Capa de 'Magali Nº 55' (Ed. Globo, 1991) |
Magali estranha fila grande em frente ao supermercado e uma mulher diz que teve notícia que vai faltar feijão e eles estão comprando antes que acabe. Magali pergunta se será para sempre e a mulher responde que vai ser alguns dias ou semanas até o abastecimento normalizar.
Magali fala que para ela é, começa a ficar desesperada e tem pressentimento que vai faltar melancia, joga fora a que ela estava comendo e corre para casa. Ela quebra o seu cofrinho com bastante dinheiro e corre para mercearia e compra todas as melancias que o Seu Mané tinha, falando que vai faltar melancias. Depois ela vai pra casa, pega um carrinho de mão e vai ao supermercado, comprando todas as melancias de lá. Uma mulher fala que é exagero e Magali diz que comprou porque vai faltar melancias.
Na feira, Magali manda o vendedor despejar todas as melancias que tem no carrinho. Ele estranha e Magal fala que elas estão em falta. Alguns clientes ouvem e ficam assustados com a falta. O povo da feira já fica desesperado e todos querem comprar, mas os vendedores de lá avisam que acabou, afinal Magali já tinha levado tudo.
Magali chega em casa, já sem dinheiro, mas aliviada que agora pode faltar melancias a vontade porque já tem o suficiente com o quarto repleto de melancias, até em cima da cama e do guarda-roupa. Quando vai para a rua, Mônica dá notícia que ela tinha razão, melancias estão em falta, o povo aflito tudo fazendo filas em mercados para ver se consegui alguma e na televisão informando que estavam com uma crise da melancia que nem o governo sabia o motivo da súbita falta dela no mercado. Mônica pergunta como Magali adivinhou e Magali responde quando se trata de melancia, ela tem muita intuição.
História bem legal com a Magali fazendo estoque de melancia com medo de que faltasse, comprou tudo onde encontrava e acabou mesmo faltando para os outros e ainda acha no final que era intuição, mas na verdade, faltou por causa dela de ter levado tudo. A história critica a falta de alimentos que era comum na época, normalmente por problema de distribuição ou safra ruim por motivos de clima, mas também atenta ao fato de uma pessoa estocar tudo só para ela, faltando para os demais.
Foi engraçado ver o desespero da Magali na hipótese de faltar melancia, podia faltar tudo menos a melancia. Prova a paixão dela pela fruta, Magali traça tudo, sem exceção, mas não esconde de tudo que ela come, melancia é a sua comida preferida e sua marca registrada. Foi divertido também vê-la correndo por todos os estabelecimentos, colocando tudo no carrinho de mão e ainda causando pânico nas pessoas dizendo que vai faltar ou até já faltou melancia e chegar em proporção de enfrentarem crise da melancia que nem governo sabia o motivo.
Interessante o dinheiro que ela tinha guardado na economia do cofrinho da sua mesada para comprar tanta melancia, bom saber que sabia poupar em emergências assim para ela. Gostava também da autonomia das crianças para fazerem as coisas como fazer compras no mercado ou feira sozinhas, sem presença de adultos, coisa que não tem mais nas revistas. E também a força da Magali em carregar todas aquelas melancias, quando se trata de comida, ela é mais forte que a Mônica. esses absurdos eram muito bons. Impublicável pelo assunto de falta de comida não ser apropriado para crianças e esse mal exemplo da Magali de ficar com todas as melancias só pra si, um completo egoísmo. Fora a gula exagerada da Magali não ser mais explorada nas revistas.
Era comum historias de abertura curtinhas assim na época, ainda mais em revistas quinzenais de 36 páginas como da Magali, sendo que também tinham em outros com mais páginas como da Mônica e Cebolinha. Eles costumavam mesclar histórias de aberturas curtas com longas, mas depois, por padrão, foram mais longas e desenvolvidas. Traços ficaram excelentes, como era legal ver desenhos assim, pena cores começarem a ficar mais escuras, o que ia piorar em 1992. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário