domingo, 7 de outubro de 2018

Arquivos Turma da Mônica N°665 : Titi: HQ "As bandeiras de cada um"!

Dia de Eleições no Brasil e então mostro uma história em que o Titi busca um partido político para se juntar. Com 4 páginas no total, foi publicada em 'Mônica Nº 2' (Ed. Globo, 1987).
Nela, Titi encontra um homem na rua carregando uma bandeira vermelha e pergunta sobre a bandeira. O homem diz que ele é do Partido Vermelhista, que luta pela igualdade de todos, um estado forte e abaixo à burguesia.
Em seguida, aparece uma mulher com outra bandeira falando para o Titi não dar atenção ao homem. Ela diz que é do Partido Humanitário, que defende a valorização do homem, a não-discriminação e a não-violência e então os 2 ficam discutindo qual partido é melhor.

Logo depois aparece um homem falando que os 2 partidos estão por fora, que o ideal é o Partido Capitalista, a favor do capital e da livre empresa. Os apoiadores dos Partidos Vermelhista e Humanitário defendem seus partidos como burguês e reacionário, respectivamente.
Aparece então o defensor do Partido Anarquista, a favor de ninguém se intrometer na vida dos outros. Os defensores dos outros partidos acham que é uma loucura e absurdo a ideia desse partido. Em seguida vem o Partido do Operariado, em defesa aos operários e trabalhadores e também a defensora do Partido Ecológico, em defesa do meio Ambiente. Todos ficam discutindo gritando os nomes dos seus partidos no meio do Titi e ele cai fora de mansinho enquanto eles ficam discutindo.

Depois, Titi vê um grupo de pessoas carregando a mesma bandeira e nota que aquele partido tem um bocado de seguidores. Ele compra uma bandeira e resolve ir atrás do grupo já que com tantos defendendo aquela bandeira, o partido deve defender boas ideias.  Porém, quando vai ver, foi parar em um estádio de futebol e na verdade era um grupo de um time de futebol, desiludindo o Titi de que exista um partido que tenha boas ideias e que todos possam defender sem arrependimento.
Uma história muito boa, filosófica e inteligente mostrando como se deve defender as ideias de um partido. Os defensores tentavam mostrar as propostas do seu partido e influenciar o Titi a se juntar com um deles e acabou o Titi não se aliando a nenhum deles em busca de um partido que a maioria esteja de acordo com boas ideias, mas acabou se decepcionando no final que aquela bandeira que jurava que tinha boas ideias era apenas um time de futebol.

Ficou a reflexão se na vida real existe um partido ideal e perfeito que sempre busque defender e atender a população. Na verdade, os candidatos que deveriam ser o foco das eleições e não um partido, mas como são os partidos que determinam tudo, então é importante ver um partido que defende a sua filosofia de vida e o que você busca como prioridades na sua vida em todas as áreas, seja econômica, segurança, saúde, transportes, empregos, educação, etc. E na história o roteirista mostrou uma boa mensagem em relação a isso.
Tipo de história que podia ser protagonizada por qualquer personagem e preferiram colocar com o Titi talvez por ser pré-adolescente e uma fase de estar começando a descobrir sobre a política. Um que se encaixaria bem no lugar seria o Rolo. Impublicável hoje em dia já que histórias envolvendo temas mais adultos como eleições não são feitas hoje em dia. Os traços muito bons, bem característicos de histórias de miolo os anos 80 com direito aos personagens aparecerem com peles mais rosadas que o costume, bem característicos das primeiras edições da Globo, mais precisamente os primeiros 5 meses. 
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Créditos ;)  Marcos Alves - http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2018/10/titi-hq-as-bandeiras-de-cada-um.html

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