma criança querendo de presente apenas carinho. Quem der carinho a uma criança, receberá eternamente de volta sua gratidão e que o sorriso alegre dela significa a renovação da vida. Basta apenas carinho, amor e coração aberto para receber sorriso das crianças para renovar a vida, afinal não precisa vestir um sorriso com vestido novo nem ensinar um sorriso a brincar com novos lançamentos de brinquedos.
Rolo se despede da Pipa desejando Feliz Natal e que ela tenha cuidado com a poeira dos olhos. Pipa diz que não tem mais perigo. Passa um tempo e de noite, Tina pergunta aonde a Pipa esteve e ela diz que depois que se encontrou com o Rolo brincou com tantas crianças, que nunca passou um dia tão alegre e que gostaria da Tina conhecesse as crianças que ela brincou e que tudo que precisou foi sorrir para elas, terminando assim.
Uma história filosófica e de reflexão bem estilo do Mauricio de Sousa com a Turma da Tina como nunca vista nos gibis. Foi mostrado o verdadeiro sentido do Natal com mensagem de alegrar as crianças e deixarem felizes, nem que seja sorrindo pra elas, chegando a comparar o Menino Jesus com todas as crianças do mundo que precisam de carinho no Natal. E Pipa seguiu o conselho do Rolo de sorrir para todas as crianças que encontrava na rua para se sentir melhor. Ficou o mistério por que Pipa estava triste, por que ela ficava assim no Natal, com cada um interpretando da forma que quiser.
Tem uma série de fatos que torna essa história rara e especial. Primeiro porque colocaram créditos nela de roteirista, desenhista (lápis) e arte-final, raríssimo em histórias da MSP. Algumas entre 1980 a 1982, volta e meia tinham, mas muito de vez em quando. Sempre foi marcada mesmo em não ter créditos, só mudando isso a partir de 2015 com todas as histórias creditadas. Foram colocados só nomes sem sobrenomes, então, nessa deu para ver além do roteiro teve desenho de Emy Acosta e arte-final de Alice Takeda, hoje esposa do Mauricio e diretora de arte da MSP.
É uma história da Turma da Tina feita pelo Mauricio, bem raro isso também. Ele fazia as da fase hippie da Tina de 1970 a 1972 contracenando com Toneco, depois deixou de fazer, e deixava para outros roteiristas fazerem por ele ter dificuldades de fazer histórias com universo adolescente.
Tina com história de Natal também é raríssimo. Essa foi a primeira e além dessa, só as que saíram no 'Almanaque da Mônica Nº 16' (Ed. Abril, 1982) e em 'Tina Nº 8' (Ed. Panini, 2009). Tinham histórias de Natal de secundários como Bidu, Astronauta, Papa-Capim, entre outros, mas Tina curiosamente não tinha. Fora Turma da Tina, só Piteco que nunca teve história de Natal por ele ser da pré-história. Porém, Horácio teve as suas.
É inédita até então, assim como todas desse almanaque, já que alguns almanaques da Mônica da Editora Abril entre 1980 a 1983 tinham histórias inéditas. E assim como todas as outras inéditas, essa nunca foi republicada até hoje e, então, só quem tem esse 'Almanaque da Mônica Nº 11' é que conhece essa da Tina e as outras histórias. Outra curiosidade os Almanaques de Natal da Mônica especiais da Ed. Abril seguiam numeração dos seus almanaques convencionais. Foram os de Nº 7, 11, 16 e 20, todos com histórias inéditas inclusas e nunca republicadas até hoje.
Zecão ainda não existia, por isso não apareceu. Só estrearia em 1982 na história "Pedido de namoro", de 'Mônica Nº 146'. Os traços muito bons, com outra raridade da Turma da Tina em estilo superfofinho da Emy Acosta, que ficou consagrada no final dos anos 70 e que ainda tinha seus últimos suspiros em 1981. Detalhe dos quadrinhos em outros formatos, sem ser os tradicionais quadrado ou retangular, marca registrada dessa fase fofinha. Enfim, uma história clássica e filosófica para refletir no Natal do fundo do baú que vale a pena relembrar há exatos 35 anos.
Créditos;) Marcos Alves > http://arquivosturmadamonica.blogspot.com.br/2016/12/turma-da-tina-hq-tinatal.html
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