Capa de 'Mônica Nº 61' (Ed. Globo, 1992) |
No final, Mônica vai para o quarto brincar com o Sansão. Magali aparece depois lá e Mônica fala que é melhor não terem torneirinhas e convida a Magali para elas brincarem como duas meninas. Mônica diz que quer brincar de futebol, Magali fala que isso é coisa de meninos e Mônica pergunta por quê, começando de novo toda a dúvida de meninos contra meninas.
Essa história é legal com a Mônica querendo ter uma torneirinha para fazer xixi em pé como os meninos e ser mais prático, mas não sabia que era impossível ter. Foi bem engraçado ver a Mônica reparando no Cebolinha mijar em pé, Mônica se mijar, todo o seu dilema de ter uma junto com Magali precisando pedir para Deus, Franjinha e até poço dos desejos, o trocadilho de torneirinha de "pinto" dos meninos com torneira de água, Franjinha rir e depois fica com dor após a surra, o poço rir da cara delas e toda a explicação da Dona Luísa sob a ótica de uma criança entender.
História mostra uma grande dúvida das crianças de querer saber por que os meninos tem pinto e as meninas não, por que meninos fazem xixi em pé e meninas fazem xixi sentadas e ensina as diferenças sexuais para as crianças de forma que elas entendam e sem deixar piegas.
Para a Mônica ter a torneirinha não faria diferença de ela ser menina, mas com a explicação da sua mãe viu que a torneirinha faria toda a diferença de identificar quem é menino e quem é menina. Não foi revelado o outro motivo da diferenciação em relação a sexo, só ficou a entender quando a Dona Luísa falou "também" em relação ao que ela falou. Ficou só subtendido, apesar das crianças que leram, ficarem com curiosidade de saber o outro motivo a qual se referia a Dona Luísa.
Também é discutido no final por que só meninos podem jogar futebol e as meninas não. Na época tinha o machismo e o conservadorismo de certas coisas serem feitas apenas por meninos e outras só por meninas. Tipo, tinham regras que meninas não podiam jogar futebol e meninos, sim, meninas brincam de casinha e bonecas e meninos, de carrinho, meninas vestem rosa e meninos vestem azul. Seria um escândalo menino brincar de boneca, por exemplo.
Hoje a sociedade mudou e não tem mais essas diferenças, tanto que nas histórias antigas só os meninos jogavam bola, com raras exceções de quando queriam abordar assuntos, mas mesmo assim, normalmente as meninas se davam mal jogando bola, eram mostrados os meninos com mais habilidade. Hoje eles colocam meninos jogando bola com as meninas normalmente sem distinção, assim como meninos e meninas frequentarem o clubinho que eram só dos meninos antigamente, por exemplo.
Prova também isso na parte de se Mônica tivesse torneirinha ao nascer e descobrissem que era menina anos mais tarde, que a mãe não saberia o que fazer com bola e carrinhos que tinha ganho porque as meninas não podiam brincar com essas coisas e não ganharia o Sansão porque menino não brinca com bichinho de pelúcia. Hoje Mônica poderia fazer tudo isso normalmente. Impublicável por mostrar um assunto assim de cunho sexual e acharem que é inapropriado para crianças e ordens do que é certo ou errado de meninos e meninas fazerem, fora aparecer Cebolinha e Mônica mijando no chão, envolver religião com "Papai do Céu" e Mônica surrar o Franjinha.
Na parte da Mônica trocar mesmo vestido após ter se mijado porque ela tem várias roupas do mesmo modelo no guarda-roupa. Era legal quando retratava isso em relação às roupas dos personagens e justificativa de ficarem sempre com as mesmas roupas.
Traços muito bons e caprichados. Pena as cores mais escuras como resolveram deixar nos gibis de 1992. Na capa do gibi, foi a estreia do "Mauricio de Sousa Editora" embaixo do logotipo da Editora Globo, em todos os gibis a partir de janeiro de 1992 passaram a ter esse selo para indicar que são gibis da MSP. De início ficava bem estranho, descobrimos que Maurício já tinha uma editora, depois se acostumamos, só ficou uma poluição a mais nas capas. Curiosidade que os gibis do 'Cascão Nº 130' e 'N° 131' daquele mês esqueceram de colocar ou porque não tinha espaço para colocar, mas a partir da N° 132' seguiu em todas as edições. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
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