A revista 'Magali' atinge a marca histórica de 600 edições lançadas no Brasil neste mês de março de 2023 e nessa postagem mostro como foi essa edição que está nas bancas.
Em relação a distribuição, chegou aqui dia 13 de março. Revista voltou a ser quinzenal, agora com 52 páginas, como de todos os títulos principais desde janeiro de 2023. Um preço aparentemente mais baixo por capa, custando R$ 6,90 com menos páginas, contra R$ 9,90 quando eram mensais com 84 páginas, isso ajuda só quem é leitor ocasional, pois quem coleciona, sai mais caro esse formato quinzenal. Tiraram as seções "Turma do Mauricio" com fichas dos personagens e as tirinhas clássicas das revistas 'Magali', 'Cascão', 'Chico Bento' e 'Turma da Mônica' desde as edições "Nº 25" de fevereiro de 2023 (deixaram nas "Nº 23" e Nº 24" em janeiro nesses títulos porque os materiais estavam prontos) colocando 8 páginas de passatempos no lugar, ficando pior tantos passatempos por edição.
Dessa forma, padronizaram todas as revistas, no estilo de desmembrar uma revista antiga mensal em duas, com todas com 35 páginas com leituras de histórias, tirando passatempos, seção de correspondências, propagandas, capa e contracapa. Agora são 104 páginas por mês juntando as 2 revistas do mês e essas páginas a mais colocaram passatempos no lugar para não aumentarem demanda de histórias.
Capas Magali Nº 100 (G-1993), Nº 200 (G-1997), Nº 300 (G-2000), Nº 400 (G-2006), Nº 500 (P-2015), Nº 600 (P-2023) |
Capa com desenho se estendendo na contracapa |
A história comemorativa se chama "600 vezes Magali", escrita por Edson Itaborahy e com 30 páginas, em que a Magali, desanimada que seus amigos não se lembravam que a revista dela chegou ao "N° 600", é encarregada pela Tia Nena de entregar 600 salgadinhos a um lugar misterioso após comer um pedaço de bolo oferecido pela Tia Nena. No caminho Magali encontra o Mingau como um gato falante que a encaminha para protagonizar histórias de outros personagens da MSP, sendo a deixa para ela se transformar em outros personagens ao longo da história. A cada personagem que Magali se transformou, ela perdia 100 salgadinhos do cesto de entrega para escapar das enrascadas e no final ela aprende uma lição de moral da Tia Nena.
Na trama, Magali se transforma no Piteco, Chico Bento, Mônica, Astronauta, Penadinho e Bidu. Ela não se transformava exatamente como eles, e, sim, uma mistura dela com jeito dos outros personagens, por isso, ela recebia nomes diferentes a cada transformação, como "Maga Benta", "Magamônica", "Maganauta", "Magadu", etc, uma mistura de nome Magali com nome dos outros.
Quando se transformou em Chico Bento, tem adaptações atuais de falarem que eles pegam goiaba porque palavra roubar está proibida atualmente, afinal, criança não rouba e o Nhô Lau aparecer sem trabuco, pois armas, nem pensar, nas histórias atuais. A Tia Nena adotou um lado normal como grande cozinheira, mas teve o seu lado bruxa também na revelação, em segredo, do motivo da Magali ter passado por tudo aquilo. Os finais das histórias ultimamente têm muito de personagens aprendendo lição de moral só que não mostram uma piadinha, fica muito vazio isso, deixando bem educativas e sem graças.
A história ainda lembra fábulas, bem frequente com Magali mostrando Mingau como Gato Falante. Os traços que achei muito feios, como sempre nessa fase Panini nos últimos 10 anos, que deixam tudo com estilo digital, até designs dos títulos ficam horrorosos, pelo menos em histórias comemorativas, podiam caprichar mais nesses desenhos. A trama também saiu da mesmice de referências a histórias clássicas, muito frequente nessas comemorativas de números redondos nos últimos anos, porém tem um tema parecido que foi usado em 'Mônica Nº 100' da Panini de 2015 em que ela também se transformava em outros personagens da MSP.
Personagens que apareceram na capa não apareceram na história, nem no final com todos comemorando as 600 revistas da Magali, então, Quinzinho, Milena e Tati não tiveram aparições na história e outros apareceram no lugar. Foi sentida mais a ausência do Quinzinho, tão marcante nas revistas dela, pelo menos foi lembrado na contracapa. Pior ainda não colocarem o Dudu nem na história, nem sequer na contracapa, logo ele tão frequente na trajetória da revista da Magali e completamente esquecido. Dudu e Quinzinho mereciam estar nessa comemoração.
Com a história de abertura grande para esse formato quinzenal e com as 8 páginas de passatempos, as demais histórias foram só de 1 ou 2 páginas, apenas como forma de preencher a revista. Então, além dessa de abertura comemorativa, teve uma história de 2 páginas do Chico Bento em que ele fica com pena de arrancar flor do chão para dar para a Rosinha, uma de 1 página com a Turma do Penadinho aparecendo com pinturas nos lençóis e termina com história de 1 página da Magali e depois a tradicional tirinha no final de expediente. Acharia melhor que colocassem uma história de 4 páginas mais desenvolvida para encerrar a revista. Lembrando que histórias de 1 página agora obrigatoriamente têm títulos agora, antigamente não tinham, só nome dos personagens, como tabloides de jornais.
Curiosamente, essa história de 1 pagina de encerramento da Magali foi de aniversário dela (em que ela se incomoda de ganhar só presentes relacionados a comida), saindo em data errada, já que ela faz aniversário em maio. Com isso, dá para entender que a revista já estava pronta para sair em maio com 84 páginas e com a mudança repentina para quinzenal imposta pela Editora Panini, desmembraram a revista, colocando a metade dela agora e a outra metade em maio, tanto que a história de abertura e nos passatempos foram interrompidos com uma propaganda para encaixá-las na revista. Em maio, provavelmente vão colocar aniversário da Magali na história de abertura que seria a de encerramento se tivesse continuado como mensal e com planejamento inicial. No expediente final, continuam colocando que é uma revista mensal sem terem atualizado para quinzenal.
Expediente final mostrando também a numeração real da revista |
Então, achei uma revista mediana, adaptada aos padrões atuais, pelo menos a data comemorativa de 600 revistas da Magali não foi passada em branco como foi 'Cebolinha Nº 600'. Ideia de personagens se transformarem em outros não é original, mas costumam dar certo histórias assim. O resto da revista morno com historinhas curtas só para preencher o que faltava, se não tivessem tantos passatempos cansativos e desnecessários, podia ser melhor o formato. Vida longa à revista da Magali. As outras revistas "Nº 27" da primeira quinzena de março não comprei, portanto, não tem review delas aqui.
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