Capa de 'Chico Bento Nº 21' (Ed. Globo, 1987) |
Começa com o Pajé da aldeia do Papa-Capim contando para ele que tem que tomar cuidado com os índios Cotoxós, seus inimigos, porque são cruéis e malvados, nunca deve confiar neles, são mentirosos e traiçoeiros e precisam expulsar os Cotoxós da região. Ao mesmo tempo, o menino da tribo Cotoxó ouve o Pajé e seu avó contar que os índios da aldeia do Papa-Capim aprende a odiá-los antes de falar, são cheios de artimanhas, de truques, nunca venceriam a limpo e eles tem que travar muitas batalhas e só haverá paz quando não existirem mais.
Os indiozinhos saem e acabam se cruzando no meio de uma ponte. Como foram orientados para não virar as costas para o inimigo, eles brigam. A ponte se quebra e eles caem no buraco. O tronco da árvore que caiu ajuda o menino Cotoxó a apoiar para subir, mas ainda era alto e Papa-Capim pula em cima do Cotoxó e consegue sair.
O Cotoxó fica uma fera, pensando que o Papa-Capim era sujo e tinha que ter ouvido o avô que não podia confiar na tribo rival. Só que se surpreende que o Papa-Capim não o abandonou, levando um cipó para tirá-lo do buraco. Logo depois, Papa-Capim sente sede o Cotoxó sente fome e cada um vai buscar água e frutas para o outro.
Anoitece, eles fazem fogueira com a pedra que cada um tinha e enquanto um dorme um tempo, o outro fica vigiando contra os predadores da mata. De manhã, os índios de cada tribo aparecem lá, veem os indiozinhos dormindo e pensam que um raptou o outro. Os índios brigam violentamente, os indiozinhos acordam, veem os índios se guerreando e enquanto eles brigam, Papa-Capim e Cotoxó vão pescar, com esperança que quando eles cansarem de brigar, eles vão lá pescar juntos com eles.
História legal com o Papa-Capim convivendo com o indiozinho da tribo inimiga para sobreviverem. Eles tinham visão equivocada dos índios por conta das histórias dos líderes das tribos deles, mas ao cruzarem o caminho, viram que não era nada disso e podiam conviver muito bem. Falavam mal uma da tribo da outra, mas sem saber a verdade, sem nunca terem se visto, só por causa de boatos e lendas.
Foi bom ver os indiozinhos se encontrando, brigando a princípio, mas na hora do sufoco foram solidários um ao outro, cada um protegendo o outro como levar comida e água e um ficar acordado enquanto outro dormia.
Mostrou uma bonita mensagem de paz, amizade e contra brigas e guerras e que brigas e ódio não levam a nada. Apesar das tribos serem inimigas historicamente, com direito a quererem que a outra fosse expulsa e até exterminada, na visão das crianças eles podiam ser amigos e foram pescar enquanto os outros brigavam entre si.
Era comum histórias do Papa-Capim enfrentando tribos rivais e que apareciam só em uma história, algumas tinham reconciliação no final, outras, não. Nunca foi revelado um nome para a tribo do Papa-Capim, nem nessa história teve nome, que só ficou sendo chamada de tribo inimiga enquanto as outras tribos tinham nomes bem criativos até. Também acontecia bastante na época de ter um prólogo de 1 ou 2 páginas, antes de aparecer o título inicial da história em vez de aparecer antes do primeiro quadrinho da primeira página, isso em qualquer núcleo de personagens. Falando nisso, foi legal o prólogo mostrando a comparação dos Pajés de cada tribo falando mal da outra tribo ao mesmo tempo, pode ler na vertical ou na horizontal tradicional conforme o leitor achar melhor.
Impublicável por mostrar brigas e violências entre os índios, mesmo com a mensagem boa têm implicância do povo do politicamente correto. Os traços ficaram muito bonitos, era muito bom ver desenhos assim, só não era boas as cores que eram bem desbotadas nas revistas do segundo semestre de 1987 e que ficaram assim até início de 1988.
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