Capa de 'Cascão N° 7' (Ed. Abril, 1982) |
Manfredo volta a dizer que não pode sair. Bidu diz que pode e tem mais força que ele, o puxa e vê que Manfredo derrubou café no carpete da historinha. Bidu, a princípio ri pensando que era outra coisa. O contrarregra pensa que Bidu não estava nervoso por ter manchado o carpete e Bidu emenda logo que está sim e pergunta como ele derrubou café.
Manfredo demonstra que estava segurando a xícara e notou uma coceira de pulga na cabeça, foi coçar e acaba e derrubando café de novo. Bidu fica furioso que o Manfredo sujou o carpete de novo, já querendo briga e comenta que a moça da limpeza quando vir vai comê-lo vivo e Manfredo emenda que ela tem mau gosto com cara de nojo.
Bidu ordena que o Manfredo limpe a sujeira. Ele tenta recortar o local manchado com tesoura. Bidu não deixa, falando que se fizer, ele quem vai recortar o Manfredo. Ele diz que nem está sujo de café. Bidu manda limpar com outra coisa. Manfredo não consegue limpar com água e sabão e resolve limpar com álcool. Só que ele acende fósforo, pega fogo no carpete, queimando deixando um buraco na historinha e ainda comemora que conseguiu limpar. Bidu fica furioso, bate no Manfredo e faz ele ficar sentado onde ele deixou queimado enquanto ele continua a historinha conversando com a Dona Árvore e Manfredo reclama que se Bidu queria que ele ficasse ali, por que fez ele ter todo aquele trabalhão.
Bem engraçada essa história, o Manfredo derruba acidentalmente café no carpete e tenta esconder do Bidu, mas ele descobre e manda limpar. Só que Manfredo acaba jogando álcool com fogo e queima tudo, estragando o carpete de vez. Mancha de café é difícil mesmo de tirar, mas ele foi burro de colocar álcool com fogo, não é possível que não sabia que era inflamável.
Vemos um Bidu bem irritado, sem paciência com as mazelas do Manfredo, até porque ele tinha medo da moça da limpeza dar bronca nele. Podia até ter demitido o Manfredo, mas preferiu só dar castigo de bater e deixar sentado no lugar do incêndio. Teve boas tiradas engraçadas como, por exemplo, Manfredo dizer que é mau gosto a faxineira comer Bidu vivo, recortar carpete no lugar da sujeira e tacar fogo pra limpar a sujeira. Incorreta pelas violências do Bidu, como tentativa de chute como fazia com o Bugu e bater no Manfredo no final, fora o mau exemplo de manipular álcool com fogo causando incêndio e risco de crianças imitarem a atitude.
Foi uma das primeiras histórias com o Manfredo, que estreou há 40 anos, em dezembro de 1981, na história "Tudo errado" de 'Cebolinha Nº 108' da Editora Abril. Ele foi criado pra repaginar as histórias do Bidu envolvendo metalinguagem, dar mais finalidade a mostrar os bastidores dos quadrinhos. Ele é um contrarregra atrapalhado, que monta cenários e também exerce função de diretor das histórias do Bidu, que é o seu patrão. Até tinha as vezes metalinguagem do Bidu nos anos 1970, principalmente quando aparecia com o Bugu, mas com Manfredo deu ideia maior de bastidores, mostrando erros nos cenários e até segredos dos quadrinhos, como nessa que vimos que a grama nas histórias do Bidu são carpetes imitando grama. Boa sacada. Para mim, as melhores histórias do Bidu eram as que tinham presença do Manfredo.
Os traços muito bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980. Foi republicada depois no 'Almanaque do Cascão Nº 6' (Ed. Globo, 1989). Termino mostrando a capa desse almanaque.
Capa de 'Almanaque do Cascão N° 6' (Ed. Globo, 1989)
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