Nas bancas em abril de 2021 o 'Almanaque da Turma da Mônica Nº 1', o título de lançamento da MSP. Comprei esse almanaque e mostro como foi essa edição e conto as novidades dos almanaques após reiniciarem numeração da nova série.
Quando as revistas mensais reiniciaram numeração em março de 2021, também resolveram reiniciar os almanaques, que estavam no "Nº 85" em janeiro e fevereiro de 2021. Eles não reiniciaram almanaques em 2015 com a segunda série das mensais, deixando para fazer isso agora. Eu achei uma pena porque nunca vamos ver almanaques estampando "Nº 100" na capa e estavam bem próximos. Até hoje, só Mônica que conseguiu chegar ao "Nº 100" na Editora Globo, em 2004, e Cebolinha, Cascão e Chico Bento quase chegaram, mas tiveram que terminar no "Nº 96" em 2006 com a troca para a Editora Panini no ano seguinte.
Com o reiniciamento, os almanaques tiveram várias novidades. Passaram de 84 para 100 páginas e custando R$ 9,90 (antes custavam R$ 7,90). Todos tiveram selo de edição de lançamento, personalizados com cada personagem. O design das capas estão diferentes, com ar mais moderno, tiraram a moldura colorida grande e deixaram todos com bordas brancas e dando mais valorização ao desenho e sem personagem ao lado do logotipo, ficando expandido como nas antigas e em HD. Isso foi bom porque aquelas molduras estavam desde 1993 e já tinham dado o que falar. Também não mostram mais preço, códigos de barras, QR Code nas capas, ficando tudo isso nas contracapas.
Capas dos Almanaques "Nº 1" (2021) |
Agora, a mudança mais marcante, foi que agora os almanaques não tem mais lombada quadrada e todos são com formato canoa com grampos, a exemplo que aconteceram com as revistas mensais, que como todas têm agora 84 páginas, todas deviam ter lombadas. Desse jeito, ficaram com aspectos pobres, ar decadente, querendo economizar no custo das lombadas quadradas e nos almanaques mais estranhos vê-los assim, é como eu estar vendo almanaques antigos da Editora Abril como Gugu, Trapalhões, Menino Maluquinho, que de repente mudaram para canoa antes de serem cancelados de vez.
As lombadas ajudavam na organização e deixavam as revistas retas, achava bem melhor. Nas revistas mensais, justificaram ser formato canoa porque os desenhos das capas se expandem com a contracapa, mas nos almanaques não tem isso. As contracapas são propagandas normais, um pouco ajustada para colocarem preços, códigos de barras, QR Code no rodapé de cada contracapa. Podiam ser pelo menos uma ilustração do personagem principal. Por isso não deu para entender tirarem as lombadas.
Capa não estende desenho com contracapa |
Frontispícios na página 3 continuam, só que nenhum fez menção ao reiniciamento de numeração, só destaques a histórias de abertura. Com o aumento de páginas, aumentaram páginas de passatempos. Agora são 8 páginas de passatempo, antes eram 4. Como não tem outras seções extras como aconteceram nas revistas mensais que passaram de 68 para 84 páginas, até que almanaques tiveram mais páginas com histórias, de fato. Bem que podia ter seção de tirinhas clássicas no lugar de tantos passatempos.
Passatempos com novo layout |
Continuam sem mostrar a fonte de quais edições as histórias originais saíram. Já que reiniciaram, podiam passar a colocar isso. Nos almanaques da Editora Abril e os da Globo entre 1996 a 2003 tinham, através de códigos. Na Panini não teve na primeira série de almanaques e perderam oportunidade de colocarem agora, infelizmente.
No expediente final não mostra a numeração real dos almanaques contando todas as editoras junto com a numeração atual como fizeram nas revistas atuais. Foi o apenas o Nº 1 atual. Esse da Turma da Mônica por ser lançamento, tudo bem, mas os outros podiam ter a numeração real, seria melhor.
Expediente final dos almanaque não mostram numeração real |
A periodicidade dos almanaques continuam a mesma. Continuam bimestrais, com Mônica, Cebolinha e Cascão publicados nos meses ímpares e Magali e Chico Bento, nos meses pares. E foi lançado agora o 'Almanaque da Turma da Mônica' no lugar dos almanaques da Tina, Penadinho e Bidu & Mingau, que foram cancelados. Esses almanaques de secundários nos últimos anos, eram semestrais para cada personagem (Tina saía em fevereiro e agosto, Penadinho saía em abril e outubro, e Bidu & Mingau, em junho e dezembro) e no final das contas sempre eram 3 almanaques cada mês. Fora que outros secundários que também chegaram a ter almanaques por um período e foram cancelados há algum tempo. Então, resolveram cancelar todos que ainda existiam e criar um único almanaque com histórias só com secundários para diminuir títulos a serem produzidos e ficarem em circulação nas bancas.
Desses novos almanaques "Nº 1" comprei só esse da Turma da Mônica por ser novidade, já os outros não comprei, mesmo sendo Nº 1 por que não me agradaram como um todo ao folhear nas bancas. Todos com histórias só dos anos 2000, entre 2002 a 2006 (últimos da Globo), só Cebolinha que ainda teve uma ou outra do final dos anos 1990, os demais só anos 2000. Para ter uma ideia, histórias de aberturas da Mônica e Magali foram de 2005 e Cascão e Chico Bento, já estão em 2004! Só Cebolinha que foi 1999, sendo que já havia até sido republicada antes na própria Panini e miolo repleto de 2002 em diante.
Curioso que eu não tenho almanaque dos 5 personagens principais da Panini até hoje. Nenhum. As histórias dos anos 2000 não me interessam e quando republicavam histórias da Globo dos anos 1980 e 1990 eu já tenho as originais, fora os riscos de alterações em relação a originais a favor do politicamente correto. Como não comprei os outros, a resenha nesse post vai ser só desse 'Almanaque Turma da Mônica Nº 1'.
Capas do almanaques não tem mais lombada quadrada |
Falando então sobre essa edição, a distribuição chegou aqui dia 23 de abril, poderia chegar junto com os almanaques da Magali e Chico Bento, mas chegou mais de 1 semana depois. A capa faz jus a uma edição "Nº 1" com alguns secundários que já tiveram almanaques cancelados vendo ilustrações ancestrais deles que estão chegando na caverna do Piteco. Pena Papa-Capim e Jurema apareceram de roupa, como nova ordem da MSP de modernizarem a tribo dele. O selo de lançamento foi com Milena, em outros tempos, fariam com o Mauricio de Sousa. O almanaque abre com frontispício dando destaque à história de abertura, com ilustração tirada da própria história, do estilo copiar/ colar ao invés de criar uma nova ilustração.
Frontispício da edição |
Foram 17 histórias no total, incluindo a tirinha final. Todas as histórias são entre 2002 a 2006, as últimas da Editora Globo, assim como foram nos outros almanaques "Nº 1" de março e abril. As histórias dessa fase acho a maioria com desenhos feios, não tinham mais tanto capricho, com raras exceções embora ainda feitos a mão. Os roteiros até um ou outro pode agradar, mas os traços desse jeito acabam desanimando em ter.
Trecho da HQ "Rabo de lagartixa" (2002) |
Papa-Capim teve presença em "Todo mundo vai entrar na dança" ('Parque da Mônica Nº 142', de 2004) em que Pajé, Papa-Capim e os outros índios fazem dança da chuva para conter a seca na tribo. Uma coisa que não dá pra entender que agora colocaram roupa no personagem e modernizaram a tribo dele, mas nos almanaques pode aparecer sem roupa, não fazem alteração. Interessante que todos os novos almanaques Nº 1" tiveram histórias dele e sem alterações. Se pode nos almanaques, poderia nas mensais tranquilo. Hoje, Papa-Capim está praticamente um personagem esquecido nas revistas mensais novas, colocando Os Amazônicos no seu lugar e os indiozinhos desse núcleo aparecem sem roupa. Sem noção.
Trecho da HQ "Todo mundo vai entrar na dança" (2004) |
Teveluisão foi a grande surpresa de colocarem história dele. Já estava sumido na época e aparecia só de vez em quando, bem raramente. Na história "Tantas opções" ('Parque da Mônica Nº 140' , de 2004), Teveluisão fica deslumbrado com a TV por assinatura na sua casa, várias opções de canais que aí que não saía mais de casa. Apareceu só ele, foi um monólogo com ele e bem divertida. Os grandes personagens e mais carismáticos conseguem fazer graça sozinho. Até os traços ficaram bons nessa, para mim foi a melhor da edição.
Comparação da HQ "Tantas opções" (2004): alterações de desenho TV tubo para LED e de cores |
Destaque também para Jeremias com "Revista de super-herói" ('Cebolinha Nº 239', de 2006) em que ele se sente verdadeiro super-herói quando lê seus gibis. Nessa o Titi aparece de bermuda grande por ser da fase da Turma do Bermudão. Turma da Mata com "Os lenhadores noturnos" (Mônica Nº 229, de 2005), em que o Jotalhão não consegue dormir com um barulho grande, pensando que estão serrando madeira na mata. A outra do Coelho Caolho, "Não falta nenhum!" ('Mônica Nº 244', de 2006) com ele com dificuldade de contar os filhos enquanto faziam atividades. E em "O esquecidinho" ('Cascão Nº 418', de 2003), Bidu apresenta o Zé Esquecido ao Duque e Zé esquecido esquece de como sumiu por tanto tempo. Essa parece ser a volta do personagens às histórias do Bidu, com eles voltando a se contracenar, na verdade, ele aparecia em tiras de jornais dos anos 1970, mas em gibis normais nunca havia aparecido até então.
Trecho da HQ "Os lenhadores noturnos" (2005) |
As outras histórias achei mais simples,. foram mais curtas, típicas de miolo, consideradas mais normais para os padrões da sua época. O almanaque termina com a história "Focinho para baixo, queixo para cima" em que o Zé Esquecido fica no dilema se deve andar olhando para baixo ou olhando para cima e Bidu e outros cachorros cada um ficam dando conselho diferente e o Zé Esquecido acabava se dando mal. Essa foi legal. E uma tirinha final muda com a Mônica.
Trecho da HQ "Focinho para baixo, queixo para cima" |
Como podem ver, almanaques ficaram mais pobres sem lombada quadrada e bem caros, excesso de passatempos, podiam ter ter fonte de quais gibis saíram as histórias originais e ter histórias mais antigas, nem que fosse uma como uma "seção nostalgia" colocando uma antiga da Editora Abril ou ter tiras de ornai clássicas de todos os tempos. A tendência é permanecer assim para depois colocarem histórias da própria Panini. Ponto positivo pelo design de capa, tirando aquelas molduras que desvalorizavam as ilustrações. Foi boa a ideia de ter esse 'Almanaque da Turma da Mônica' bimestral só com secundários, embora gostava dos títulos individuais para cada personagem. A edição foi regular, se as histórias fossem mais antigas, seria melhor. Comprei por ser verdadeira "Nº 1". Fica a dica. E vamos ver se esse título continuará nesse estilo nas próximas edições, principalmente não dando destaque a Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e Chico Bento como foi nessa.
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