Mostro uma história de quando o Coelho Caolho precisou ser escravo de uma minhoca para não ter trabalho de cavar terra para comer. Com 7 páginas no total, foi publicada originalmente por volta de 1978 e foi republicada em 'Almanacão de Férias Nº 4' (Ed. Globo, 1988).
Começa com Coelho Caolho lendo o seu jornal quando de repente ouve um grito. Era uma minhoca que havia sido pisada pelo Coelho Caolho quando estava distraído lendo o jornal. A Minhoca fala que vai morrer porque foi esmagado e caso resistir ao sofrimento, não terá forças para cavar os túneis e procurar as suas terras prediletas para comer e vai morrer de fome.
A Minhoca fala ainda que tudo por culpa do Coelho Caolho, o "pisador de minhocas indefesas". Coelho Caolho fica com pena e diz que não pode deixá-lo morrer de fome e pergunta se tem algo que possa fazer par a ajudar. A Minhoca, malandramente, fala para o Coelho Caolho cavar as suas "terrinhas" em seu lugar porque não tem forças para isso e como forma de indenização terá que cavar terra todos os dias durante 3 meses por 2 horas por dia.
Coelho Caolho começa a cavar imediatamente e a Minhoca vai coordenando os locais que ele teria que cavar os túneis. Enquanto cava, Coelho Caolho fica pensando o motivo da Minhoca querer tanto túnel e do lado de fora surgem outras minhocas perguntando para a Minhoca Golpista se o plano deu certo ele diz que o bobalhão está aumentando ainda mais a galeria delas.
Passadas 2 horas, Coelho Caolho volta á superfície e pergunta à Minhoca se o castigo do dia terminou. Ela diz que sim e é para retornar no dia seguinte e assim Coelho Caolho vai embora exausto. Quando vai embora, surge outra minhoca e a Minhoca Golpista diz que ele deixou terra fresquinha para elas. Comentam que agora todo dia vão ter toneladas de terras frescas para comer sem precisar fazer esforço nenhum e que o golpe foi genial e por ter terra demais convidam outras minhocas para dividir o banquete e comemorar o golpe do século.
São convidadas minhocas de outras colônias, mas fala que algumas foram quadradas e não quiseram vir porque não era certo o que fizeram com o Coelho Caolho. A Minhoca Golpista diz que se elas querem continuar gastar energia por conta própria, paciência. Ele vai se aproveitar do coelho. As outras minhocas chegam e já de prontidão esperando Coelho Caolho voltar para cavar a terra de novo. Ele chega uma hora depois, já preparado par ao seu castigo de cavar e não encontra a Minhoca Golpista lá e estranha a terra revolvida.
No final, aparece Jotalhão todo feliz com um saco cheio de peixes. Ele conta que pescou milhões de peixes e agradece a quem revolveu aquela terra toda porque o local se transformou em um viveiro de minhocas e foi fácil pegar todas elas para a sua grande pescaria, deixando Coelho Caolho surpreso e assim marcou o fim do castigo dele com a morte das minhocas.
História muito bacana mostrando a fábula do golpe da minhoca que queria explorar o Coelho Caolho. Minhoca aproveitou a distração dele e preparou o golpe de inventar que foi pisada só para o Coelho Caolho cavar as terras para ela sem precisar de fazer esforço para isso, e acabou morrendo como castigo. A lição de moral da fábula foi essa de não se aproveitar da boa vontade dos outros para se beneficiar que acaba sendo castigado depois.
Embora a Minhoca a gente fala no feminino, mas o personagem aí é masculino, era uma minhoca-macho. Coelho Caolho também é macho. Não colocaram nome na Minhoca dessa vez, sendo chamada só de Minhoca mesmo. Interessante o linguajar dos anos 70, tinha um jeito mais formal no texto como "desculpe-me", "machucou-se", e até termo que não falam mais atualmente como "à guisa de indenização", que é o mesmo que "como forma de indenização".
Os traços ainda com os personagens com bochechas pontiagudas típicos dos anosa 70 , marca registrada da década e ainda com personagens falando com boca fechada. Como era de costume nos anos 70, as histórias muitas vezes só tinham o nome dos personagens sem colocar um título e essa aí foi mais uma delas que só colocou "Coelho Caolho" no título. Isso quando não colocavam só "Raposão", mesmo quando ele nem aparecia nas histórias. A partir dos anos 80 já passavam a colocar mais títulos nas histórias dos secundários com mais frequência, sendo que Astronauta que não tinha títulos nas histórias.
Créditos ;) Marcos Alves - https://arquivosturmadamonica.blogspot.com.br/2018/02/uma-historia-do-coelho-caolho.html
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