domingo, 13 de março de 2022

Arquivos Turma da Mônica N°1.026 - Mônica: HQ "Efeitos especiais"

Em março de 1992, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Efeitos especiais" com Cebolinha fazer plano infalível de fingir que o sansão foi esmagado por um cofre para ficar com ele e ser o dono da rua. Com 14 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 63' (Ed. Globo, 1992).
Capa de 'Mônica Nº 63' (Ed. Globo, 1992)
Mônica e Magali estão conversando e Cebolinha empurra a Mônica, separando o Sansão no outro lado, para livrá-la da queda de um cofre do alto de um prédio. Mônica agradece o Cebolinha e sente falta do Sansão. Cebolinha vai até ao cofre e encontra o Sansão esmagado, fino como uma folha de papel e Mônica desmaia vendo o coelhinho daquele jeito.

Cebolinha sugere enterrar o Sansão e Mônica diz que esmagado ou não vai continuar sendo o coelhinho de pelúcia dela. Vai embora com a Magali bem triste com o ocorrido e Magali a consola que podia ser pior e ela estar assim. Em seguida, Cascão aparece perguntando se deu certo. Cebolinha diz que ele jogou o cofre de isopor se fundo no momento exato, o Sansão agora é deles e Cascão diz que é o começo do fim do reinado da Mônica.

Depois, em casa, o pai da Mônica diz para ela que não encontrou um coelhinho igual em nenhuma loja. Mônica chora, dizendo que só queria o seu Sansão voltasse como era. Seu Sousa não entende como Sansão foi ficar como uma folha de papel e ela diz que não viu o cofre que caiu em cima dele.

Mônica vai para rua, levando o Sansão em um carrinho de bebê para ele pegar Sol. Magali pergunta se Mônica está melhor e ela diz que está, mas acha que o Sansão nunca mais vai ser o mesmo, até que ver o Cebolinha e Cascão com um coelhinho de pelúcia igual ao dela. 

Mônica corre pensando que é o Sansão e Cebolinha diz que o coelho é dele. Magali diz que ele nunca teve um coelhinho e ele diz que agora tem e pergunta se é proibido. Mônica diz que o pai não encontrou vendendo um coelho como esse e Cebolinha fala que ele pode não ter procurado direito e esse foi dado pela sua Tia Gumercinda.

Mônica pergunta ao Cebolinha se pode segurar um pouco o coelho. Ele diz que vai pensar, a chamando de dentuça, gorducha e baixinha. Ela se irrita e Cebolinha vai embora, falando que nervosinha desse jeito, a dentuçona não merece que empreste o seu Golias e Cascão complementa que a chata ridícula vai ter que ficar bem boazinha. Mônica se desespera contando à Magali que ela precisa daquele coelhinho.

Os dias passam, Mônica fica seguindo escondida o Cebolinha para pegar o Golias. Cebolinha percebe e finge que tem lesmas na moita que a Mônica estava escondida e ela surge, assustada com as lesmas. Cebolinha comenta que ela estava ali e diz que está muito calor e que um sorvete ia bem. Mônica leva bastante sorvetes para os meninos.

Cebolinha fala com Cascão que que a elefanta dentuça está legal, pergunta ela se não se incomoda de chamar assim e ela diz que não. Como recompensa, Cebolinha deixa ficar com o Golias por 30 minutos na condição de não bater mais neles e o reconheça como novo dono da rua. Mônica aceita porque sem o Sansão, ela não tem ânimo para nada.

Cascão pergunta ao Cebolinha se ele não está arriscando demais, pode perceber que é o coelhinho dela. Cebolinha diz que o truque foi perfeito e ela viu o Sansão sendo esmagado e que ele precisava entregar para ser o novo dono da rua. Ela nunca vai saber a não ser que o Cascão fale demais outra vez e ele reforça que a boca dele é um túmulo.

Magali vê a Mônica com o coelhinho, pensa que foi consertado e ela diz que é o Golias do Cebolinha. Magali acha que para um coelhinho recém-comprado, esse está usado demais. Mônica diz que elas viram o sansão sendo esmagado e ele tinha um rasgo nas costas e confere que esse tem também. Elas vão a casa da Mônica e confirmam que o outro é de papel e Cebolinha a enganou.

As meninas vão a casa do Cebolinha, Dona Cebola fala que não está e, então, elas vão ao lixo na casa dele e veem o cofre de isopor sem fundo lá e fica uma fera. Cascão vê tudo atrás da moita e conta para o Cebolinha, que fala que vai negar tudo e se não adiantar vai usar efeitos especiais de bonecos com as caras deles, se esconder no barracão escuro e ela vai bater nos bonecos pensando que eram eles.

Cascão não se arrisca e vai embora. Cebolinha o chama de bobão e diz que ele é o maior criador de efeitos especiais. Mônica aparece, concordando, e que vai devolver o coelho na cabeça dele. Cebolinha tenta enrolar querendo levá-la ao barracão e ela bate ali mesmo. No final, Cascão comenta que deu certo, que a Mônica bateu nos bonecos deles, nota dez para o plano, mas era o Cebolinha extremamente surrado e amassado e diz que é nota cinco, o boneco é aquele ali ao lado.

História legal e envolvente com Cebolinha fazendo plano infalível de Mônica pensar que o Sansão ficou esmagado no cofre e ele pegar o verdadeiro fingindo que era outro só pra ser o dono da rua. Quase deu certo se ele não emprestasse e ela ver que era o seu próprio Sansão. Cebolinha ainda tenta a Mônica bater nos bonecos deles, mas não conseguiu e acabou ficando no estado dos bonecos após a surra.

Eram muito bem boladas as histórias de planos, meninos eram malvados demais e tinha toda uma artimanha para ser perfeito até ser estragado. Diferente dos outros planos, dessa vez não foi o Cascão quem estragou, a culpa foi do Cebolinha de ter emprestado o Sansão para Mônica. Ele podia ter arrumado outra chantagem para fazer e a Mônica aceitar passar a rua para ele. Mônica também era ingênua demais e acreditava em qualquer bobeira que eles falavam e sem o Sansão não era ninguém, ficava arrasada e deprimida e aí que não pensava em nada mesmo. Se não fosse a Magali, ela nem perceberia que era o Sansão quando estava segurando. Cascão não apanhou dessa vez, mas fica na imaginação se depois ela bateu ou não.

Foi legal ver essa ideia de um cofre de isopor sem fundo servir igual a um efeito especial de filme que faz as pessoas pensarem que é de verdade e Mônica caiu direitinho. Os bonecos no final serviriam como dublês, mas aí Mônica não foi enganada 2 vezes, seria burrice. Impublicável atualmente por dar ideia de acidente, mesmo que de brincadeira, histórias de planos não deixam a Mônica tão ingênua assim  envolver chantagens, mostrar Mônica deprimida e fora a surra no final deixando Cebolinha completamente surrado, que não podem mais violência exagerada assim. E palavra "Droga!" dita pelo Cebolinha também proibida hoje.

Os traços ficaram bons com personagens mais fofinhos. Marcou a estreia de novos traços em histórias de abertura, típicos de anos 1990 e começando a dar uma cara para a década e deixando anos 1980 de lado. Antes, os traços ainda estavam voltados com o estilo da segunda metade dos anos 1980. Para quem lia nos anos 1980 deu para ver uma boa diferença e ver que eles estavam querendo mudar alguma coisa a partir daí. Esse estilo de traços durou pouco e foi a porta de entrada para outros novos traços que foram criados aos poucos durante os anos 1990, até porque também novos desenhistas estavam sendo contratados. O bom que as mudanças de traços na MSP na maioria das vezes foram gradativas, aí só depois de um tempo que via as mudanças relendo as histórias. Muito legal relembrar essa história há exatos 30 anos. 

Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2022/03/monica-hq-efeitos-especiais.html 

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