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| Capa de 'Cebolinha Nº 93' (Ed. Globo,1994) |
Em setembro de 1994, há exatos 30 anos, era publicada a história "A travessia" em que o Cebolinha tem que passar do banheiro para o quarto sem que a Mônica e a sua paquera Juliana, que estavam na sala, o vejam pelado. Com 14 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 93' (Ed. Globo, 1994).
Cebolinha está tomando banho quando a mãe, Dona Cebola, avisa que tem visita na sala para ele. Cebolinha fica chateado por ser bem na hora do banho, acha que deve ser o Cascão por terem marcado jogar bola e chegou mais cedo. Cebolinha vê que não tem toalha e nada para se secar e resolve ir pelado até o quarto e o Cascão não ia ligar de vê-lo pelado, quando vê que era a Juliana, a menina mais fofa da rua, junta com a Mônica, a menina mais forte, e não pode passar pelado pela sala até o quarto.
Mônica reclama da demora do Cebolinha e quer voltar mais tarde e Juliana quer ficar esperando porque já estavam lá. Mônica não sabe por que ela faz tanta questão de falar com o moleque bobo, Juliana diz que acha o Cebolinha um amor de garoto e Mônica fala que tem gosto para tudo. Juliana elogia que ele é sensível, educado, inteligente, gatinho, etc, deixando Cebolinha nas nuvens e Mônica pergunta se ele é tudo isso, por que está deixando elas esperarem. Juliana acha que aconteceu um imprevisto e vai explicar tudo quando chegar.
Cebolinha tem que dar um jeito de aparecer logo, tem ideia de passar correndo pela sala e elas nem vão notar que estão pelado, mas imagina que elas viram com a decepção da Juliana e a Mônica dando soco de vergonha que viu. Cebolinha diz que é uma encrenca, se pergunta o que pode ser pior, quando ouve Juliana que está com vontade de ir ao banheiro e Mônica querer levá-la até lá. Quando elas vão para lá, Cebolinha disfarça que é uma estátua de anjinho peladinho. Mônica acha que é esquisito, Juliana acha que parece o Cebolinha com o nariz pequenininho e Mônica diz que o nariz pequenininho e o resto também.
Cebolinha tenta aproveitar para sair dali, mas Mônica volta logo e ele fica em outra posição. Mônica estranha a posição diferente e acha que nem é estátua e quando vai tocar, Juliana sai do banheiro e elas voltam para a sala. Mônica acha que o Cebolinha está fazendo elas esperarem de propósito, Juliana aposta que ele vem em 5 minutos e Mônica aposta que se não chegar dentro desse tempo, é provado que é um moleque.
Cebolinha acha que agora é questão de honra, vai ao banheiro e sai pela janela, dar a volta pela casa do lado de fora e entrar pela janela do quarto dele. Além do sufoco que passa como quase ficar entalado na janela, cair com bunda no chão e força para abrir janela do quarto, várias mulheres e meninas o viram pelado na rua.
Chegando no quarto, troca de roupa, passa perfume e vai ao encontro da Juliana, faltando segundos para acabar o prazo da aposta. Mônica reclama que esperaram por 2 horas, Cebolinha se desculpa porque estava se arrumando para ver meninas tão lindas. Juliana confirma que ele é sensível, educado e inteligente e diz que ia tomar sorvete com a Mônica e pensou em convidá-lo. Cebolinha aceita e eles vão para a sorveteria. Mônica estranha que a estátua não estava mais ali, Cebolinha diz que a mãe deve ter tirado e afirma que a Mônica gostou daquela estátua.
Cebolinha fica aliviado que se livrou de uma situação superchata quando, em frente a casa, várias mulheres e meninas estão furiosas, o chamando de carequinha sem-vergonha, que pulou a janela pelado e que saiu correndo nu em frente aos olhos inocentes da sua filha. Dão vassouradas nele e depois Mônica dá uma coelhada na cabeça dele, dizendo que agora lembra de uma estátua de anjinho pelado e o chama de desaforado, e Juliana vai embora chorando e decepcionada.
Cebolinha fica irritado, dá pulos se perguntando o que mais falta lhe acontecer, quando a bermuda rasga a costura, ficando com cueca a mostra. No final, fica atrás de uma moita em frente a sua casa até de noite, esperando que ninguém mais passe pela rua para só assim poder voltar para casa.
História muito engraçada em que o Cebolinha tinha que ir pelado do banheiro ao seu quarto para colocar roupa só que não contava que a Mônica e a Juliana, menina que estava apaixonada por ele, estavam esperando na sala. Passa vários sufocos para elas não o verem nu até ter ideia de passar do banheiro para o seu quarto pelo lado de fora da casa. A princípio consegue, mas não sabia que várias mulheres e meninas tinham visto pelado na rua, ficaram constrangidas e deram vassouradas nele bem na frente da Mônica e da Juliana. No final, fica sem a Juliana e ainda rasga a bermuda e tem que ficar escondido atrás da moita até ninguém na rua passar e não ter outra vergonha.
O Cebolinha se deu muito mal dessa vez, apanhar de todo mundo e ainda ficar sem namorada e ficar horas na rua para não passar outra vergonha com bermuda rasgada. Ele tinha que ter levado para o banheiro a roupa que ia se trocar após o banho, independente de ter visita ou não em casa, se tivesse levado roupa, nada disso teria acontecido. Nem precisava ficar na moita só porque a bermuda rasgou, para quem andou pelado na rua, andar de bermuda rasgada era nada, fora que ainda estava de cueca, nem é vergonhoso isso.
Cebolinha vive xingando que a Mônica é gorducha, mas vimos que ele é bem gordinho também, a ponto de até ter dificuldade passar pela janela do banheiro. As mães na história não deviam implicar só porque o Cebolinha estava nu, era só uma criança, tinha nada de atentado ao pudor e que pudesse traumatizar as filhas delas de ter visto. Até lembra o politicamente correto de hoje, só que agora com uma proporção muito maior do que essa história.
Deu uma impressão que a Mônica estava com ciúmes da Juliana interessada pelo Cebolinha, estava com cara braba e tempo todo falando mal dele na frente da amiga, principalmente quando ela o elogiava, para ver se ela desistia do Cebolinha. A Juliana apareceu só nessa história como de costume em personagens secundários. Absurdos como Cebolinha aparecer seco de um quadrinho para o outro, das meninas não ouviram quando ele estava falando ali do corredor ao lado da sala e não terem reconhecido que era o Cebolinha como estátua e a Mônica ter um relógio de pulso a tiracolo em um só quadrinho para cronometrar a aposta que fez com a amiga e sumir a partir do quadrinho seguinte deram um charme a mais.
Foi engraçado ver o Cebolinha flutuando com os elogios e cair ao ver a realidade, diálogos como Juliana dizer que Cebolinha era um amor de garoto e a Mônica responder que tem gosto para tudo, Cebolinha imaginar como seria se ele fosse pego pelado, fingindo ser estátua, ser acusadode atentado ao pudor e levar vassourada das mulheres. Agora a parte mais hilária é quando Cebolinha estava como estátua a Mônica dizer que o nariz é pequenininho e o resto também, foi de rachar de rir da Mônica ter maldade e reparar no pintinho dele. De curiosidade, a música que o Cebolinha cantou no banho no início da história foi o seu tema do Disco (LP) da Turma da Mônica de 1987.
Essa história "A travessia" foi inspirada na clássica "Como atravessar a sala", de 'Mônica Nº 186' (Ed. Abril, 1985). Teve semelhança com a ideia central da anterior em que a Mônica flagra o seu paquera Reinaldinho na sala após ela sair do banho com toalha e tem que ir para o quarto sem que Reinaldinho, Cebolinha e Cascão a vejam, só que o desenrolar entre essas tramas ficam diferentes, inclusive o final em que na da Mônica são os meninos, as visitas da moradora, quem se dão mal e nessa do Cebolinha é o próprio morador da casa que não termina bem. As duas muito bem elaboradas e maravilhosas, mas achei mais engraçada essa do Cebolinha. As histórias da MSP não têm cronologia e são como que tudo acontece pela primeira vez, mas se não fosse, até pode dizer que essa de 1994 fica uma vingança da Mônica por causa do Cebolinha ter levado o Reinaldinho na casa dela em 1985.
É completamente impublicável hoje em dia por aparecer o Cebolinha pelado quase toda a história, iam dar em cima achando que é pornografia infantil, mesmo sendo só uma criança, além do Cebolinha levar vassourada, coelhada explícita, aparecer surrado, com galo na cabeça e com olho roxo, Juliana apaixonada pelo Cebolinha, envolver namoro e paquera entre crianças, a fala da Mônica dizer que o nariz pequenininho e o resto também. O Cebolinha trocar "R" pelo "L" em pensamentos também é errado pelo povo do politicamente correto e atualmente mudariam as falas com ele pensando certo.
Os traços ficaram encantadores do estilo clássico dos personagens, o Cebolinha em maior parte do tempo com dentes a mostra quando fica em situação de perigo deixou muito engraçado é característica de histórias da Rosana Munhoz, pelo visto quis dar a sua versão para história da Mônica de 1985. Teve erro do olho do Cebolinha com fundo da cor da pele e sem ser branco no 6º quadrinho da 10ª página da história (página 12 do gibi). Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
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