Capa de 'Cebolinha Nº 8' (Ed. Globo, 1987) |
Mostro uma história em que o Cebolinha recebeu um feitiço de uma bruxa e então tudo que ele falava se tornava realidade. Com 15 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 8' (Ed. Globo, 1987).
Elas, na verdade, são bruxas e Malvina resolve, então, fazer um encanto para dar uma lição no Cebolinha, ter cuidado com o que diz já que tudo que ele falar, vai virar realidade. Em seguida, Cebolinha encontra o Cascão, diz que seu plano infalível falhou, Cascão comenta que devia saber pelo olho roxo dele e acha bom de não ter participado. Cebolinha reclama que o deixou na mão, Cascão diz que foi prudente, Cebolinha não gosta e fala que ele foi um "monstro" desnaturado, e, assim, o Cascão se transforma em um monstro e passa a perseguir o Cebolinha.
Cebolinha sobe em uma árvore e deseja que ele voltasse a ser o Cascão e, assim, ele volta ao normal, sem lembrar do que tinha acontecido e acha que a surra da Mônica o deixou esquisito. Cebolinha diz que foi bom ter de volta o "velho" Cascão e, então, ele se transforma em um velho coroca com dor nas costas. Cascão dá uma bengalada na cabeça do Cebolinha e senta na pedra.
Magali aparece e pergunta quem é o velhinho parecido com o Cascão. Cebolinha diz que é o próprio, só que anda se transformando em coisas esquisitas. Magali dá ideia de levá-lo ao médico, que pode ter sido alguma coisa que ele comeu. No caminho, Cebolinha diz que a Magali é um "doce" e ela se transforma em doce. Ela diz que dá vontade de dar mordida nela mesma e Cebolinha se apavora, acha que deve ser contagioso de todos os seus amigos ficarem estranhos e chora.
Franjinha quer saber motivo da gritaria, Cebolinha conta que seus amigos estão doentes e Franjinha vai preparar um elixir rejuvenescedor para o Cascão com seus estojo de química que sempre leva com ele e para Magali ele não sabe ainda. Cebolinha fica feliz e chama o Franjinha de "o maior" e aí o Franjinha vira um gigante.
Franjinha se intriga que só com o Cebolinha acontece nada e ele diz que acha que é autoimune à doença. Franjinha acha que o Cebolinha é o causador, ele diz que como é que ele poderia fazer isso e quer que um "raio caia na cabeça" se for verdade e um raio cai na cabeça dele e Franjinha confirma que tudo que ele fala, acontece.
Cebolinha acha que isso é terrível, uma calamidade, mas ao olhar a Mônica acha maravilhoso e aproveita para aprontar com ela. Cebolinha pergunta se ela lembra da última surra que deu nele e diz que ele nunca mais vai apanhar e a chama de bobona. Mônica mostra o Sansão e ele diz o que ela vai fazer com uma "pluma", com o Sansão se transformando em pluma. Também a chama de "gorduchona", "baixinha" e "super dentuça" e a Mônica se transforma em uma caricatura que ele rabisca nos muros. Mônica tenta bater nele, a chama de "lesma" e ela se transforma em uma lesma.
Mônica quer voltar ao normal e seus amigos também. Cebolinha diz que está se divertindo muito e que o novo dono da rua tem direito a diversão. Mônica lesma fica braba e Cebolinha a transforma em um elefantão dentuço. Ele ri dos amigos falando que parecem que saíram de um baile de Carnaval. Eles ficam brabos e correm atrás do Cebolinha, que corre para casa e pede ajuda a seus pais, que acham que é tudo imaginação do filho.
Cebolinha acha que os pais são uns "quadradões" e eles viram uns quadrados. Cebolinha se desespera, fala que é um "burro" e se transforma em um. Os amigos se aproximam da casa, diz que ele está em um "mato sem cachorro" e vai parar em um matagal. Ao procurar uma forma de sair, se esbarra na Bruxa Malvina. Cebolinha fala que foi ela quem causou toda aquela confusão, Malvina conta que foi ele mesmo por não ter dito coisas agradáveis.
Cebolinha fala que se arrependeu e chora e a Bruxa faz tudo voltar ao normal. Seus amigos batem na porta de casa, Cebolinha diz que devem estar chateados com ele e que não adianta pedir desculpas e se ainda estiver sob aquele feitiço, ia pedir para eles esquecerem tudo e voltarem a ser amigos deles. A turma fala que eles são amigos, não sabem sobre história de feitiço e foram para chamar para brincar e Mônica o desculpa do último plano. Cebolinha pensa que a bruxa ainda deixou o encanto por mais um tempo e ela diz que não, é porque as palavras são mesmos mágicas, se desejarmos coisas agradáveis, nada poderá sair errado enquanto a turma brinca de roda.
História muito legal em que o Cebolinha recebe castigo de uma bruxa de tudo que falasse ia acontecer por ele ter sido malcriado. À princípio, ficou preocupado com os amigos, achava que era doença contagiosa, mas depois que descobriu que a causa era o que falava, passou a tirar proveito para atacar a Mônica e ser dono da rua e não teve mais pena dos seus amigos. Só voltou a se preocupar quando seus pais e ele próprio sofreram com o que ele disse e, assim, se arrepende e a bruxa faz tudo voltar ao normal.
Para todos os casos, bastava Cebolinha falar que eram para eles voltarem ao normal que estava resolvido, mas não fizeram para ter os conflitos necessários e Cebolinha não perder oportunidade de aprontar com a Mônica e ser dono da rua. De início, o Cascão não sabia que ele se transformou em monstro e em velho com reumatismo, mas depois percebeu o que aconteceu. Todos se esqueceram de fato assim quando tudo voltou ao normal, mas as boas palavras para os amigos deixaram felizes e coincidiu com o momento.
Além da gente se divertir muito, ainda teve mensagem de que devemos falar coisas boas para atrair coisas boas e não se deve também ser malcriado, responder aos mais velhos. Foi engraçado ver que gírias e sentidos figurados ficaram no sentido real nas falas do Cebolinha como ao dizer que "velho Cascão" de ser o Cascão que ele conhecia antes e acabou virando velho coroca com reumatismo, Magali é um "doce", de meiga, ela virou doce de comer, Franjinha como "o maior" de inteligente, virou um gigante, Cebolinha falar que ele é "burro", de não inteligente, e virar um animal burro estar em um "mato-sem-cachorro", de problema sem solução, foi parar em um matagal. Já outras transformações foram sentidos reais das palavras. Isso também serviu pra leitores aprenderem sentidos duplos de palavras, ou seja, aprendíamos com os gibis sem deixar piegas.
A gente viu que cada palavra que fazia a turma se transformar em alguma coisa tinha um destaque com pontos em volta pra ressaltar que era aquela palavra de destaque que serviu no feitiço da bruxa. Tiveram momentos hilários principalmente das transformações da Mônica, inclusive em lesma e elefante dentuço, a Magali querer comer a si própria só porque era doce, o Franjinha precavido em andar sempre com seu estojo de Química e absurdo como Cascão com dor nas costas, mas conseguiu correr tranquilamente atrás do Cebolinha.
É toda incorreta atualmente, já nos primeiros quadrinhos com Cebolinha surrado com olho roxo, falando "Droga!" repetidamente, sendo malcriado, responder aos mais velhos e falando palavrões, fora ele levar bengalada e raio na cabeça, dar mau exemplo ao dizer que faz caricaturas da Mônica no muro, já que hoje colocam cartazes no muro para rabiscar, ser comparado ao animal burro. Teria também alteração do Cebolinha pensar trocando "R" pelo "L" no final, já que hoje eles o colocam obrigatoriamente pensando normal sem trocar letras. Teve erro do Cebolinha falar "Franjinha" sem trocar "R" pelo "L" na 6ª página da história (página 8 do gibi), um tipo de erro muito comum que acontecia por distração do letrista.
Os traços ficaram muito lindos, era encantador desenhos assim. Teve uma cena do Cebolinha com dentes a mostra que foi pra indicar que estava com plano maquiavélico contra a Mônica e os dentes foram bem colocado nesse caso. As cores desbotadas eram típicas dos gibis do segundo semestre de 1987, mas com o papel oleoso da revista até que deu um contraste legal, diferente de quando era desbotada em papel comum. Propaganda inserida na história dessa vez foi do lápis "Labra", sempre presente nas revistas da época. Depois, em 'Cebolinha N° 26' (Ed. Globo, 1989), teve história semelhante a essa, chamada de "O poder da palavra", sendo que nesta o que faz as coisas acontecerem quando o Cebolinha fala foi ele tomar uma poção de um bruxo. Muito boa também essa.
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