A turminha foi fazer piquenique e Cebolinha comenta com Magali sobre o lugar que ela arranjou, logo perto de um casarão velho e Cascão fica com medo das nuvens formando chuva no céu. Troveja e Cascão some na hora. Mônica acha que ele entrou no casarão e Magali fala que ele pode ficar lá porque não entra naquela casa. Só que a comida deles sumiram também e, assim, Magali resolve entrar na casa, afinal era um caso de emergência.
Quando Magali se aproxima, a porta se abre sozinha. Mônica até pensa que foi Magali quem abriu, mas não foi. Quando a turma entra, a porta se fecha sozinha e eles ficam com medo. De repente, uma mão apoia nos ombros da Magali, que fica em dúvida porque todos os 3 estão juntos e de braços abaixados. Quando olham aparece só uma sombra e eles ficam apavorados achando que é uma assombração, mas se aliviam vendo que era apenas o Cascão.
Magali pergunta onde está a comida e Cascão fala que está ao lado dele, mas quando vê sumiu. Magali pensa que é história dele enquanto Cebolinha senta em uma poltrona, só que não tinha poltrona quando eles entraram e quando eles vão ver, ele havia sentado no colo de um monstro Frankstein. A turma corre apavorada, mas o monstro também corre atrás deles com medo do tal monstro que falaram. Eles percebem que o Frankstein era bonzinho.
Aparece um homem e Mônica deduz que era um cientista louco por envolver casarão e monstro. Cebolinha pergunta para Mônica como ela sabia e Mônica diz que assiste a todos os filmes de terror na televisão, enquanto o Cientista ri e chora ao mesmo tempo. Mônica diz que estava faltando um lobisomem, uma múmia, um vampiro, quando eles aparecem e prendem a turminha no calabouço do casarão. Mônica pergunta porque está os prendendo. O Cientista fala que foi ele quem criou os monstros, pretende criar cada vez mais monstros e depois vão com fome para a Terra e devorar tudo que veem pela frente e ele vai se tornar rei do mundo e todos passarão fome.
Depois que o Cientista e os monstros vão embora, Magali grita para tirarem de lá porque quer comida e está com fome. Ela faz uma cara de fome com expressão horrível e misteriosa que só a turma vê e eles se assustam e acabam quebrando as grades do calabouço e conseguem sair de lá. O Cientista Louco e os monstros aparecem bem na hora que a turma ia tenta fugir e resolvem atacá-los. Mônica tem ideia da Magali fazer a cara monstruosa de fome e a atenta falando de torta de maçã, feijoada, melancia e outras comidas e Magali acaba com muita fome e faz a cara monstruosa e apavorante que deu medo até nos monstros.
De tanto medo, os monstros somem e o Cientista bate a cabeça na pilastra e fica com amnésia. A turma comemora que ele pode se tornar uma pessoa normal e Magali dá ideia de ele se tornar vendedor de cachorro-quente. No final, Magali come todos os cachorros-quentes do Cientista e faz a turminha pagar tudo que ela come como castigo da Mônica ter dado tentação falando de todas aquelas comidas na hora que os monstros iam atacá-los.
Sem dúvida uma história sensacional com a turma enfrentando monstros criados pelo Cientista Louco para dominar o mundo. História de terror muito envolvente do início ao fim. Foi legal ver a turma assustada ao ver uma sombra do Cascão e com os monstros, tiradas como o Cientista falar para esperar trem e bonde e até o início foi legal com Magali chamando Cascão de safado por ter roubado toda a comida do piquenique ao sumir por causa do trovão e ela ser a primeira a entrar no casarão só por interesse de ter a comida de volta. Turminha se deu mal no final e Magali se deu bem por comer os cachorros-quentes a vontade e seus amigos que pagaram tudo. Quando se tratava de comida, ela era capaz de tudo. Ela salvou a Terra sem querer, mas não gostou da tentação de comida pelos seus amigos para assustar os monstros.
Os 4 personagens tiveram participação ativa na história, todos se encaixaram bem, sem dizer que estavam lá apenas por figuração. Cada personagem com sua personalidade real, do jeito que devem ser. Mais importantes foram Cascão e Magali. Cascão foi responsável pelo inicio da história por ter entrado no casarão por causa da chuva e eles precisarem entrar lá para recuperar a comida do piquenique. Já Magali foi quem organizou o piquenique em frente ao casarão velho e foi decisiva para a turma se livrar dos monstros e piada final com ela. Pode até considerar uma história dela, se ela tivesse revista na época, podiam publicar em revista dela tranquilo. Magali ainda não era considerada uma grande personagem, mas pelo visto já tinham uma ideia de se tornar e encaixando aos poucos junto com os outros 3 para os leitores irem se acostumando.
O ponto alto e decisivo da história, foi o mistério da cara da Magali fez quando estava com muita fome, uma cara tão feia e monstruosa que conseguiu assustar até os monstros. Em vez de mostrar a cara, ficou só na imaginação dos leitores de qual cara ela fez na hora quando aparecia de costas. Foi algo semelhante que o Mauricio de Sousa fez com a Tonica, prima do Cascão na história "A dona da rua" (Mônica Nº 2, de 1970), em que a Tonica fazia uma cara misteriosa ao ficar triste que sensibilizava os personagens e cedia aos interesses dela por pena. Mauricio gostava de fazer histórias com mistérios de expressões de rostos dos personagens sem mostrar como era tal expressão, para forçar os leitores imaginarem, a pensarem nas coisas. Era uma boa sacada cada um imaginar a cara como desejasse. Não sei se essa "O Piquenique Tenebroso" é do Mauricio de Sousa, talvez sim, e se não for, pelo menos o roteirista deixou a essência do Mauricio nela.
Por conta de comparar a Magali como um monstro, assim como o final com ela comendo vários cachorros-quentes e ainda mais às custas dos amigos para se vingar de eles provocarem fome nela e também eles serem empurrados no calabouço do jeito que foram não fariam essa história hoje em dia. Eles não gostam mais de explorar a fome exagerada na Magali e nem ter exploração dos amigos e também os personagens não podem mais sofrer violência. Poderiam até fazer o tema central, mas com essas adaptações.
Traços ficaram bons e típicos dos anos 1970. Dá pra notar que em 1976 já estavam diferentes em relação às primeiras revistas da Mônica de 1970 e 1971 e já começando a ficarem parecidos como os dos anos 1980, só que os personagens ainda tinham bochechas pontiagudas, línguas ocupando maior parte das bocas e eram mais magros. Chama também a riqueza de detalhes nos cenários como um todo, muito caprichados. Teve um erro com Magali aparecendo de vestido vermelho em um quadrinho na penúltima página. Eu tirei as imagens do 'Almanaque da Turma da Mônica Nº 18' (Ed. Abril, 1982), mas acredito que na revista original de 1976 também apareceu assim já que eles não costumavam alterar cores de originais na Editora Abril. Termino mostrando a capa desse 'Almanaque da Turma da Mônica Nº 18' onde foi republicada como história de encerramento.
Capa de 'Almanaque da Turma da Mônica Nº 18' (Ed. Abril, 1982) |
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