Mostro uma história sobre futebol em que o Cascão ganhou do pai uma camisa do "Coringão" e passou sufoco para estreá-la quando queria jogar bola com os seus amigos. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 161' (Ed. Globo, 1993).
Começa com o pai do Cascão, Seu Antenor, dando uma camisa do "Coringão" (Corinthians) para o Cascão, o time de coração deles. Cascão fica superanimado e trata logo de vestir a camisa e mostrar para a turma e estreá-la em um jogo de futebol para dar sorte.
Cascão vai na rua e encontra o Cebolinha todo arrumado e Cascão convida para jogar bola para estrear a sua camisa nova do "Coringão", mesmo que não tinha nada marcado, eles podiam marcar. Cebolinha diz que não dá porque ele tem que estrear a gravata de borboleta ridícula na festa da casa do seu tio Álvaro e ele sai com a sua mãe, Dona Cebola.
Cascão diz que pode convidar outras pessoas e em seguida encontra Franjinha e Zé Luís jogando xadrez e chama os amigos para jogarem futebol. Eles aceitam, depois que terminar a partida. Cascão espera sentado e eles demoram muito, deixando Cascão entediado. Ele pergunta se a partida vai demorar muito e Franjinha diz que não sabe, pois teve uma vez que ficaram dois dias jogando e Zé Luís fala pra se calar para não tirar a concentração deles. Cascão vai embora falando que dois dias é muito tempo.
Depois, Cascão encontra o Xaveco jogando bola e eles jogam juntos, só que quando o Xaveco dá o seu primeiro chute, a bola cai em umas flores com espinhos e acaba a bola furando, terminando o jogo. Cascão fica com raiva, já achando que tem alguma coisa que não quer que ele estreie a camisa nova naquele dia. Logo depois, encontra a Cascuda, toda romântica em cima dele e Cascão diz que ela é a salvação e se ele pode pedir algo para ela. Cascuda responde que sim, pensando que era para dar um beijo nela, mas Cascão fala que é para ela ir jogar bola juntos. Cascuda fica com raiva, tirando o clima de paixão e reponde que não e vai embora dando adeus ao namoro deles, deixando o Cascão sozinho.
Cascão fica triste e senta em uma pedra, quando Cebolinha aparece falando que pode jogar futebol com ele porque a festa foi ontem e sua mãe errou a data. Em seguida, Franjinha e Zé Luís querem jogar bola com ele porque acabaram cedo o jogo de xadrez, com Zé Luís levando xeque-mate. Aparecem também Titi e Jeremias querendo. Cascão fica feliz, mas comenta que eles não tem bola e então aparece o Xaveco falando que o pai dele deu uma bola nova e finalmente eles podem jogar e Cascão estrear a sua camisa do "Coringão". Franjinha pede para esperar porque eles querem jogar com a camisa do time deles.
Os meninos voltam com as camisas deles e Cascão descobre o time dos seus amigos e fica zoando por eles não torcerem para ro 'Coringão'. Franjinha torce para o São Paulo e Cascão o chama de "Pó de arroz",;Xaveco, pro Santos e o chama de "Peixinho"; Cebolinha torce para o Flamengo e Cascão diz só um "blá" com desdém e diz que é o único que tem bom gosto. Quando vê o Jeremias vestido com camisa do palmeiras, se racha de rir e o zoa de "Porco". Franjinha manda Cascão parar senão eles vão tirar sarro do time dele.
Começa a partida, com apenas Titi e Zé Luís sem camisas de times. Cascão, Cebolinha e Franjinha em um time e Xaveco, Jeremias e Titi no outro. Zé Luís como juiz dá o sinal do início e Cascão dá a partida com a bola e é o craque do jogo, driblando todo mundo e acaba fazendo todos os 4 gols da partida, terminando em 4 a 0 o time dele. Cascão é carregado no alto pelos meninos e Cascuda aparece, falando com o Cascão que viu tudo de longe, achou o máximo e ela dá um beijo no Cascão, fazendo as pazes. Cascão fala que foi um dia muito feliz, graças à sua camisa do "Coringão". Xaveco e Titi dão parabéns à vitória e que eles vão fazer algo que nem os times profissionais.
No final, Cascão chega em casa chorando e o Seu Antenor pergunta se não conseguiu estrear a camisa nova. Cascão diz que conseguiu e seu time ganhou e a torcida o aclamou. Seu Antenor pergunta então o que houve de errado e Cascão diz que no final do jogo eles trocaram as camisas que nem os profissionais e acabou ficando com a camisa do Palmeiras, logo seu time arquirrival.
Uma história muito divertida mostrando o amor do Cascão ao futebol e ao seu time Corinthians. Muito legal ver os imprevistos dos seus amigos que impediram inicialmente de estrear a sua camisa nova jogando bola com eles. Depois eles conseguiram resolver seus problemas e jogarem com êxito e Cascão consagrado a craque até acabar a sua felicidade com a troca de camisas, logo trocando pela camisa do seu arquirrival Palmeiras. Boa sacada de só mostrar a cara do Cascão chorando na frente do pai até revelar que eles haviam trocado a camisa.
Desde que o Pelezinho deixou de ter gibis, o Cascão herdou histórias de futebol e ficou com uma alternativa pra diferenciar um pouco histórias envolvendo as tradicionais histórias de banho e sujeira. Colocaram o Cascão torcendo para o Corinthians e muitas vezes como o craque da turma, rendendo boas histórias, como essa. Além de futebol, histórias de planos infalíveis e com brincadeiras diferenciavam das com medo de água. Vimos também que o Cebolinha tem um tio chamado Álvaro, ideia não seguida adiante já que não tem cronologia nos gibis da MSP.
Sobre times dos personagens, nunca teve uma coerência até o início dos anos 90, em cada história desse tipo, os personagens torciam para times diferentes. Apenas na metade dos anos 90 que colocaram de forma fixa, pelo menos os dos personagens principais, Então, Mônica passou a torcer para o São Paulo, Magali torce pro Santos e Cebolinha pelo Palmeiras. Antes, coerência nenhuma, como o Cebolinha, que já chegou a torcer para o São Paulo e pelo Flamengo como nessa história. Os clubes paulistas prevaleciam, já que o bairro do Limoeiro onde eles moram é ambientado em São Paulo.
Outra curiosidade é que o Cascão já torceu pro Santos nas tiras de jornais dos anos 60 e só quando ganhou gibi próprio que passou a torcer pelo Corinthians. Interessante que só o Corinthians teve nome parodiado na história, sendo chamado de "Coringão". Os outros times não foram parodiados. Legal a parte do Cascão zoando os times, principalmente quando ele vê o Jeremias de Palmeiras, foi engraçada a cara que ele fez. Os traços, aliás, muito bons, típicos dos anos 90.
Legal ver a presença do Zé Luís, bem comum aparecer com a turma na época e hoje como um personagem esquecido por raramente aparecer nos gibis. Teve um erro de cor na camisa do Zé Luís que apareceu de camisa azul como juiz do jogo e antes ele aparecia de camisa vermelha. Eu gostava quando tinha erros de cores assim. Nessa até pode dar desculpa que quando a turma foi trocar de camisa, ele mudou a dele para uma azul. Outro erro foi do Cascão falar no final que o jogo foi 3 a 0, sendo que nas imagens da história ele fez 4 gols, não 3. Acabou aparecendo também um menino como figurante ao segurar o Cascão no alto no final da partida, provavelmente como parte da plateia, já que não apareceu jogando com os outros meninos.
Créditos ;) Marcos Alves - http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2018/07/cascao-hq-minha-camisa-do-coringao.html
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