Capa de 'Cascão Nº 96' (Ed. Globo, 1990) |
Na praia, Mônica manda Cascão desamarrar o burro e Cebolinha o recomenda aproveitar o passeio. Cascão diz que não gosta do mar e não vai dar nenhum passo naquele ponto em diante e, assim, os três vão ao mar e Cascão fica lá. Espirra um pouco de água perto e Cascão resolve arranjar um lugar seguro. Encontra uns barcos na areia, aconchegante e sequinho, e ele dorme até a mania de praia deles acabar. Só que enquanto dorme, a maré sobe e o mar avança mais pela praia, atingindo embarcações e, assim, o barco acaba navegando pelo mar com o Cascão dormindo lá.
Depois de um tempo, Cascão acorda, pensando que o pessoal cansou de brincar na praia e quando vê, descobre que está em alto-mar. Cascão se tenta se acalmar, achando que era só um pesadelo, fecha os olhos e quando abre bem devagarinho, confirma que é verdade. Cascão se pergunta como isso foi acontecer, que sabia que ir à praia não ia dar em coisa boa e desmaia.
O barco se movimenta até a uma ilha, Cascão acorda quando o barco tromba e ele acha que está salvo, mas vê que é só um pedacinho de terra mixuruca. Acha que é melhor que nada e fica esperando algum navio aparecer para salvá-lo. Passam horas até anoitecer e nada de alguém aparecer, Cascão lamenta, diz que está com frio e com fome e quer a mãe dele e percebe que vai ficar a vida toda lá e começa a chorar.
Um coco cai do coqueiro, resolvendo problema de fome de ele ele se agasalha com folha do coqueiro para espantar o frio. De manhã, Cascão ouve um barulho, pensa que é a mãe cutucando o pé dele e ele conta que teve pesadelo terrível de estar perdido em uma ilha e aí descobre que ainda está lá e foi um caranguejo que cutucou o pé dele. Cascão chora, mas com medo do choro fazer afundar a ilha, para e diz que tem que agitar. Troveja no céu ameaçando chuva, Cascão fica desesperado para fugir e a solução foi subir no alto do coqueiro para não se molhar.
Passam alguns dias, Cascão está com monotonia de comer coco todo dia e beber água da chuva. É o último coco do coqueiro e ele vai ter que passar a pescar e torcer por chuva e a que ponto o "Grande Cascão" chegou a descer tanto. A fome está apertando e ele vai ter que colocar mão na água para pegar um peixe e reclama que será o fim da impermeabilidade dele. Até tenta, mas não consegue.
Fica o mistério do narrador contando se Cascão finalmente vai colocar mão na água para poder comer, com ele criando coragem para isso, até que aparece um navio para resgatá-lo, salvando de ele ter que se molhar. O homem avisa que vai lançar o bote salva-vidas para tirar Cascão de lá e ele pula direto para o navio de tanta felicidade e comemora que não precisou se molhar nem um pouquinho. O homem conta ao capitão que em vez de 3 dias perdido, devia estar há anos.
No navio, Cascão bebe refrigerante e come cachorro-quente e fala com leitores se é um sonho pra não acordar. De volta para casa, é recebido com festa pelos seus pais, com Cascão contando que eles são bem melhores que o caranguejo. Mônica e Cebolinha ficam contentes com a volta, Mônica pensou que o mar o derreteu quando ele desapareceu. Seu Cebola dá ideia de comemorarem a volta do Cascão com belo sorvete e aí o Cascão prepara umas malas e guarda-chuva junto como se fosse viajar, falando do jeito que termina as comemorações do Seu Cebola, é melhor ficar prevenido.
História muito engraçada com o Cascão ficando náufrago em uma ilha minúscula depois de entrar em um barco para fugir do ambiente da praia e do mar. Só queria descansar, mas acabou se dando muito mal, a quase ter que colocar mão na água para pegar peixe para não passar fome. Pelo menos foi salvo a tempo e sempre que sai com Seu Cebola agora fica prevenido levando várias malas junto.
Engraçado o Cascão brigar com o Seu Cebola pra não ir à praia, descobrindo que estava em alto-mar no barco, ser cutucado pelo caranguejo, subir no coqueiro para fugir da chuva e rachar de rir como ele falando que se rebaixou a colocar mão na água para comer e desejar chover.
Foi uma das histórias que ele passou mais sufoco para manter a invencibilidade de banho, como se virar subindo me coqueiro para não se molhar na chuva e dilema de se molhar ou morrer de fome, fora sofrer com frio e solidão. Era muito bom os apuros do Cascão pra não tomar banho, tudo acontecia com ele e sempre escapava.
Basicamente foi um monólogo com o Cascão, ele falando sozinho que nem um maluco, o que foi hilário. Grandes personagens conseguem fazer graça sozinhos. Sempre era divertido personagens falando sozinho história toda, sendo que com Cascão era o campeão nisso e era o melhor. Chico Bento e Magali também rendiam ótimas histórias assim de monólogo.
Interessante a história falar de comemoração da chegada do verão e esse gibi ter sido lançado em agosto, quando estavam no inverno. Na época eles não tinham preocupação de história sair no mês exato de uma data especial, podia ter história de verão em agosto ou de inverno em janeiro, colocavam quando bem entendiam. Se seguissem a lógica, essa teria que ter sido arquivada e saído, no mínimo, nas edições do Cascão Nº 104 ou Nº 105, de janeiro de 1991.
Presença de narrador-observador contando as histórias sempre davam um charme a mais. Incorreta por mostrar sofrimento do personagem, não só de medo de banho, mas também viver isolado, com frio e fome por 3 dias.
Ficou até diferente o Seu Cebola ter levado a turma, o que ficou legal, não era comum em um gibi do Cascão, normalmente seria o pai do Cascão no lugar. Os traços excelentes e encantadores, contornos bem grossos e muito caprichados, com direito a curva nos olhos sem serem pintados de branco para demonstrar que estava com bastante raiva e sempre ficavam bem assim. A arte no título Náufrago bem criativo, até no design dos títulos eles capricharam na época.
Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2022/01/cascao-hq-o-naufrago.html
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