Capa de 'Cebolinha Nº 163' (Ed. Abril, 1986) |
Ao entrar na outra loja, Tina comenta alto que está precisando de sapato, o vendedor escuta e vendo que era mulher bonita, logo se aproxima, perguntando de que cor, qual tipo e qual número. Tina aponta o que quer e diz que é número 35 e o Vendedor pergunta qual é o telefone dela. Tina não gosta e ele diz que foi brincadeira e já pegar o sapato.
Depois de trazer, o Vendedor calça o sapato nela bem devagar, tocando no pé dela. Tina reclama se não da para calçar mais depressa, ele pede desculpas, falando que a gatinha tem um pezinho lindo. Tina não gostou do sapato e o Vendedor pergunta se não quer ver um outro modelo, outra cor, uma bota ou chinelo. Tina diz que não e ele oferece vestido para ela provar e antes que dê resposta, a coloca no provador.
Tina experimenta e o Vendedor surge na hora que estava sem roupa, só com calcinha e sutiã, perguntando se ficou bom. Tina se assusta, fecha a cortina do vestiário e o chama de atrevido. O vestido fica largo, ela sente calor na cabine e reclama que o Vendedor tomou chá de sumiço e o chama. Ele aparece, diz que ficou divino e ela diz que ficou largo. Ele sugere que é só apertar aqui, ali e ela diz quer um menor.
Após experimentar, Tina gostou e vai levar, ele insiste em ver calças e blusas e ela só quer esse vestido e se espanta por custar 200 Cruzados. Na saída, ele fala para voltar logo e ela pensa que só se for pra dar um soco na cara dele. Tina vê que ele colocou vestido errado na bolsa, ela reclama e ele diz que foi para ela voltar logo. Com o vestido certo, Vendedor pergunta se não quer ver biquíni, minissaia, quando Pipa aparece, conta para Tina que na outra loja só tinha lixo e naquela loja tem roupas bonitas, escolhe várias para experimentar, além de sapatos e Tina se sente vingada vendo o sofrimento do Vendedor com a Pipa.
História legal em que a Tina tem que aturar um vendedor que a assediava, não dava confiança, mas ele insistia como perguntar telefone dela, acariciar pés enquanto calçava sapatos nela, invadir provador enquanto ela trocava de roupas, perguntar se quer outras coisas para ela ficar na loja, inclusive biquíni e minissaia para vê-la mais a vontade. No final, ele se deu mal com a Pipa estabanada, derrubando tudo na loja e querendo experimentar tudo sem comprar, e, finalmente, Tina se saindo vingada.
O Vendedor não podia ver mulher bonita que dava em cima delas, muito abusado e atrevido, sem dúvida. Tina podia ter dado queixa ao gerente e nem ter comprado vestido após o primeiro assédio. Ponto alto foi ele abrir a cortina do provedor sabendo que ela estava quase pelada, só para ver o corpo dela. Mesmo sendo antiga, continua uma história bem atual, já que até hoje existem vendedores que assediam as clientes nas lojas e até o contrário com os clientes assediando vendedoras e deixar o alerta para os leitores que é coisa que não deve ter e ideal é a mulher denunciar.
Gostavam de explorar sensualidade da Tina e frisar que era bonita, deixando homens loucos por ela, por isso a atitude do Vendedor, só que sem consentimento dela, vira assédio, se fosse só insistência para ela comprar, seria menos mal. Pipa bem exigente, vê loja toda e compra nada, típica cliente que vendedores não gostam. Foi engraçado ela derrubando tudo e tudo que derrubava, aproveitava para experimentar, que para ela seria favor, mas depois comprava nada.
É toda incorreta atualmente por ter assédio do Vendedor, Tina querer dar soco nele, ter sensualidade com Tina quase nua no provador. Tem também uma gíria datada do vendedor chamando Tina de "chuchu" que poderiam mudar em republicação hoje, pois eles não gostam de deixarem coisas datadas nas histórias, assim como a moeda "Cruzados" quando mostra o valor do vestido. Aliás, percebe-se que o vestido foi absurdo de caro, ao comparar 200 Cruzados com o preço dessa revista do Cebolinha que custou 6 Cruzados.
Os traços bonitos, Tina com cabelo curto, típicos dos anos 1980 e uma arte-final do Alvin Lacerda deixou melhor ainda. Interessante o Vendedor com dentes expostos maior parte do tempo, com ele com sabedoria e tentando passar lábia e cantadas na Tina. Foi uma história dos anos 1980 da Tina sem ela só aparecer só pra resolver problemas dos amigos e tendo seus próprios conflitos, o que foi bom para diferenciar o estilo que eram basicamente suas histórias na época de ser apenas a conciliadora. Foi republicada depois em 'Almanacão de Férias Nº 14' (Ed. Globo, 1993).
Capa de 'Almanacão de Férias Nº 14' (Ed. Globo, 1993) Créditos - Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2023/04/tina-hq-a-dificil-arte-de-comprar.html |
Nenhum comentário:
Postar um comentário