Em abril de 1992, há exatos 30 anos, foi publicada a história "Dá um teco?" em que o Mingau vai a um restaurante pedir comida para os outros após ser expulso de casa pelo Seu Carlito, Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 75' (Ed. Globo, 1992).
Capa de 'Magali Nº 75' (Ed. Globo, 1992) |
A família da Magali está almoçando e Mingau está tomando o seu leitinho. Acaba e ele vai pedir pedaço do que eles estão comendo. Não ouvem o miado fraco e Mingau mia alto e faz um olhar pidão. Seu Carlito se incomoda e reclama que não consegue comer com o gato pedindo comida o tempo todo e Mingau se espanta que o seu "olhar 43" falhou.
Seu Carlito pergunta à Magali se ela não dá comida para o Mingau. Magali diz que já tomou o leitinho dele, mas que está ficando gulosinho que nem ela. Seu Carlito não aceita, uma Magali em casa já basta e isso não pode ficar assim e, então, Seu Carlito, enxota o Mingau com uma vassoura para fora de casa para eles ficarem comendo sossegados.
Mingau reclama que os desalmados continuam comendo e em vez de ganhar um teco, ganhou um peteleco. Com isso, ele se vira na rua para arranjar comida e entra em um restaurante. Ele sabe que as pessoas vão lá para comer e acha que os gatos também. Lá, ele se admira com tanta gente comendo e procura alguém com cara de trouxa pra pedir um teco.
Encontra um casal comendo, Mingau mia alto enquanto o Lúcio está cortando carne e ele pensa que a carne estava viva e pergunta o que deram para ele comer, pensando que era carne de gato. A acompanhante diz que é um gato ao lado da mesa e que ele quer um teco da comida. Lúcio acha um cúmulo e chama o garçom. Mingau manda para pedir um peixe assado e faz carinho no Lúcio, que manda o garçom tirar o gato de lá e Mingau cai de cabeça.
O garçom pensa que o Lúcio que levou o Mingau para o restaurante e ele diz que já estava lá. Todos os clientes estranham um gato no restaurante e pensam que o Mingau era mascote lá. O garçom nega e aí o casal pensa que é matéria-prima e servem carne de gato lá e se recusam a comer. Mingau avança na mesa para comer já que eles não querem. A mulher desmaia, Lúcio acha um nojo. O garçom tenta pegar o Mingau, que corre da mesa e para na outra, derrubando suco no vestido da cliente. Todos acham um ultraje, bagunça e baixaria e o garçom, uma desgraça.
Todos os clientes vão embora, prometendo não voltarem para aquela espelunca enquanto Mingau come uma lagosta e parabeniza o cozinheiro. O Garçom fica com raiva, tenta expulsar o Mingau com um chute, quando aparecem jornalistas, que viram movimento na porta do restaurante e foram conferir e já imaginam a manchete "Garçom maltrata animais em plena era da Ecologia". O garçom disfarça e diz que o Mingau é a mascote do restaurante e os jornalistas acham boa reportagem de "Restaurante ecológico ajuda na preservação dos gatos".
A notícia vai aos jornais, convidando todos a comerem no restaurante "Dez gatos", o restaurante que ama os animais. Restaurante fica cheio e agora todos os clientes levam os seus bichos de estimação para comerem juntos. O garçom dá mais comida para o Mingau, que fica enjoado de comer vitela, lagosta e caviar e vai embora.
Mingau volta para casa, Magali adora e ela manda o pai não implicar mais com o Mingau. Seu Carlito diz que se ele parar de pedir comida. Mingau diz que não vai fazer mais, é se rebaixar demais, aprendeu muita coisa no restaurante e no final ele senta na mesa com garfo e faca e babador junto com a família e Seu Carlito fala que o gato está cada vez mais abusado.
Muito boa essa história com o Mingau indo a um restaurante para tentar comer após ser expulso pelo pai da Magali. Arrumou muita confusão, afinal não pode ter gato em restaurante, quase foi à falência, mas sem querer o Mingau acabou virando o herói, restaurante um sucesso por ser ecológico e ele poder comer o que quiser quando o restaurante o adotou como mascote para não se passar como o que maltrata os animais. Mingau voltou para casa no final, mas adotou os costumes de comer na mesa como os humanos.
Já não bastava uma comilona e ter mais um gato comilão não ia dar no orçamento do Seu Carlito, aí tinha que reclamar. Foi engraçado ver as tiradas do Mingau como fazer um "olhar 43" para a família da Magali ficar com pena e dar comida para ele, sendo enxotado a vassouradas pelo Seu Carlito, dizer que ia procurar alguém com cara de trouxa no restaurante, Lúcio pensar que a carne estava viva, pensarem que serviam carne de gato, jornalistas abordarem o garçom, bichos no restaurante e Mingau sentado na mesa com a família. O "olhar 43" foi clara referência à clássica música homônima da banda RPM de 1985. A Ecologia realmente estava em alta em 1992 por causa da "Eco-92".
Na época as vezes tinham histórias do Mingau na abertura das revistas da Magali, com pouca presença dela. Pode ver que nessa a Magali ficou secundária, aparecendo só no início e no final. Hoje em dia, quando tem histórias do Mingau na abertura, tem presença constante da Magali com eles contracenando juntos em casa mostrando costumes dos gatos. Já teve uma fase com muitas histórias da Magali e Mingau assim em excesso, começando em 1998 e prolongando por toda a década de 2000, inclusive várias até no mesmo gibi e não só na abertura, hoje diminuíram isso, mas ainda tem.
Assim como a Magali, o Mingau era gato comilão também, adorava comer de tudo também. Eu gostava quando ele ia para rua, viver suas próprias aventuras e até as vezes com uma turma de gatos, diferenciava bem, e essa característica de ser gato abusado, debochado era demais. Hoje eles colocam o Mingau apenas como gato doméstico, mostrando costumes dos gatos, aí fica muito repetitivo e cansativo assim.
Impublicável atualmente pelo tema de não poder mais dar comida aos animais domésticos na vida real, eles só podem comer ração por recomendação de veterinários, fora ter gato e depois outros animais em um restaurante, o Mingau ser enxotado a vassourada pelo Seu Carlito e depois quase sedo chutado pelo garçom. Palavras como droga, desgraça, baixaria também são proibidas nos gibis novos. Antigamente o Seu Carlito não gostava do Mingau e era bem perverso com ele, fazendo de tudo para o Mingau sair de casa para acabar com a sua alergia de pelo de gatos e essa característica também não tem mais.
Os traços excelentes, adorava o Mingau desenhado assim, bem fofinho e parecendo gato de verdade. Teve um erro de ortografia, colocando "garçon" no lugar de garçom na página 5 da história (página 7 do gibi), no caso, uma falta de revisão aí. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
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