Capa de 'Mônica Nº 30' (Ed. Globo, 1990) |
Mostro uma história em que um bandido roubou a coroa de uma rainha e depois que teve que recuperá-la quando a coroa foi parar na brincadeira da Mônica e Cebolinha. Com 9 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 30' (Ed. Globo, 1989).
Nela, a Rainha do reino de Bugulu acorda e percebe que sua coroa foi roubada. O Ladrão foge e um policial o aborda, perguntando sobre o roubo da coroa da rainha. O Ladrão diz que é mau gosto, a velhota é muito feia e o policial fala que foi coroa da cabeça. O Ladrão diz que se ver quem roubou, chama a polícia. Depois que o policial vai embora, ele pega o barco no riacho que já estava esquematizado e foge para bem longe, para o Bairro do Limoeiro.
Perto dali, Cebolinha pergunta se sabe da novidade. Mônica pensa que o Cascão tomou banho e Cebolinha conta para a Mônica que deu no jornal que roubaram a coroa da Rainha Bugulu. Mônica pergunta quem é essa rainha, Cebolinha diz que foi o pai quem viu no jornal.
Mônica diz que deve ser legal ser uma rainha e ele fala que preferia ser um rei e Mônica tem ideia de eles brincarem de rei e rainha, sendo que antes têm que arranjar uma coroa. Cebolinha faz uma coroa de papel de jornal, no caminho voa com o vento forte e vai parar no esconderijo do ladrão. Cebolinha encontra a coroa da rainha Bugulu e rouba para ele brincar com a Mônica pensando que não tinha dono.
Depois, o Ladrão leva o comprador de joias Gastão para comprar a coroa da rainha em dólares. Só que ao ver, Gastão diz que devia ter roubado rainha de um país rico porque uma coroa de papel vale nada. O Ladrão fica brabo demais de terem roubado a coroa e vai atrás de quem roubou.
Logo, encontra Mônica e Cebolinha brincando com a coroa. O Ladrão fala para Mônica que é a vez de ele ser rei e Mônica responde que depois dela é a vez do Cebolinha. O Ladrão diz que não dá para esperar, toma a coroa da Mônica e a chama de dentuça. Mônica bate no ladrão, dizendo que se quiser, vai ter que esperar e o chama de plebeu.
Em seguida, Cebolinha é o rei da brincadeira. O Ladrão toma a coroa dele, que chama pelos guardas. Mônica aparece, bate de novo no Ladrão e devolve a coroa para Majestade Cebolinha. O Ladrão desiste de roubar a coroa das crianças, é mais difícil de roubar da rainha de Bugulu. Logo, tem a surpresa da Mônica entregar a coroa pra ele, por ser a vez dele ser rei da brincadeira. O Ladrão comemora que é o rei, como se tivesse brincando, logo se toca, e foge com a coroa.
Mônica e Cebolinha pensam que ele estava brincando de ladrão da coroa, vão atrás e conseguem pegá-lo. O Policial aparece e prende o Ladrão, falando que as crianças fizeram bom trabalho, ele está sendo procurado pelo mundo todo. No final, a rainha de Bugulu empresta a coroa, cetra e o manto dela para Mônica e Cebolinha para eles brincarem como recompensa de terem prendido o bandido que a roubou e ficam muito felizes.
História legal em que um bandido rouba a coroa da rainha de Bugulu, mas que Mônica e Cebolinha pegam para poder brincar e o bandido tenta recuperar. Não contava que teria que encontrar justamente a Mônica, e apanhou várias vezes ao tentar roubar até ser preso pela polícia.
Interessante que na história as crianças na inocência delas nem sabiam que estavam lidando com um ladrão de verdade, pensavam apenas que ele queria brincar com eles. Era muito bom a Mônica bater em qualquer pessoa, até em adultos e em bandidos, qualquer um que seja contra as ideias dela ou a xingasse. Graças a seu gênio que conseguiu derrotar o ladrão, mesmo sem saber que era um.
Estilo de histórias de brincadeiras, com eles brincando, que eram bem divertidas. Só assim para Cebolinha ser rei da rua por um momento, como sempre quis, sem fazer plano infalível e a Mônica achar ruim. Foi legal ver que as crianças nem sabiam quem era a tal rainha do noticiário, o Cebolinha roubar a coroa do ladrão, também sem querer, no melhor estilo que quem rouba ladrão, tem cem anos de perdão e a cara dele ao descobrir que a coroa não estava lá e, sim, uma coroa de papel de jornal. Se as crianças fossem mais espertas e se lembrassem do noticiário do roubo, iam se ligar que a coroa que estavam brincando era a própria coroa roubada.
Teve uma certa referência ao seriado "Chaves", quando a Mônica sugere eles brincarem de rainha após o Cebolinha falar sobre o noticiário do roubo da coroa da rainha. Mônica como Chiquinha e Cebolinha como Chaves. No seriado, acontecia de alguém chamar o Chaves para brincar de alguma coisa após eles falarem sobre um assunto parecido, tipo como brincarem de cachorrinhos, de encantado, etc. Na MSP da fase clássica não fizeram paródias do Chaves propriamente ditas, mas às vezes colocavam alguma situação ou bordão do seriado nas cenas. Policial falando no final "Bom trabalho, crianças!" teve referência ao desenho "Scooby Doo" e o comprador de joias teve o mesmo nome do Gastão, primo do Pato Donald da Disney, também não deixaram de ser uma homenagens.
Ladrão e Rainha ficaram sem nomes próprios e só apareceram nessa história. Tiveram absurdos de reino Bugulu ser no Brasil e de certa forma perto do Bairro do Limoeiro, de acordo com a forma que trataram, e de um castelo daquele jeito não ter uma segurança rígida a ponto de um ladrão invadir e roubar a coroa e segurança ser agredido.
Os traços ficaram muito bonitos, sempre dava gosto de ver esse estilo de desenhos. Gostava também do recurso de título não aparecer no alto da primeira página, dessa vez foi no rodapé da primeira página. É completamente impublicável atualmente por envolver bandido, fora as crianças lidarem com ele sem saber que era um, além de violência de Mônica bater no ladrão e ficando com olho roxo, coisa que não pode hoje de personagens surrados. Trocadilho de coroa na cabeça com velhota e ridicularizando, mesmo que bem engraçado, também não seria aceito, assim como palavra "roubar" também ser proibida nos gibis atuais.
Curiosamente, nunca foi republicada até hoje. Poderia ter sido a partir de 1994, mas acabou não sendo. Motivo de não ser republicada, difícil saber, já que quase todas de 1989 foram e não tinha ainda politicamente correto. Possibilidades de já terem pressa de republicarem histórias de abertura de 1990 nos almanaques dela ainda em 1995 e acabou depois sendo esquecida ou acharam de certa forma pesada em relação a crianças não saberem que estavam lidando com bandido porque geralmente elas sabiam quando tinham histórias assim. Então, se torna rara e só quem tem essa edição da 'Mônica Nº 30' que conhece essa história.
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