Compartilho uma história em que a Mônica obrigou um bandido a provar o bolo que fez enquanto ele estava assaltando a casa dela. Com 6 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 168' (Ed. Abril, 1984).
Capa de 'Mônica Nº 168' (Ed. Abril, 1984) |
Nela, Mônica mostra para Magali o bolo que elas fizeram, mas nenhuma das duas não tinham coragem para prová-lo. Mônica tem ideia dos pais experimentarem e quando chega na sala, vê os pais no sofá com braços amarrados reféns de um bandido. Seu Sousa o avisa que é a filha dele e é para falar que é uma visita e logo vai embora e depois pode assaltar e levar o que quiser.
Mônica pergunta quem é e o Seu Sousa diz que é um amigo e ela pergunta por que está usando máscara e o pai diz que porque ele tem problema na vista e o médico recomendou usar a máscara. O bandido manda Mônica brincar lá fora com a Magali para tratar de negócios com os velhos dela. Mônica diz que os pais não são velhos e deseja que ele prove o bolo que ela fez. O bandido fala que não vai provar nenhuma gororoba.
Surge o Cebolinha e acha interessante o homem se recusar a comer o bolo dela e falar que é gororoba. Mônica diz que é o contrário e pede para o bandido disfarçar para que o Cebolinha não espalhe para todo mundo que a comida dela é ruim. O bandido grita que não vai comer nenhuma porcaria e Cebolinha chama os outros meninos que estavam brincando de bolinha de gude lá em frente. Cascão, Franjinha, Jeremias e Humberto vão até lá e parabenizam o bandido que queria brigar com a Mônica, falam que é difícil encontrar alguém com aquela coragem e tentam abracá-lo e pegar autógrafo. Durante o abraço, Cebolinha pega o revólver do bandido sem querer.
Seu Sousa avisa que ele é um ladrão e Mônica taca o bolo nele, que acaba caindo no chão e o bolo se quebra ao meio de tão duro que estava e com a força que ela taca. No final, o bandido é preso e a mãe, Dona Luísa, pergunta se a Mônica está bem. Ela diz que sim porque é a primeira vez que os meninos falam bem da comida dela enquanto que eles falam para outros meninos que o bolo era ótimo, o ladrão não teve chance e o bolo é até melhor que o coelhinho dela.
História bem legal com a Mônica querendo que o bandido experimentasse o bolo dela, sem saber que era ladrão, e os meninos achando engraçado quando ele disse que o bolo era uma gororoba. De fato, o bolo era muito duro, que pelo menos serviu para derrotar o bandido no lugar de uma coelhada com o Sansão. Se alguém comesse o bolo, quebraria todos os dentes, sem dúvida.
Foi interessante que até Magali se recusou a provar, já sabendo da fama de péssima cozinheira e os meninos admirados com a coragem do bandido de enfrentar a Mônica e tratando como herói querendo até autógrafo dele, até descobrirem que era bandido. Legal também ver Mônica só tinha preocupação de não ser falada no bairro que não cozinhava bem.
Eles gostavam de fazer histórias com a Mônica cozinhando mal e obrigando até com ameaças os meninos comerem, eram sempre bem divertidas esses dotes culinários dela, mas dessa vez era um ladrão que tinha que experimentar. Típica história completamente incorreta, com personagens envolvidos com bandido, ele mantendo os pais da Mônica como reféns, Cebolinha segurar arma, os meninos tratá-lo como herói, fora Mônica e Magali cozinhando mexendo com fogão sozinhas. Nada disso tem nos gibis atuais, coisas do passado da MSP.
Os traços muito bons, típicos dos anos 1980, já perto dos traços da fase consagrada a partir de 1985. É até curta para uma história de abertura, mas na época era normal ter de aberturas assim com poucas páginas. Normalmente em republicações, curtas assim iam para o miolo dos almanaques e era comum ter umas 3 histórias de aberturas em um mesmo almanaque. Não a toa, foi republicada depois como história de miolo de 'Almanaque da Mônica Nº 21' (Ed. Globo, 1990). Termino mostrando a capa desse almanaque.
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 21' (Ed. Globo, 1990) Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2021/02/monica-hq-vai-provar-ou-nao.html |
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