Começa com o Tonico tentando dar vassourada e reclamando que Pelezinho quebrou mais uma vez a sua vidraça da janela e que conseguiu escapar sem que ele furasse a bola, mas um dia conseguiria e colocá-la na sua coleção de bolas furadas. A empregada Gilda reclama também que odeia aquelas bolas, pois quebram as janelas e ela é obrigada a limpar os cacos e Tonico diz que um dia ele acaba com todas as bolas.
Logo, ele vê uma teia de aranha em uma de suas bolas furadas e ordena Gilda limpar. Enquanto ela passa o espanador, o local se enche de poeira e Tonico se transforma no vilão Tonico-Fura Bola e Gilda, a assistente do mal. Tonico Fura-Bola deseja furar bola do Pelezinho, diz para a Gilda que ainda sente dorzinha na bunda onde levou chute dele na última vez que tentou furar sua bola e agora tem um plano para conseguir e eles voam pelo céu para executar o plano. Enquanto dão risadas no céu, Pelezinho ouve e acha que já ouviu aquelas risadas em algum lugar.
Cana Braba aparece e pergunta ao Pelezinho se eles vão jogar futebol e cadê a bola e Pelezinho diz que o Frangão foi comprar bolas novas diretamente da fábrica para sair mais barato. Frangão demora muito, mas ele chega e com um saco cheio de bolas novas. Frangão comenta que o dono deu aquelas bolas todas em troca da bola velha do Pelezinho. Ele fica muito triste já que ele tinha aquela bola desde que nasceu, só se separava dela para ir ao banheiro.
Cana Braba o consola e diz que quem precisa de bola velha se eles têm um monte de bola nova. Pelezinho se conforma e quando eles vão jogar com as tais bolas, elas se estouram sozinha toda vez que são chutadas. Cana-Braba até pensa que foi porque Pelezinho chutou forte, mas toda as outras se furam, seja cabaceando, simples toque ou um passarinho encostando de leve.
Pelezinho reclama que Frangão era um péssimo negociante e Cana Braba comenta que o couro das bolas era mais fino que a camisa dele, por isso estouravam fácil. Pelezinho lembra imediatamente da sua bola de estimação e vai à fábrica de bolas recuperá-la. Chegando lá, os donos estavam presos em cabides na parece e Tonico-Fura-Bola estava lá e barra a porta com seu tesourão fura-bolão. Ele tenta recuperar a bola, Gilda estoura uma bola com um gás que faz Pelezinho desmaiar.
Quando acorda, Tonico Fura-Bola estava prestes a estourar a bola e Pelezinho estava com pés presos em uma geringonça com Gilda no ar em cima de Cana-Braba e Frangão amarrados e se Pelezinho se movesse para pegar a bola, a Gilda ia cair em cima dos amigos com seus trezentos quilos e esmagá-los. Pelezinho lembra dos seus momentos com a bola e quando Tonico Fura-Bola vai furar com a tesoura, Pelezinho dá um chute na bunda do Tonico Fura-Bola, com a bola atingindo a Gilda, que vai parar nas outras bolas, volta em direção ao Tonico-Fura Bola, atravessam a janela e vão parar na casa dele, no depósito de sua coleção de bolas furadas.
Com o ambiente empoeirado, ele volta ser o velho Tonico normal e a Gilda, uma simples empregada. Eles não se lembram de nada do que aconteceu e como Gilda estava ao seu lado, Tonico pensa que ela estava com intimidade com ele, manda não repetir e vão descansar, fala para depois ela limpar a coleção e estranha por que está tao cansado.
Os meninos vão embora da fábrica com o Pelezinho com a sua bola velha que tem desde que nasceu e, de surpresa, aparecem Samira, Neusinha e Bonga na moita e dão uma bola nova ao Pelezinho, como presente da torcida dos meninos. Cana Braba gosta de chutar a bola nova e todos vão jogar futebol e Pelezinho deixa a bola jogada no chão. Enquanto jogam, Pelezinho gosta da bola nova e ao mesmo tempo a bola antiga chora por ter sido desprezada por ele.
História sensacional com Pelezinho passando sufoco pra não ter a sua bola estourada pelo Tonico Fura-Bola e sua assistente Gilda. Foi toda divertida, se não fosse a astúcia do Pelezinho, o Tonico Fura-Bola teria conseguido furar ou até esmagar os seus amigos com a Gilda caindo em cima deles se Pelezinho se movimentasse errado. Ainda trouxe mensagem de amor de crianças com os brinquedos de estimação, no caso o Pelezinho que não desgrudava da bola que tinha desde que nasceu, mas acabou virando brinquedo descartável no final quando ele gostou da bola nova e deixou de lado a antiga. Foi curioso personificarem a bola, mostrando que estava chorando por ter sido desprezada.
Esse vilão Tonico Fura-Bola foi uma boa sacada do núcleo do Pelezinho. O velho Tonico não gostava que as bolas dos meninos caíssem no quintal da casa dele e quebrarem as vidraças e furava todas as bolas que caíam lá, mas nunca conseguia furar a bola do Pelezinho. Toda vez que ele era exposto com a poeira da sua coleção de bolas furadas, eles se transformavam em vilão com superpoderes pra conseguir furar a bola do Pelezinho. Essa foi a segunda aparição deles, a primeira foi na história "O terrível Tonico Fura-Bola", de 'Pelezinho N º 13', de 1978, mas nessa história de 1979 fizeram o roteiro de um jeito que mesmo quem não havia lido a edição "Nº 13" ou não ele lembrar mais, dava para entender a história perfeitamente. A novidade desta vez foi a presença da empregada Gilda, que não havia aparecido na história anterior. Então, quem ficava exposto naquela poeira se transformava em vilão.
Interessante que quando o velho Tonico era o vilão com poderes, ficava mais jovem e sem bigode. Apareceu em outras histórias do Pelezinho de vez em quando. Tudo indica que ele teria sido criado apenas como personagem de uma história única da edição "Nº 13", mas viram que tinha potencial e se tornaram vilões fixos. Pelo visto, foi inspirado no Capitão Feio, que quando foi criado era tio do Cascão e uma pessoa normal e só se transformava no vilão Capitão Feio em contato com poeira grande da sua coleção de gibis velhos. Além do Tonico Fura-Bola, o Pelezinho também tinha o Jão Balão e seu amigo Zé, que estragava os planos do Jão, como vilões fixos, esses aparecendo mais nas revistas. Jão Balão tinha inveja do Pelezinho jogar futebol muito bem e queria destruí-lo. Eles gostavam de criar vilões fixos que tiravam o sossego dos personagens e com Pelezinho não podia ser diferente.
Os traços excelentes, típicos do final dos anos 1970, os personagens já estavam com bochechas menos pontiagudas. Pode notar também que em 1979 já tinha um texto bem informal, diferente no início dos anos 1970 que tinha texto formal demais. Tanto que nessa do Pelezinho, tiveram palavras "boto" (coloco) e "ir no banheiro", que deveria ser "ao banheiro". História impublicável hoje em dia por envolver destruição de brinquedos de estimação de uma criança e final triste da bola, fora Tonico querer dar vassourada no Pelezinho e falar palavrão no início e bullying com os gordos, o peso da Gilda, dizer que os meninos presos iam virar pasteis se ela caísse neles.
As revistas do Pelezinho eram muito boas, mesmo sendo baseado em jogador de futebol famoso, o Pelé, mas tinha bastante coisas incorretas que deixava bem divertidas. Depois a MSP ainda teve outras revistas baseados em jogadores de futebol, Ronaldinho Gaúcho e Neymar Jr., mas não chegam nem de perto aos pés do nível das histórias do Pelezinho. Apesar de terem a mesma proposta de futebol, as dos outros já tinham predominância do politicamente correto, sem contar os desenhos ruins nas histórias.
Aproveito com essa postagem para homenagear o Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, pelos seus 80 anos de idade em 23 de outubro de 2020, que tenha muito mais anos de vida, e serviu de homenagem também ao "Dia da Consciência Negra", comemorado hoje, 20 de novembro, visto que Pelezinho e sua turma foi o núcleo com mais personagens negros da MSP, tanto ele, seus pais quanto maioria dos seus amigos, como Cana Braba, Bonga, Teófilo e vilões Zé e Gilda, eram negros. Bom do núcleo dele que tinha também uma boa mistura de raças, como a namorada Neusa e família dela que eram japoneses e a Samira, que tinha descendência do Oriente Médio por preparar quibes duros. Isso também diferenciava bem e se tornava mais carismática a turma do Pelezinho.
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