Capa de 'Cascão Nº 205' (Ed, Globo, 1994) |
Dona Lurdinha corre para avisar ao Seu Antenor que o Cascão inventou de convidar todo mundo para festa de aniversário dele, logo quando estavam sem dinheiro e Seu Atenor vai conversar com o filho para tirar a ideia da cabeça dele. No quarto, Cascão pergunta ao pai qual das roupas era melhor para usar no dia da festa porque quer ficar bem bonito no dia. Seu Antenor pede licença e vai falar com a esposa, que vão ter que fazer a festa para não desapontar o Cascão. Dona Lurdinha pergunta como vão arrumar dinheiro e Seu Antenor diz que ele sabia desenhar bem e pode fazer a decoração e ela cozinha.
No dia seguinte, Seu Antenor vem da rua com o material para a decoração da festa. Cascão pergunta se vai colar cartolina em branco na parece e o pai diz que vai desenhar e conta que o pessoal do escritório encontrou balões, só que eram todos vermelhos e velhos, da inauguração da imobiliária que foi há 5 anos. Depois do jantar , ele começa a desenhar e comenta que era sopa de novo e Dona Lurdinha diz que está economizando para os ingredientes do bolo. Depois da janta, Seu Antenor tenta desenhar, mas estava com sono e acaba dormindo.
No outro dia, Seu Antenor começa a desenhar antes da janta. Cascão quer tema de super-heróis. O pai diz que sabe desenhar, mas a especialidade é patinhos. Ele desenha, só que bem feio, mas Cascão aceita para não desapontar o pai, diz que está ótimo e com uma pintura vai ficar o máximo. Assim, Seu Antenor desenha, Cascão pinta os heróis que ele desenhou e Dona Lurdinha recorta. Também ficam até tarde preparando chapeuzinhos de jornal e Dona Lurdinha enrolando docinhos às 3 horas da madrugada.
No dia da festa, acordam cedo e vão encher os balões, só que estouram por estarem velhos e o jeito é encher até a metade. Dona Lurdinha espreme os limões para a limonada enquanto Seu Antenor e Cascão penduram os enfeites na parede. Só que Cascão, logicamente, não lavou as mãos e suja toda a parede ao tocar com as mãos, precisando o pai limpar a parede.
Chegam os convidados da festa, todos curtem, com direito a menino em pé no sofá e outro com dor de barriga. Acham enfeites engraçados e ao saber que foi o pai do Cascão quem desenhou, Franjinha fala ao Seu Antenor que ensina a desenhar se quiser. Titi preferia refrigerante, mas só tinha limonada, mas não reclamam e acham gostosa e acham legal chapeuzinhos de jornal.
Um menino pergunta sobre a animação da festa como palhaço, mágico ou conjunto musical e Seu Antenor faz a animação e acham o pai do Cascão muito engraçado. Depois, cantam Parabéns para o Cascão e na hora, com o calor, todos os balões estouram, dando susto no pessoal.
No final, todos se despedem, acham a festa bem original e os pais sentam no sofá exaustos. Dona Lurdinha diz que foi tudo bem simples e pergunta ao marido se a festa agradou. Cascão, todo contente, abraça os pais e agradece pela festa e quando ele está dormindo, Seu Antenor fala para a esposa que a festa foi um sucesso.
História muito legal com os pais do Cascão improvisando uma festa de aniversário para o filho mesmo sem ter muitos recursos financeiros só pra não tirar animação do Cascão. Conseguiram com o improviso de decoração de super-heróis desenhados em cartolina pelo Seu Antenor, balões velhos doados pela empresa dele, chapeuzinho de jornal, limonada no lugar do refrigerante, economia na comida comendo sopa todo dia para preparar bolo e docinhos. Tudo simples e ainda assim a festa fez grande sucesso, agradando os convidados e o Cascão, principalmente.
Foi legal ver a família toda reunida, por 1 semana empenhada com o preparo da festa, inclusive Cascão, sem reclamar e até gostando de ajudar. Foi bom também que as crianças acharam diferente, mas não acharam a festa ruim e nem ficaram criticando, só queriam curtir a festa.
Bonita mensagem de pais fazerem festa com o que eles podiam dar no seu orçamento para não deixar o filho triste e a gratidão do Cascão. A história provou que é possível criar uma festa de aniversário de sucesso para criança sem luxo, com pouco dinheiro e criatividade dá pra fazer. Foi tudo bem humilde e não deixou de ser uma grande festa. Serviu também como alternativas de inspiração para a vida real de pais que não tem dinheiro para bancar festa de aniversário para os filhos.
O Cascão era considerado o mais pobrezinho da turma, já tiveram outras histórias com os pais com dificuldades financeiras e não é a toa que ele pegava coisas do lixo para construir seus próprios brinquedos. Gostava dessa diferenciação com a família do Cascão para mostrar que tem pessoas com menos condições financeiras e mesmo assim vai levando a vida numa boa.
Teve grande presença de personagens secundários, sem tanto os conhecidos da turminha. Interessante nas festas de aniversário da MSP que as crianças irem sozinhas sem nem os pais levarem, uma autonomia em tudo. Engraçado Cascão pedir para o pai escolher melhor roupa, só que eram iguais. Os personagens tinham guarda-roupa com várias peças da mesma roupa, por isso estão sempre se vestindo iguais. Descobrimos que o Seu Antenor trabalha em imobiliária. E tempo que Cascão não lavava as mãos nem pra decorar a festa do seu aniversário, sujando parede e tudo, hoje ele lava as mãos tranquilamente.
Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1990, com destaque a uma língua ocupando espaço maior na boca, que foi inspirado como era nos anos 1970. Só não gostei da Dona Lurdinha sem batom, eles deixavam as mães sem batom e sem lábios em algumas histórias dos anos 1990 quando queriam expressar mais humor nas histórias. Mesmo assim eu preferia as mães com batom e lábios. A Dona Lurdinha assim até lembrou um pouco como era na Editora Abril até em 1983, só que sem as sujeirinhas como do Cascão. Os pais dele também eram sujos como o filho, depois mudaram isso.
Essa foi primeira história de aniversário do Cascão desde que adotaram datas fixas de aniversário para os personagens. A partir daí, todo ano tem histórias de aniversário deles nos respectivos meses, no caso do Cascão, nos gibis de novembro de cada ano. E neste ano 2021, comemoramos aniversário de 60 anos do Cascão, criado em 1961 como o menino sujinho que nunca tomou banho, logo entrou no gosto popular e se tornou muito querido. Na sua trajetória, sempre se divertimos das formas que ele fugia do banho, muitas vezes bem absurdas. Com o tempo, com o politicamente correto o personagem se perdeu mais, adotaram outras características para ele para não ter mais apologia à sujeira. Não teve comemoração especial da MSP pelos seus anos 60 anos, nem história especial na sua revista mensal de novembro de 2021, mas aqui no Blog fica a lembrança e a homenagem nessa data tão importante e histórica para o Cascão.
FELIZ ANIVERSÁRIO, CASCÃO!!!!
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