Mônica também deseja fazer uma promessa de Ano-Novo e enquanto pensa, Cebolinha aparece com as figurinhas. Cascão comenta que com promessas eles ficam ainda mais amigos, só que Cebolinha passa, mandando ele sair da frente, falando certo, deixando o Cascão no vácuo. Cascão acha que Cebolinha foi despeitado e vai atrás para tirar satisfações. Cebolinha vai em uma janela de um prédio e joga as figurinhas em cima do Cascão e da Mônica.
Cascão pergunta porque jogou fora as figurinhas dele e Cebolinha diz porque é Ano-Novo, todo mundo joga papel na ruas, é tradição. Mônica acha uma porqueira e Cebolinha diz que é divertido olhar para a rua e ver monte de papel picado caindo, quando do nada cai um monte de papel em cima dele. Mônica e Cascão perguntam a ele se é realmente divertido, só se for para o papel e Cebolinha pergunta porque eles querem ser diferentes de todo mundo, é Ano-Novo, vida nova, tempo de confraternização, festa e tem que comemorar a nova era, enquanto todas as pessoas estão jogando papeis picados pelas janelas.
Mônica percebe Cebolinha falando "nova era" sem trocar as letras e enquanto ele fica falando que na nova era tudo vai ser permitido, vão espalhar papeis na rua e revirar latas de lixo, Mônica pega uma mangueira e joga em cima dando banho nele. Ela comenta com Cascão que Cebolinha nunca diria "nova era" e descobre que era um monstrinho de lama do Capitão Feio. Ele conta que Capitão Feio raptou algumas pessoas colocando monstrinhos de lama no lugar para jogar papeis picados nas ruas e convencer todo mundo fazer o mesmo.
O monstrinho chora, implora para Mônica não bater nele e foge. Mônica fica surpresa, achando que ia bater nele. Cascão fala que é a fama dela e Mônica se surpreende saber que as pessoas têm medo dela e, então, faz a promessa de que a partir de agora não vai mais bater em ninguém, vai ser uma pessoa diferente, vai colher flores e cantar com os passarinhos e pergunta se Cascão quer ir com ela saltitar na grama verde. Cascão faz cara de surpresa e mostra língua de fora, achando que ela estava falando bobeira. Cascão comenta que eles tem que resgatar o Cebolinha, derrotar o Capitão Feio e salvar o Ano-Novo e isso tudo em 10 páginas. Mônica colhe umas flores rapidamente, coloca laço na cabeça e eles entram no bueiro para salvar todos.
Na segunda parte da história, Capitão Feio comenta que adora o Ano-Novo. todos estão jogando quilos de papel na rua. Cebolinha fala que nunca vai dar certo, a pessoas não vão colaborar com porcaria e Capitão Feio mostra imagens das pessoas se divertindo sem perceber a imundície que estão fazendo e o que ele quer é reinar num mundo porco.
Cascão, escondido com Mônica, fala que o plano é ela invadir lá, usar a forma dela e acabar com todos eles. Quando surgem, Cascão manda Mônica acabar com eles e em vez de bater no Capitão Feio, dá flores para ele e dizendo "faça amor, não faça guerra". Cascão chama atenção dela e Mônica diz que prometeu não bater mais em ninguém e, assim, foi fácil o Capitão Feio prendê-los, dizendo que agora ninguém vai mais o deter, as ruas vão estar tão cheias de papel picado que vai ser impossível passar por elas e vai ser o caos.
Um monstrinho alerta que espera não chover porque lixo e chuva não combinam, a água vai levar os papéis no bueiro e entupir os canos, causando enchente lá. Capitão Feio não quer governar uma cidade alagada, mas estar certo que não vai chover, quando do nada, troveja forte e a chuva inunda o esgoto. Cascão fica desesperado para sair de lá. Consegue se soltar e, junto com Mônica, salva as pessoas raptadas e fogem, enquanto Capitão Feio tenta com os monstrinhos controlar a saída do papel. A turminha sai de lá, a chuva limpa a cidade e os papeis vão entupindo o esgoto, dando mais trabalho para o Capitão Feio e monstrinhos desentupirem.
Começa a festa de Réveillon, a turma toda está reunida e Mônica comenta que depois disso tudo ninguém mais vai querer jogar lixo nas ruas. Cascão diz que na hora do "vamos ver", ela quase estraga tudo. Mônica, então, promete que no ano que vem vai continuar a bater em todo mundo. Os meninos se queixam, que isso é coisa que se prometa e devia prometer ser mais legal com os amigos e nunca mais deixá-los na mão. Mônica promete isso e Cebolinha pergunta ao Cascão o que e ele prometeu e Cascão diz a mesma coisa que faz todos os anos de passar mais um ano sem tomar banho.
Começa os fogos de artifício e eles desejam um Feliz Ano-Novo para todo mundo e que todos os sonhos se realizem. Cascão cobra do Cebolinha as figurinhas e ele diz que o monstrinho de lama jogou tudo fora. Cascão diz que ou ele paga ou conta para a Mônica que ele está com o coelhinho dela no bolso. Mônica dá surra no Cebolinha e Cascão dá gargalhada vendo eles brigando e fala que vão ficar o ano inteiro brigando. Com a ideia de que o que eles fazem na virada do ano, vai acontecer em todo o resto do ano, Mônica e Cebolinha correm atrás do Cascão pela festa para darem banho nele com baldes d'água pra ver se ele toma banho o ano novo inteiro, terminando assim.
É uma boa história com o Capitão Feio com plano de todos jogarem papeis nas ruas no Ano-Novo para ficarem sujas e mais fácil de ele dominar o mundo. Mônica quase pôs tudo a perder com a sua promessa de não bater mai em ninguém e ficar extremamente boazinha, mas graças a chuva que fez inundar o esgoto, eles conseguiram se salvar. E ainda personagens envolvidos com promessas de Ano-Novo e uma festa de Réveillon com turma reunida e diálogo com os personagens à parte.
A história mostra mensagem a pessoas que ficam jogando papéis picados nas janelas durante o final do ano, principalmente empresas no último dia de expediente do ano. Na época era muito comum isso, inclusive, faziam matérias nos jornais da TV como se fosse coisa normal. Só que o lixo fica na rua entupindo bueiros e mais chance de ter enchentes se chover, ainda mais em chuvas de verão comuns na época do ano.
Também tem crítica ao costume do Ano-Novo, de achar pieguice as pessoas arrumarem casa, deixar tudo bonito e nada de ruim acontecer na hora da virada do ano para que seja tudo perfeito em todo o próximo ano. Daí, a piada final de Mônica e Cebolinha querer dar banho no Cascão para que ele tome banho o ano novo inteiro.
Quem acompanhava as revistas pelo menos na primeira metade dos anos 1990 até então, deu para notar que estava diferente o estilo nessa, já estavam começando a mudar, mesmo que ainda diferenças sutis. Nas histórias do Emerson, os personagens ficam mais sarcásticos, debochados, fazendo ironias e piadas com tudo. Voltadas ao nonsense, privilegiam mais as tiradas dos personagens do que o roteiro em si. Comum também histórias grandes e divididas em capítulos e ritmo mais acelerado.
Essas de 1997 e 1998 até que não eram ruins, apesar dos personagens começarem a ficar sarcásticos, mas ainda estavam na medida certa. Os traços eram bons, ainda não tinham caretas exageradas, no máximo mostravam personagens com cara de espanto, com corpo inclinado, braços e mãos abertos e pés para cima (como destaquei na imagem de topo dessa postagem) quando um outro personagem falava uma piada infame ou então ficavam de língua pra fora quando achavam que o outro falou bobeira. As linguinhas de fora foram um marco na época, que até tinham questionamentos por que os personagens viviam tempo todo de língua para fora.
Um exemplo maior dessas tiradas fora de roteiro foram os diálogos entre Mônica e Cascão na 4ª página da história (página 6 da revista) e na última página da primeira parte (página 12 da revista). Com o passar do tempo, já nos anos 2000, foram aumentando as tiradas, tendo enrolação, o chamado "encheção de linguiça", personagens cada vez mais sarcásticos, falando gírias, mais saltitantes, caretas que não condizem com a história, parecendo monstros. Tudo ficando de forma bem exagerada que mudou completamente os personagens e outros roteiristas passaram também a seguir esse estilo. Se ficassem assim como em 1997 e 1998 e só nas histórias do Emerson para diferenciar dava para aceitar mais.
Nessa história eu achei que teve uma descaracterização do monstrinho de lama achar ruim que as pessoas ficam emporcalhando cidade com papéis picados. Em outros tempos, ele ia gostar da sujeira nas ruas. Cascão também ficou descaracterizado, ele devia apoiar os papeis picados, pelo menos fazer cara alegre quando o falso Cebolinha jogava papel na rua e Cascão fazia cara que não estava gostando e de espanto o tempo todo. Mônica ficar surpresa do monstrinho e as pessoas terem medo dela porque bate nos outros e fazer promessa em bater ninguém por causa disso também achei descaracterização dela. E estava na cara que não era o Cebolinha com quem eles estavam falando, custaram a perceber isso, se percebessem desde que ele falou "sai da frente", iam diminuir metade dos seus problemas.
Uma curiosidade que dessa eles ficaram em uma área do bairro com prédios e ruas asfaltadas, ao invés de gramas e casas tradicionais. Isso ficou diferente também.
A capa dessa vez com alusão à história de abertura por ser um roteiro temático de Réveillon. E essa história foi a última de Réveillon com a Turma da Mônica, depois disso só fizeram histórias de Natal com eles.
UM FELIZ ANO-NOVO A TODOS!!!
Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2020/12/cascao-hq-ano-novo-bahh.html
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