Este Blog "Arquivos Turma da Mônica" atinge a grande marca de mil postagens feitas. Então, nessa postagem comemorativa, faço uma resenha do milésimo gibi lançado pela MSP vendido nas bancas.
O Blog levou 8 anos para atingir mil postagens. Foi criado pra compartilhar material mais raro possível, que não é muito visto pela internet, mas que eu tenha na minha coleção. Quase todo o conteúdo mostrado até hoje aqui é o que tenho. Assim, durante esse tempo foi compartilhado histórias clássicas comentadas, tirinhas, capas marcantes, capas semelhantes, histórias semelhantes, propagandas clássicas, resenha de edições especiais e de gibis antigos marcantes, curiosidades, informações de personagens esquecidos, entre tantas coisas legais.
O bom que não mudou muito o estilo desde o início e continua fazendo sucesso. Nem imaginava que chegaria a tantos anos e tantas postagens com o ritmo de postagens publicadas.
No início sempre que completava 100 postagens, eu criava resenha de como foram os gibis redondos da Editora Globo como os de "Nº 100", "Nº 200" e seguiu até as de "Nº 500". Da 600 a 900 eu fiz mais postagens de edições especiais ou informativas e agora na "N° 1000" por que não postar o milésimo gibi da MSP. Nenhum título chegou ao "Nº 1000" juntando todas as editoras, os mais próximos são Cascão e Chico Bento com 761 gibis até a data de hoje de dezembro de 2021.
Então, resolvi mostrar a resenha do milésimo gibi que a MSP lançou nas bancas ininterruptamente desde 1970, juntando todos os títulos, inclusive almanaques. Fiz o levantamento, considerei os títulos Mônica, Cebolinha, Cascão, Chico Bento, Magali e Pelezinho e os almanaques deles mais Super Almanaques e Almanação de Férias. Desprezei livros de tirinhas, gibis institucionais já que não são de bancas. Inclui Almanaques, mesmo sendo republicações, porque alguns tiveram histórias e tirinhas inéditas e de qualquer forma foram vendidos nas bancas também.
Juntando tudo, foram 726 gibis da Editora Abril entre 1970 a 1986. Até em dezembro de 1988, já tinham sido produzidos 901 gibis. Até novembro de 1989, foram 997 gibis e, então, o milésimo gibi lançado foi na primeira quinzena de dezembro de 1989.
Foram 14 gibis que foram vendidos em dezembro de 1989, toda semana chegava gibis novos nas bancas, até por terem Cascão, Chico Bento e Magali como quinzenais. O terceiro gibi que saiu nas bancas naquele mês representa o gibi "Nº 1000" da MSP, sendo que alguns chegavam no mesmo dia. Considerei a ordem que comprei, 'Cebolinha N° 36' e 'Cascão N° 76' foram os 2 primeiros comprados e então o terceiro gibi comprado e considerado o "Nº 1000" foi o 'Chico Bento Nº 76' da Editora Globo.
Capa de 'Chico Bento Nº 76' (Ed. Globo, 1989) |
Falando sobre esse gibi, foi o da primeira quinzena de dezembro e, com isso, reservado para o Natal. A edição seguinte, "Nº 77", reservado para a semana do Ano Novo. A capa foi uma piada normal, com as laranjas da árvore caindo no sonho dele, e, com isso, sem ser capa natalina. Era de costume na época de nem sempre ter capas natalinas em dezembro, mesmo quando tinham histórias sobre o tema. Em dezembro de 1989, todos tiveram alguma história de Natal, mas só as capas do 'Cebolinha Nº 36' e 'Cascão Nº 76' que tiveram capas de Natal.
Foram 7 histórias no total, incluindo a tirinha final. Abre com a história "Chapeuzinho de palha", uma versão caipira do Chico ao conto "Chapeuzinho Vermelho". Com 8 páginas, a Dona Cotinha manda o filho levar a marmita do pai até o roçado onde estava trabalhando. No caminho, um homem aborda o Chico perguntando o que ele leva que está cheirando bem, que deve ser doces. Chico diz que na marmita para o pai tem arroz, feijão com toucinho e ovo frito e o homem pede para dar marmita a ele, que está sem comer desde de manhãzinha e que o pai está rechonchudo comendo bem todo dia.
Chico diz que se sobrar alguma coisa, ele volta para dar o que sobrou. O homem fica uma fera, vai em um atalho, sobe em uma árvore e tenta pescar a marmita do Chico quando passar em frente. Só que na hora, acaba pescando a velhinha Genoveva, que dá guarda-chuvadas neles pelo desaforo. Depois o homem segue outro atalho e tenta dar paulada no Chico, mas ele se abaixa e o homem acerta uma colmeia de abelhas na árvore e fica todo inchado com as picadas das abelhas.
Em seguida, ele pega outro atalho rende o Seu bento no roçado, o amarra e pega o chapéu e lenço para inventar que ele era o pai do Chico. Ao ver, Chico estranha estar com lenço no rosto e o homem diz que é pra proteger da poeira que a inchada levanta e faz o Chico ir embora pra ele comer sossegado.
Chico volta porque a mãe mandou levar a marmita vazia e descobre que era o homem se passando pelo pai. O homem segura o Chico, Seu Bento aparece, amarrado mesmo, e dá uma cabeçada no homem, que desmaia. Chico e seu pai vão comer em casa e no final descobrimos que o homem era o Lobo-Mau disfarçado e fala que não conseguiu enganar nem a Chapeuzinho Vermelho e muito menos aquele Chapeuzinho de Palha.
História divertida, o Chico se passou por Chapeuzinho de Palha e passou sufoco para o Lobo Mau disfarçado de homem não comer a marmita do pai. Notamos que foi bem violenta com guarda-chuvadas, tentativa de paulada, Seu Bento levando golpe no pescoço e amarrado, brigas, definitivamente impublicável hoje em dia.
Em seguida vem "Meu carrão", com 4 páginas em que o Chico Bento escreve uma carta para o Papai Noel pedindo um carro de verdade. A Dona Cotinha comenta que o carro não cabe no trenó e Chico diz que ele vem dirigindo e se não trouxer, não acredita mais nele. O Seu Bento compra o presente, só que no dia do Natal, Chico vê uma caixinha e uma carta do Papai Noel que não pôde trazer o presente porque ele só tem carteira de habilitação para trenó e trouxe um carrinho de brinquedo no lugar. No final, Chico sai com a Rosinha com o carrinho de brinquedo e diz que o Papai Noel é um velhinho legal.
História contando que o presente seria impossível, não só pelo motivo financeiro como também não daria uma criança dirigir carro de verdade. Como era Seu Bento que ia comprar, ele deu um jeito de reverter situação com carrinho de brinquedo e uma desculpa do Papai Noel. Típica história que criança mais esperta deduz que Papai Noel não existe e é o pai que compra o presente e hoje evitam histórias assim de dúvida de existência do Papai Noel.
Em "Bum", de 3 páginas, uma história muda de miolo simples em que o Chico ouve um barulho "Bum" e pensa que o acertaram com um tiro, mas era apenas um homem dirigindo um carro velho e barulhento. Depois ele ouve de novo um "Bum" e era o Zé Lelé estourando um saco para dar susto nele. Chico bate no Zé Lelé e em seguida, ouve barulho de novo e era um garoto jogando fogos de artifício e ele corre atrás do garoto. Em seguida, tem trovão e pancada de chuva e ele corre até à escola. Lá, era dia de prova e ele imagina que a prova é uma bomba.
Nessa, mostrou susto do Chico com vários tipos de "Bum" de forma bem criativa, incluindo até bomba na prova da escola. Chico envolvido com bomba, fogos de artifício, possibilidade de tiro, brigas, se torna história incorreta atualmente.
A Turma do Papa-Capim estrela a história "Mensagem de amor e fraternidade", com 5 páginas. Nela, o casal Cristiano e Adelaide vai à selva em época de Natal para mostrar a tradição natalina e ensinar mensagem de fé, amor, fraternidade e paz para eles por serem primitivos e sem Deus no coração, inclusive o Cristiano vai vestido de Papai Noel. Só que eles caem em uma areia movediça e os índios salvam o casal.
Os presentes são perdidos na areia, eles acham que são índios selvagens e canibais. Os índios convidam o casal para comer na aldeia deles. Lá, eles comem comidas típicas, descansam em uma rede, veem o cotidiano dos índios, que eram bem amistosos e amorosos com família e animais. Eles vão embora para a civilização de barco com um guia dos índios e Cristiano pergunta como fica a mensagem de amor e fraternidade que iam passar para os índios e Adelaide pergunta se precisa depois de tudo que viram.
Na aventura viram que eles já sabiam muito bem sobre amor e fraternidade, que não precisavam fazer nada. Os índios dessa vez não falaram a língua dos brancos, se entendiam com gestos e sinais. Interessante que foi protagonizada mais por secundários da Turma do Papa-Capim. Ele e o Cafuné apareceu só em um quadrinho e o Pajé em 2 quadrinhos, porém, só como figurações.
Depois vem "Papai Noel esteve aqui", com 3 páginas, em que a Turma do Chico Bento acorda no dia seguinte da noite de natal e vão conferir o presente que ganhou do Papai Noel. Zé Lelé ganha um carrinho posto em uma meia, o Zé da Roça ganha um aviãozinho posto no sapatinho na janela e o Chico Bento não ganha nada. Ele chora por papai Noel ter esquecido dele e pergunta o que fez de errado e o Papai Noel, entalado, diz que a chaminé da casa dele é muito estreita. Por ser gordo e chaminé estreita não tinha como ficar entalado e não entregar o presente para o Chico. Um pouco de piada com gordos, o que é abolida nos gibis de hoje.
O gibi termina com "Ajudante da professora", com 5 páginas. Nela, Professora Marocas resolve sair da sala e nomeia o Chico como ajudante e dar nomes de todos que fizerem bagunça. Quando ela sai, a turma toda faz bagunça, como Hiro desenhar a caricatura da Marocas no quadro negro, Zé Lelé perseguir sapo, Rosinha bater na cabeça do Zé da Roça com livro. Quando ela volta, todos voltam para as carteiras deles como se nada tivesse acontecido, Marocas pergunta pelos anjinhos e Chico diz que são diabinhos e anotou nome de todo mundo.
Marocas dá castigo para todos menos o Chico. Eles ficam com raiva, achando o Chico dedo-duro e não falam com ele na saída e nem quando encontram com ele na rua naquele dia. Na aula do outro dia, Marocas sai de novo e deixa o Hiro como ajudante. A turma volta a fazer bagunça na ausência da professora e no final, todos ficam com raiva e chamando o Hiro de dedo-duro.
Vimos que os ajudantes da professora ficaram no lado dela e não dos amigos, primeiro o Chico e a história se repetiu com o Hiro. Mostra o tempo que a turma do Chico Bento era bagunceira durante as aulas e aprontavam tudo, não era só o Chico que aprontava com a professora. Hoje alunos agindo assim sem chance nos gibis, principalmente agressão de bater com livro na cabeça dos outros. Comparação das crianças como diabinhos também proibido hoje. E eu gostava quando o Hiro tinha destaque nas histórias.
A tirinha final foi sobre poço dos desejos com Hiro pedindo uma bola, a Rosinha uma boneca e o Chico pede um balde grande de água para conter calor grande e seca na roça. Fica até uma crítica, já que enquanto amigos pediam brinquedos, Chico preocupado com a seca.
Foi um gibi bem divertido, misturando histórias de natal e histórias comuns, atendendo a todos os gostos. Muitas delas incorretas e chama atenção na violência que era bastante frequente nos gibis antigos, hoje é abolida totalmente. Os traços muito bons e caprichados em todas as histórias. Destaque também para o Hiro que teve presença marcante nesse gibi. E muito obrigado a todos que acessam e comentam o Blog, muitas postagens continuarão a ser feitas.
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