Mostro uma história de quando o Chico bento foi a um restaurante pela primeira vez com o seu primo Zeca, causando muita confusão. Com 6 páginas, foi história de abertura de 'Chico Bento Nº 51' (Ed. Globo, 1988).
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Capa de 'Chico Bento Nº 51' (Ed. Globo, 1988) |
Chico Bento está em um restaurante da cidade com seu primo Zeca, que pergunta se ele já escolheu o que vai comer. Chico vê o pessoal chamando pelo garçom e ele pretende pedir garçom porque deve ser um passarinhão muito bom para todo mundo estar pedindo. Zeca explica que garçom é quem atende os fregueses e traz os pratos e em seguida sai para ir ao banheiro.
O Garçom pergunta ao Chico se o cavalheiro já escolheu o prato. Chico diz que não sabe de cavaleiro, que veio a pé. O Garçom pergunta se Chico já viu o cardápio e ele diz que não porque estava com o primo. O Garçom entrega o cardápio e Chico diz que está mais difícil de ler do que a cartilha da escola. O Garçom sugere frango caipira e Chico fala para não ficar com gozação só porque ele é caipira e nunca foi a restaurante granfino.
O Garçom diz que não queria ofendê-lo e sugere frango a passarinho. Chico não aceita pensando que o frango vai sair voando pela janela. Garçom sugere virado à paulista e dobradinho e Chico não quer paulista, nem virado e nem dobrado. Sobre arroz de carreiro, Chico quer é arroz de cozinheiro e pergunta que restaurante é aquele. Sobre vol-au-vent, Chico fala ao Garçom que é para ir e demorar para voltar.
Zeca volta e diz que vai escolher medalhão ensopado. Chico fala para não escolher isso, vai quebrar todos os dentes e se for de ouro vão cobrar caro. Zeca explica que medalhão é carne fatiada cortada em rodelas e manda Chico escolher o prato. Chico pede para o Garçom trazer bife a cavalo bem depressa, pensando que o bife ia vir nas costas de um cavalo.
O medalhão do Zeca chega primeiro e Chico pensa que o bife deve estar a burro, que empacou no caminho. O prato chega em seguida. Chico encara o Garçom e fala que aquilo não é bife a cavalo nem lá nem na China. O Garçom diz que está tudo ali, o arroz, o bife e o ovo, e Chico pergunta onde está o cavalo. O Garçom fala que bife a cavalo é só o nome e Chico fala que não interessa, prometeram cavalo e ele quer cavalo.
Zeca implora para Chico não fazer vexame, que o garçom está certo. Chico fica contrariado que não vai mais levar um alazão para casa. Depois de comer, Zeca pergunta se gostou do prato e Chico responde que estava mais ou menos e prefere o arroz e feijão da mãe dele. O garçom pergunta se querem sobremesa, Chico diz que sim, embaixo da mesa que não ia e Zeca tampa a boca do Chico para ele não falar mais besteira e pergunta o que tem. O Garçom diz que eles têm pudim de leite, sorvete e frutas. Chico quer goiaba, Garçom diz que não tem e Chico diz que quer jaca mole.
Zeca interrompe e manda o garçom trazer a conta. Enquanto esperam, Zeca dá bronca no Chico que precisa se comportar ou não vai mais levá-lo a restaurante, tem que aprender que as coisas na cidade não são como na roça e continua a bronca. A conta chega e vem muito cara e no final o Zeca fica abismado com o dinheiro que perdeu e Chico comenta que o povo da cidade acha que são sabidos, mas no final acabam pagando o cavalo que não veio, o medalhão de ouro ,entre outros.
É engraçada demais essa história com o Chico arrumando confusão no restaurante na cidade. Como ele nunca tinha ido a um restaurante e muito menos granfino, não sabia do que se tratava aqueles pratos. Acabou o Zeca se dando mal pagando caro demais e o Chico, com a sua simplicidade, não deixou de estar errado comparando o preço das comidas com preço de cavalo e medalhão de ouro.
Foi de rachar de rir ver o Chico não sabendo nem o que era garçom, achando que era comida, os trocadilhos com as comidas, como no bife a cavalo pensar que bife ia vir no cavalo, ele discutindo com os garçons, dando vergonha ao primo Zeca. Chico não saber o que era os pratos granfinos, até tudo bem, mas não saber o que é garçom e sobremesa, foi hilário. Eu adorava histórias assim com o Chico lerdo na cidade, constraste de um autêntico caipira na cidade, pena não ter mais histórias assim, provavelmente para não retratar um caipira na vida real como um retardado. Nas histórias atuais, só mostra o Zeca na roça, em situações normais e, com isso, não são engraçadas.
Os traços ficaram excelentes típicos dos anos 1980, gostava muito quando o Chico Bento e o Zeca tinham narigão assim, ficava melhor, hoje colocam narizes muito pequenos, descaracterizando os personagens. a curiosidade é que na época o Zeca não tinha nome, o Chico só o chamava de primo ou "primo da cidade". O Zeca só foi ter nome definitivo nos anos 1990.
Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2021/05/hq-chico-bento-no-restaurante.html
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