Capa de 'Cebolinha Nº 24' (Ed. Abril, 1974)Publicado em: dezembro de 1974 |
Mostro uma história em que a turma faz brincadeira de "Garrafão de Ano Bom" em que eles teriam que seguir a resolução de Ano Novo de acordo com a mensagem do papel que puxar da garrafa. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Cebolinha Nº 24' (Ed. Abril, 1974).
Mônica aparece, falando para a turma parar com a brincadeira boba de bolinha de gude para eles brincarem de Garrafão do Ano-Bom. Ela explica que é um garrafão cheio de boas sugestões, cada papelzinho dobrado nele tem uma resolução de Ano Novo e quem tira o papelzinho tem que fazer o que está escrito durante todo o ano que se inicia.
Cascão pergunta quem bolou as tais resoluções, Mônica fala que foi ela e cebolinha não gosta, ainda que se soubessem o que estava escrito nos papeizinhos. Mônica pergunta se ele está insinuando que ela escreveria coisas em benefícios para as meninas, Cebolinha acha que sim. Magali vê Cascão saindo de fininho, ele diz que cansou de brincar de bolinhas e ouviu a mãe chamá-lo. Cebolinha arrasta Cascão para lá e Cascão diz que está na hora do banho dele.
Cebolinha fala que não esta com medo, mas só tira se todo mundo topar a brincadeira, que eles são só quatro e têm papeizinhos para um batalhão. Mônica fala que eles gostam de complicar, vai fazer toda a turma topar depois, mas quer que comece com eles quatro porque já estão lá juntos. Cebolinha fala se quer saber o que ele pensa disso e Mônica fala que não e aponta o garrafão, ameaçando tacá-lo na cabeça dele e assim ele concorda começar brincadeira com os quatro.
Cascão cochicha com o Cebolinha que se ele tirar que é para tomar banho, a Mônica leva a primeira surra na vida. Cebolinha puxa o papel cheio de medo, se espanta e diz que faz questão de ler a sorte de Ano Novo. O papel diz que ele era gentil e fiel a todos os amigos e que tem que continuar assim e como recompensa tem que cobrar e ganhar um sorvete por dia de cada um. Mônica reclama com a Magali que elas não escreveram assim em nenhum bilhete e confirma que estava escrito. Cascão fala que não vai dar sorvete para Cebolinha todo dia e ele diz que com ele perdoa, mas com as meninas que inventaram a brincadeira, vão até o fim.
Cascão tira o papel e diz que a Mônica está boazinha, com papel mostrando que ele é uma criatura linda e que deve continuar como é porque assim não desapontará seus amigos. Mônica se espanta que a letra é dela, mas não escreveu aquilo e diz que há um grande mistério, não escreveu o que constava nos dois bilhetes. Ela puxa um na vez dela e era o mesmo texto que o Cebolinha tirou. Os meninos não gostam de ter que pagarem sorvete para ela.
Magali também tira a mesma coisa e logo depois descobrem que todos os papeis estão escritos a mesma coisa e alguém imitou a letra da Mônica para dizer que devem continuar como são e pagarem sorvete um para o outro e deduzem que foi o sorveteiro, acham que ele descobriu tudo e trocou papeis para obrigá-los a comprar mais sorvetes. Eles vão falar com o sorveteiro Juca, que diz que não tem sorvete porque o refrigerador pifou e não pôde comprar outro. E com dias de frio, tem prejudicado um pouco os negócios, o filho Juquinha não estava bem de saúde, e pensa em fechar a sorveteria e procurar um lugar mais quente.
As crianças ficam tristes, Mônica pergunta se ele teria coragem de deixá-los sem os sorvetes deliciosos. Seu Juca diz que foi só por causa deles que ainda não mudou de cidade e Mônica diz que graças ao Garrafão do Ano Bom vai conseguir alavancar sorveteria. Seu Juca fica mais animado, promete consertar o refrigerador e fica mais confiante nos negócios.
A turminha deduz que não foi o Seu Juca que trocou os papeizinhos, não importa quem trocou e resolvem ajudá-lo fazendo todas as crianças da turma a fazerem a brincadeira do Garrafão do Ano Bom e como sabem que vão tirar que vão pagar sorvete para os outros, vão fazer aumentar a clientela do Seu Juca. No céu, Anjinho vê tudo e comenta que deu certo e a turminha ajudou sem ele ter combinado, valeu a pena ter trocado as papeletas porque nem a turma e nem ele vão ficar sem os sorvetes do Juca. No final, aparecem dois anjinhos chamando o Anjinho para brincarem de Garrafão do Ano Bom e dessa na realidade, sem ter papeis trocados.
História legal em que a Mônica inventa a brincadeira do garrafão do Ano Bom de papel que tirar da garrafa seria a resolução que teriam que fazer no ano que se iniciaria. Na verdade, Mônica pretendia fazer plano contra os meninos para fazerem coisas que ela queria, algo do tipo dos meninos não a provocarem e não fazerem plano infalível contra ela e o Cascão tomar banho, mas acabou se dando mal porque os papeis foram trocados misteriosamente falando para pagarem sorvetes um para o outro. Pensaram que era o sorveteiro que trocou e no final descobrimos que foi o Anjinho para eles não ficarem sem os sorvetes do Seu Juca, que estava pensando em mudar de cidade.
Interessante que a turma não descobriu que foi o Anjinho quem trocou os papeis, ficaram mais preocupados em ajudar o sorveteiro para continuar vendendo lá. Quando descobrimos que foi o Anjinho dava até para pensar que foi para evitar a discórdia entre a turma, ficarem em paz na virada do ano, mas vimos que foi plano dele para ajudar o sorveteiro, ao mesmo tempo uma boa ação e um interesse próprio do Anjinho de não querer ficar sem os sorvetes dele. Como Anjinho já sabia da situação do Seu Juca, podia muito bem ter falado com a turma que eles ajudariam, não precisava trocar os papeis do garrafão sem a turma saber, só que com esse seu plano ajudou também a turma a não fazer as resoluções de Ano Novo propostas pela Mônica. Todo mundo saiu ganhando.
Se não tivesse a troca dos papeis, teriam coisas como Cascão ter que tomar banho, coisa que não conseguiria cumprir. Até foi engraçado Cascão dizer que se tirar que é para tomar banho, a Mônica leva a primeira surra na vida e ele seria capaz, sim, porque personagens ficam mais fortes quando estão em ameaça de perigo contra a sua personalidade, como já tiveram histórias do Cascão dando surra em super-heróis e na Mônica para não tomar banho ou sair em chuva. E engraçado também Cascão dizer para Magali que se não está satisfeita com o cheiro dele, que fique resfriada o ano todo.
O sorveteiro não é o Seu Juca que conhecemos, ele só começou a aparecer em 1975, inicialmente tinha cabelo loiro e com traços completamente diferentes e depois que fixaram os traços como moreno, cabelo pretos e bigode como conhecemos. Esse Seu Juca sorveteiro só apareceu nessa história como de costume personagens figurantes secundários. Na parte das crianças juntas no final teve o Manezinho, que já estava começando a ficar sumido na época. Ele teve uma frequência maior entre 1970 a 1972 e depois foi perdendo espaço e com aparições esporádicas até sumir de vez e retornar fixo nos gibis a partir de 2004 como integrante da Turma do Bermudão. Essa história parece ter sido a última vez que o Manezinho apareceu nos anos 1970.
É incorreta atualmente por conta de crianças envolvidas com resoluções de Ano Novo, tanto que nem fazem histórias novas de Réveillon há muitos anos, fora as crianças segurarem um garrafão de vidro, ser perigoso se cair e a Mônica não age mais assim extremamente autoritária, a ponto de obrigar os meninos a fazer o que ela quer e o que ela manda senão taca a garrafa na cabeça deles. A palavra "bandido" é proibida atualmente nos gibis, principalmente nesse sentido de chamar alguém de bandido quando não é na verdade. Curioso por ser dos anos 1970 ter algumas palavras datadas como "tirar sarro", "pifou", "bocado", etc, que também poderiam mudar em republicações porque não gostam de mostrar gírias, objetos e memórias datadas de uma determinada época.
Os traços seguiram a primeira metade dos anos 1970 com personagens com bochechas pontiagudas, que já estava com uma certa modificação se comparado às histórias de 1970 e 1971. Era uma mudança bem gradual que quem acompanhava nem percebia se lesse histórias na sequência, só se pegasse um gibi antigo para reler. Destaque dos anjinhos com um visual bem hippie "setentista". Também teve uma grande frequência de personagens falando de boca fechada, coisa muito comum na época, depois foram reduzindo isso, aparecendo só de vez em quando entre os anos 1980 e 1990.
Dava para ter saído em gibi da Mônica tranquilamente, provavelmente deixaram para o do Cebolinha porque devia chegar nas bancas mais para o final do mês na época. A capa do gibi do Cebolinha não teve referência ao conteúdo da história de abertura, como era de costume, mas teve piadinha de Ano Novo, que foi o tema da história. E essa piada foi depois aproveitada várias vezes em capas e histórias dos gibis da Magali.
Nunca foi republicada em almanaques convencionais da própria Editora Abril nem da Globo. Só republicaram na Editora Panini em 2011 na 'Coleção História Nº 24' na reedição do gibi do 'Cebolinha Nº 24' da Abril. As imagens da postagem tirei dessa Coleção Histórica, pelo menos aparentemente história não teve alterações em textos, se teve alguma mudança foi e correção de erros de colorização, que eram comuns na época.
FELIZ ANO NOVO A TODOS!!!
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