Compartilho uma história com o Piteco achando ruim da Thuga se casar com um cara que tinha conhecido há pouco e a mantinha prisioneira. Com 5 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 126' (Ed. Abril, 1980).
Começa com o Piteco pescando e sendo apresentado pelo narrador como um amiguinho pré-histórico simpático e solteirão quando recebe do carteiro um convite de casamento que deixa o Piteco muito feliz e animado, era o casamento da Thuga.
Ogra aparece desanimada comentando que Thuga sempre escolheu muito mal os namorados dela, tentou abrir os olhos dela, mas queria se casar com o primeiro que viu pela frente e leva o Piteco até onde estava a Thuga. Chegando lá, ele vê Thuga acorrentada nos pés e ela diz que que foi ideia do noivo por ele ser ciumento e pensar que ela ia fugir enquanto buscava o Juiz.
O noivo aparece com raiva e dando bronca que não quer vê-la conversando com desconhecidos. Thuga fala que Piteco é um amigo de infância e o noivo diz que também não quer vê-la com conhecidos, vai cortar as amizades dela e quer só ele perto da Thuga. Piteco intervém, falando que a Thuga não pode se casar com aquele mastodonte, que vai tratá-la como prisioneira. O noivo pergunta o que Piteco tem a ver com isso e ele responde que é um amigo e gosta muito dela.
O noivo pergunta que se gosta tanto dela por que nunca a pediu em casamento e ele diz que nunca teve oportunidade. Com isso, quando Piteco finalmente pede a Thuga em casamento, é descoberto que o noivo era primo da Ogra e foi tudo um plano infalível da Thuga para ver se conseguia o Piteco se casar com ela. O Juiz de Paz começa a cerimônia com Piteco paralisado de medo, só que ela fica tão emocionada que acaba desmaiando. Piteco aproveita para fugir se livrando do casamento. No final, Thuga acorda e vai atrás do Piteco enquanto o Juiz de Paz fala que é uma pena ele não cobrar por tentativa de casamento porque senão ele estaria rico e aposentado.
Uma história bem divertida com mais um plano infalível da Thuga para tentar se casar com o Piteco. Dessa vez ela armou que ia se casar com um cara para ver se Piteco se sensibilizasse e resolver se casar com ela para não vê-la prisioneira de um cara machista e ciumento. Só não contava que o noivo entregasse o plano e ela própria desmaiar na hora do casório, dando brecha para o Piteco fugir.
Muito legal ver Piteco acreditando no plano, ver a Thuga acorrentada nos pés, o noivo falar que não podia se encontrar nem com os amigos e engraçado o Juiz de Paz no final falar que estaria rico e aposentado com todas as tentativas de casamento da Thuga e Piteco. Não era só Cebolinha que fazia planos infalíveis, qualquer personagem fazia seus planos de acordo com seus interesses, sendo que os da Thuga eram muito bons também.
Mostra que no fundo o Piteco gosta da Thuga, só não queria se casar. Ele podia dar surra no noivo sem precisar se casar com ela só para não ser prisioneira do noivo. Aborda também assunto de homens machistas, que não querem ver namorada ou esposa liberal e que sempre tem que estar servindo a ele. Impublicável hoje em dia por essas razões de mostra rum cara extremamente ciumento tornando Thuga prisioneira para não se encontrar com outros homens e mostrá-la acorrentada.
Curiosamente, dessa vez foi uma história sem título, apenas o nome do Piteco. Podiam ter colocado nome no noivo da Thuga, só foi revelado que era primo da Ogra. Ele só apareceu nessa história, como era de costume personagens secundários. Teve presença da Ogra, ela era muito frequente nos gibis dos anos 1970, inclusive tendo histórias solo. Nos anos 1980 e 1990 começou a aparecer só de vez em quando e hoje está na galeria de personagens esquecidos.
Os traços muito bons da fase de transição dos anos 1970 até o que ficou consagrado no decorrer dos anos 1980. O Juiz de Paz que ainda não tinha traços definidos e por isso apareceu diferente do que o atual. Teve um quadrinho com Piteco e Ogra pintados tudo com cor laranja na página 2 da história (página 29 do gibi), assim como árvores coloridas só de vermelho e só de azul, era bem comum isso nos gibis dos anos 1970, não só da Turma da Mônica, mas também em gibis de todos os segmentos e turmas da Editora Abril, ainda assim não tira o encanto dos gibis da época.
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