Capa de 'Cebolinha Nº 89' (Ed. Globo, 1980) |
Compartilho uma história em que o Cascão fica preso em um balão que estava enchendo, causando muita confusão dentro do ribeirão. Com 7 páginas, foi história de abertura de 'Cebolinha Nº 89' (Ed. Abril, 1980).
Cascão está enchendo um balão gigante e Mônica dá um tapinha nas costas dele, fazendo com que ele entre no balão. Depois, ela amarra o balão de propósito para Cascão ficar preso para deixar o seu coelhinho seguro. Cebolinha chega, acha estranho o Cascão dentro do balão, parecendo bolha de sabão suja, e cobra o dinheiro que Cascão estava lhe devendo. Como não podia sair, ele mostra o dinheiro que não vai dar, aproveitando que estava preso. Cebolinha manda sair de lá ou vai contar quem deu nó no coelhinho da Mônica ontem.
Mônica ouve e tenta dar um soco no Cascão, mas a bolha impede, fazendo dar soco no Cebolinha e a bolha parar no muro e impacto faz Cascão voar pelo bairro. Ele faz desviar de uma nuvem e acaba parando na beira de um ribeirão. A bolha se desloca e ele vai parar na água, com peixes avistando. Cascão acha o ribeirão mais bonito que pensava e do nada os peixes se afastam com a presença de um peixão querendo devorá-los e tenta atacar uma peixinha simpática que não fugiu. Cascão a salva e se torna herói dela, que se apaixona por ele.
Mônica taca pedrinhas na água e faz a bolha do Cascão subir à superfície. Quando ela tenta laçar a bolha, os peixes carregam a bolha para o fundo e Cascão diz que sabia que não podia confiar em gente que mora na água. Lá, ele estranha vários peixinhos atrás, a peixinha apaixonada e um peixe com cara de padre e se toca que queriam fazer casamento dele com a peixinha. Cascão diz que não quer se casar, ela é muito molhada, não é do tipo dele.
Os peixes correm de novo e Cascão percebe que o peixão voltou para atacá-lo. Ele morde a bolha, estoura e Cascão para na superfície com o peixão com dentes agarrados na bolha. Cascão diz que o peixe paga o que deve ao Cebolinha e que eles o provocaram e quando fica nervoso, é fogo. Enquanto carregam eles perguntam como conseguiu e Cascão fala que vai pensar se vai contar enquanto pagam sorvete para ele. No final, dois pescadores estavam ali perto e um desiste de pescar porque não tem coragem de pescar um peixinho com cara de triste, mostrando a peixinha que perdeu o Cascão como marido.
História divertida e cheia de absurdos, com Cascão ficando preso dentro do balão que estava enchendo e foi parar no fundo de um ribeirão e uma peixinha se apaixona por ele após salvá-la de um peixão que ia devorá-la e queria se casar com Cascão por isso. Não conseguiu por causa do peixão que voltou e ela ficou triste no final pelo fim do casório, mas pelo menos isso a livrou de ser pescada pelos pescadores no final. A bolha fez com que Cascão não se molhasse dentro do ribeirão e pelo menos pôde admirar e continuando seco. Só assim para Cascão entrar no ribeirão sem se molhar.
Os absurdos foram grandes do início ao fim e foram ponto alto da história. Muito engraçado Cascão dentro do balão, Mônica com força tão grande com um tapinha conseguindo prender o Cascão no balão, ele voar e conseguir se afastar de uma nuvem, os peixes com personalidade com direito a peixinha se apaixonar pelo Cascão e até um padre para fazer casamento entre eles, assim como o o Cascão conseguir sair direto para a superfície após a mordida do peixão na bolha. Legal também ver Cebolinha levando soco da Mônica sem querer ao acertar a bolha, o Cascão devendo dinheiro para o Cebolinha e pescador com pena da peixinha triste.
Incorreta hoje porque não gostam de absurdos grandes assim, só em histórias do Louco, preferem situações que atendam a realidade, descaracterizando formato de gibis que teriam intenção de fugir da realidade. Cebolinha levar soco da Mônica ficando de olho roxo, criança devendo dinheiro para o amigo e pescarias também não bem aceitos hoje.
Foi bem curtinha para história de abertura, como era frequente na Editora Abril. Cascão não tinha gibi na época e aí tinham histórias dele nos gibis da Mônica e do Cebolinha, principalmente nos do Cebolinha. Tanto que nessa notamos que o Cebolinha fez apenas participação, destaque foi para o Cascão e também para Mônica em segundo lugar, pois foi por causa dela que o Cascão entrou no balão. Pelo visto já tinham intenção de criar um gibi para o Cascão e faziam histórias solo dele para o pessoal ir se acostumando e se familiarizar mais com o personagem.
O Sansão não tinha nome ainda, aí só chamavam de "coelhinho" ou "coelhinho de pelúcia". Ganhou nome apenas em 1983 com o concurso para leitores sugerirem nome para ele, com resultado divulgado na história de abertura de 'Mônica Nº 161' da Editora Abril. Os pescadores falando caipira, inauguraram o caipirês adotado nos gibis de 1980. Chico Bento, que antes falava certo, também começou a falar caipirês só em 1980, sendo que ainda linguajar não padronizado como a gente vê hoje.
Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 10" (Ed. Abril, 1985)
Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2022/07/cascao-hq-o-menino-do-balao.html |
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