domingo, 20 de dezembro de 2020

Quadrinhos Disney - Natal Disney de Ouro: a história de um gibi clássico!

 

A inesquecível publicação que marcou a época áurea dos gibis natalinos no Brasil.

Dentre tantos títulos marcantes na história dos quadrinhos Disney no Brasil, um é lembrado especialmente nos finais de ano: Natal Disney de Ouro, uma coletânea que durante 20 anos esteve presente nas bancas e acompanhou a infância e a juventude de milhares de fiéis leitores.
Embora as histórias natalinas fossem constantes no universo Disney e, no Brasil, uma ou outra edição especial houvesse sido lançada, somente em 1979 o primeiro título fixo sobre esse tema aportou nas bancas do País.
Em dezembro daquele ano, Natal Disney de Ouro estreou pela Abril em uma edição com capa cartonada, mais de 200 páginas e apresentando a republicação de 18 aventuras protagonizadas por Tio Patinhas, Donald, Pateta, Mickey, Zé Carioca, Quincas, Branca de Neve e outros personagens. Tudo produzido por artistas clássicos como Carl Barks, Tony Strobl, Paul Murry, Waldyr Igayara de Souza e mais.
Em 1980, o gibi apareceu com um nome diferente (Edição Especial Natal), um grande time de personagens e quadrinhistas e, além de outras histórias de boa qualidade, a reedição de A princesa da neve, talvez a melhor das HQs natalinas criadas por Carl Barks.
Década completa
Quando Natal Disney de Ouro # 3 foi lançado, em 1981, o gibi voltou com o nome original. A edição, como não poderia deixar de ser, trouxe algumas histórias de Carl Barks – sem esquecer de outros escritores e desenhistas tradicionais -, mas apostou em mais produções nacionais, como a estrelada pelo Zé Carioca em Um Natal inesquecível, da dupla Ivan Saidenberg e Renato Canini.
A partir desse número, o título seguiu durante toda a década de 1980 sem deixar de comparecer às bancas. Impreterivelmente no mês de dezembro de cada ano, os colecionadores ou leitores habituais podiam encontrá-lo.
Mais do que isso, era lembrado e aguardado com a certeza de que não faltaria ao compromisso de levar bons momentos de diversão em clima natalino.
Algumas da melhores edições foram lançadas nesses anos. A de 1983 é uma delas, com a presença de clássicas aventuras produzidas por Carl Barks (que nessa década esteve em quase toda edição de Natal Disney de Ouro) e uma história “caseira” antiga do Zé Carioca, que reuniu na mesma trama uma extensa galeria de personagens de núcleos diferentes – como Donald, Pluto, Lobão, Irmãos Metralhas e outros -, algo comum na época em que foi publicada pela primeira vez (1968).
Foi também a partir desse número que Natal Disney de Ouro passou a ostentar um bonito e definitivo logotipo, cujo nome estilizado ganhou um destaque dourado em 1986.
Nos anos 1980, a revista diminuiu a quantidade de páginas, estabilizando-se em 128, e perdeu o diferencial da capa cartonada. O tamanho também chegou a um formatinho ainda menor que o dos primeiros números.
A seleção de histórias, porém, continuava fazendo do gibi um item certo na coleção dos fãs, todos os anos. Até o número 5, eram apenas republicações, mas com a edição # 6 as aventuras inéditas entraram no mix da revista.
Início do fim
Natal Disney de Ouro chegou aos anos 1990 em grande estilo. Em 1991, apresentou uma de suas capas mais bonitas e, no ano seguinte, recauchutou a logomarca eliminando Disney do nome, em uma edição que primou pela qualidade das histórias (incluindo material de Carl Barks e várias produções brasileiras), todas republicações.
O título parecia mesmo consolidado. Na década anterior, mais precisamente em 1985, havia resistido até mesmo a uma “concorrência interna”, quando a Editora Abril lançou o Grande Almanaque de Natal, uma revista em formato grande, capa cartonada e 240 páginas de quadrinhos e passatempos, que revezava suas edições com o tema “Férias”.
Foi uma publicação que não resistiu por muito tempo e, já em 1989, caiu no limbo.
Assim, Natal Disney de Ouro se aproximava do século 21 com todo o gás e dava mostras de que seguiria em frente por muito tempo. Mas não foi o que aconteceu.
Em meados dos anos 1990, dentre vários fatores que deram início à vertiginosa queda de popularidade e vendas dos quadrinhos Disney no Brasil, estava a qualidade sofrível de suas histórias contemporâneas.
Coincidência ou não, as edições de Natal Disney de Ouro passaram a ter, quase integralmente, aventuras inéditas produzidas em países como Itália e França.
O melhor exemplo aconteceu em 1996, seguramente o pior de todos para a revista, cuja “perda total” só não se configurou por completo graças à republicação de um clássico de Lobão e Os Três Porquinhos desenhado por Floyd Gottfredson.
Ironicamente, a derradeira edição, Natal Disney de Ouro # 20, em 1998, levava a crer que nem tudo estava perdido e, no geral, mostrou boas histórias em quadrinhos.
O fim, entretanto, chegou para um gibi que já havia se tornado clássico e tradicional.
Recomeço
Em 2010, uma nova versão da revista chegou às bancas, trazendo de volta o nome que o gibi tinha originalmente.
Nos primeiros números, Natal de Ouro Disney também trazia republicações, incluindo HQs brasileiras. Mas, nos últimos anos, o título passou a publicar apenas aventuras inéditas, quase a totalidade delas vindas da Itália, o que tirou muito daquele gosto clássico que a revista imprimia.
O que importa, no entanto, é que os quadrinhos Disney natalinos continuam marcando presença nas bancas, mantendo uma tradição que chegou a ficar interrompida por mais de dez anos.
Marcus Ramone sabe que Natal com Disney é sempre de ouro.
Créditos ;)  Por Marcus Ramone Data: 17 dezembro, 2015 - http://www.universohq.com/materias/natal-disney-de-ouro-a-historia-de-um-gibi-classico/

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