Capa de 'Magali Nº 114' (Ed. Globo, 1993) |
Em outubro de 1993, há exatos 30 anos, era publicada a história "Magali, a milionaria" em que ela fica rica após o pai ganhar na loteria e deseja se vingar dos amigos que recusaram comida pra ela. Com 16 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 114' (Ed. Globo, 1993) #30 anos
Magali vê Cebolinha comprando sorvete e Cascão, doce na rua e eles fogem. Mônica e Denise compram milho verde, elas tentam fugir e Magali as seguram pelos vestidos e pergunta por que fogem dela. Denise fala que ela é uma bicona, queria um teco do milho verde delas, Magali responde que elas, como são amigas delas, poderiam lhe pagar um milho porque a mesada dela não dá. Mônica diz que também as mesadas delas não dão e que não têm grana para alimentar uma amiga que é um saco sem fundo.
Depois, Magali vai a padaria, sabendo que Quinzinho não recusaria comida, mas o pai dele, Seu Quinzão, imediatamente fecha a padaria assim que a vê. No lado de dentro, Seu Quinzão diz ao filho que não quer ir à falência, ela come até as bandejas. Magali, chateada, grita que um dia vai ser rica e famosa, vai fazer banquetes e não vai convidar nenhum deles.
Chegando em casa, Magali vê os pais em festa como loucos e acha que entrou em casa errada. Ela sai e entra de novo, pergunta se chegou o Carnaval e o pai diz que ganhou uma bolada. Magali pergunta se machucou muito, Seu Carlito diz que ganhou da loteria, quantia modesta, mas com seu talento de investidor, passou a vida inteira aplicando dinheiro dos outros e os cem mil que ganharam, vão virar cem milhões.
Seu Carlito diz que a partir de agora, a vida deles vão mudar, quer o melhor para família e Magali vai passar a conviver com outras pessoas e ter que rever amizades. Dona Lili diz para ele não assustar a filha e Magali acha muito bom, os amigos dela estão com nada. Seu Carlito fala que eles vão ter que mudar o visual, tomar um banho de loja porque roupa é cartão de visitas, com isso, ele fará excelentes negócios e ficarão ainda mais ricos.
Depois, Mônica e Denise estão acabando de comer os milhos delas, Mônica achou delicioso e Denise acha melhor ainda que sem a Magali para filar. Mônica pergunta se será que a Magali ficou chateada e Denise responde que se ficou, paciência, elas não podem acostumá-la mal porque senão ela não iria desgrudar delas, quando para uma limusine. Mônica e Denise pensam que, no mínimo, vai sair de lá um astro ou estrela de cinema, pedem autógrafo e quando o motorista abre a porta, era a Magali.
As meninas perguntam que roupas são aquelas e o que fazia naquele carrão. Magali diz que ouve vozes, mas não vê ninguém. Elas falam que são a Mônica e a Denise e Magali diz que são a ralé. Cebolinha e Cascão aparecem, perguntam aonde Magali vai toda emperiquitada parecendo uma Árvore de Natal. Magali diz que são outros ex-amigos dela e que eles não fazem mais parte do círculo dela já que agora é milionária e Cebolinha debocha que ele é o Zé Rico. Magali joga dinheiro para o alto para eles comprarem sorvetes, doces e milhos verdes.
Aparece o Quinzinho, Magali diz que é para ele esquecê-la, uma aristocrata não namoro o filho do padeiro que fecha a porta da padaria em sua cara. Quinzinho fala que foi para pedir desculpas, trouxe pães para ela e Magali diz que agora só como croissants e baguetes, com caviar, e que agora está atrasada para ir a um chá informal com duas pessoas da classe dela e vai embora. A turma acha que pisaram na bola com a Magali, perderam a amiga e Cebolinha diz que, pelo menos, ganharam um dinheirinho.
Na limusine, Magali fica triste por achar que perdeu os amigos, mas foram eles que quiseram assim e espera que os novos amigos que o pai arranjou para ela sejam melhores. Ela chega na mansão do homem para o qual Seu Carlito fez aplicações e é apresentada para as filhas dele, Emilene e Priscila, que acham que Magali nem parece ser da sociedade delas. O pai quer que elas deem dicas para Magali e as meninas falam que não vai ser fácil, para começar, devia mudar de butique porque as roupas estão fora de moda e que o cabelo está um lixo.
Na mesa com banquete, Magali acha uma maravilha, nem sabe por onde começar com quanta comida e Priscila diz que se ela quer ser elegante, deve começar e parar com 2 torradinhas e chá, não fica bem comer demais. Magali come desanimada, as meninas desejam falar sobre a última viagem que fizeram para a Europa, Emilene pergunta se Magali já visitou à Europa e Magali responde que não, talvez se a apresentassem a ela. Emilene diz que é muita ignorância, explica que Europa é um continente e que ela tem muito o que a aprender.
Emilene diz que agora que estão satisfeitas, vão brincar, Magali fala que não está satisfeita, de que adianta tanta coisa se não pode comer. No quarto, Magali se encanta com tantos brinquedos e já corre para brincar no cavalinho. Emilene fala que pode brincar, mas não demonstrar tanto entusiasmo e Priscila conta que na classe delas, isto é indiferente a respeito de tudo. Magali brinca sem emoção. Emilene mostra a boneca que fala oito idiomas e depois brincam no Carrossel e tudo sem demonstrar interesse. Depois, Magali vai embora e diz ao motorista para ir para casa, se ainda for a mesma.
Chegando em casa, Magali avisa ao pai que não quer ser mais rica. Dona Lili conta que não vão ficar mais ricos, Seu Carlito, com seu talento de investidor, comprou ações erradas e perdeu tudo, e agora vão continuar com a vidinha de sempre. Magali adora, beija o pai e comemora que vai poder comer a vontade e falar alto, só que lamenta que felicidade seria maior se tivesse os amigos de volta.
História engraçada em que a Magali fica rica depois do pai ganhar na loteria e resolve se vingar de seus amigos, os esnobando, depois que recusaram comida para ela. Só que Magali descobre que vida de rico não era coisa maravilhosa como imaginava, era cheia de frescura e amigas que arranjou piores que a turminha, e depois que o pai perde tudo que ganhou com investimentos errados, Magali fica feliz em voltar a vida que tinha e aprende lição que os amigos que são a verdadeira riqueza que podia ter, principalmente depois que eles a presentearam com um banquete, fazendo as pazes em definitivo.
Foi divertido ver a turma recusando comida para Magali, Seu Quinzão fechar porta da oadaria na cara dela por dar prejuízo, a festa dos pais fizeram com Dona Lili batendo panelas e até Seu Carlito dançando com Mingau, logo ele que tem alergia e não gostava do gato, nem ligou ou não se lembrou isso depois que ficou milionário, trocadilho de bolada de levar bola e dinheiro, Magali esnobar os amigos, distribuir dinheiro que nem o Silvio Santos, as meninas ricas achando ruim que ela não era da classe dela e fazer comer só 2 torradas e chá, Magali pensar que Europa era uma menina.
Os amigos estavam certos de não ficarem bancando Magali porque se ajuda uma vez, ela vai ficar pedindo sempre, no máximo poderiam explicar por que recusaram. Realmente quem convive com Magali fica pobre do jeito que ela come, tem que ter bastante dinheiro para bancá-la como reforçaram no final da história.
Teve absurdo de Magali voltar para casa, descobrir que ficou milionária, receber prêmio da loteria, comprar roupas novas e conseguir limusine, tudo só no tempo que Mônica e Denise comiam o milho. Coisas de histórias em quadrinhos que deixavam mais divertidas. Não informaram se a limusine, a princípio, foi alugada ou comprada, de qualquer forma precisaram devolver depois que a família deixou de ser rica.
O número de casa dos personagens nunca foi definido, colocavam número qualquer em cada história, nesta Magali morou na "Rua do Limoeiro, nº 460". Denise aparecia na época diferente a cada história, dessa vez foi loira, já estava com frequência maior nos gibis de 1993, mas traços e personalidade deslocada definitivos foram só a partir dos anos 2000. Já as meninas Emilene e Priscila e o pai delas apareceram só nessa história, como de costume de personagens secundários criados para uma história só.
História quis mostrar diferenças de ricos e pobres, ricos tem muita coisa e não desfrutam, é ter só pra ter, esbanjar, não podia nem demonstrar entusiasmo quando feliz e deu ideia de que ser rico não é nada bom e melhor preservar as amizades. Só não pode generalizar na prática, pois há ricos humanizados assim como pobres que não são. Ensina também a não administrar errado seu dinheiro que pode perder tudo.
Apesar da boa mensagem, é incorreta atualmente por mostrar Magali sem humildade e esnobe com os amigos depois de rica e querer se vingar deles, trocar de amigos só porque ficou rica, a turma recusar comida para ela, Magali comer exageradamente, principalmente querer comida dos outros e comer tudo de uma vez no final, envolver namoro da Magali com Quinzinho e a palavra "gozado" também proibida hoje em dia.
Os traços ficaram bons, já no estilo dos traços novos lançados pouco tempo com personagens com línguas ocupando mais espaço na boca lembrando os anos 1970 nesse sentido e quando desenhos eram assim queriam dar ideia de mais humor. Só não gostei da mãe da Magali sem batom, costumavam deixar as mães sem lábios e batom nesse estilo de traços também para dar mais humor nas cenas delas, mas acho que elas ficam feias sem. Ainda tiveram erros de algumas cenas colocando a Dona Lili com batom na primeira parte que ela apareceu na história, principalmente quando ela estava de boca fechada, provavelmente porque desenhista estava acostumado a desenhá-la com batom. Tiveram erros também de Seu Quinzão aparecer de bigode branco na 3ª página da história e Magali com nariz em formato "c" no primeiro quadrinho da 11ª página da história. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
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