Capa de 'Cebolinha Nº 132' (Ed. Abril, 1983) |
Compartilho uma história em que o Cebolinha e a turma tenta ajudar o Papai Noel que caiu do teto do quarto do Cebolinha, bem em cina da cama dele. Com 9 páginas, foi história de abertura de 'Cebolinha Nº 132' (Ed. Abril, 1983).
Cebolinha ouve o teto do seu quarto partindo enquanto dormia e vê alguém caindo na sua cama. Como tinha barba grande branca, roupa vermelha e com um saco, diz que é o Papai Noel que caiu na sua cama, acha que a queda foi feia, deve ter escorregado do trenó enquanto fazia entrega de presentes. Seu Cebola aparece no quarto dizendo que ouviu um barulho, Cebolinha esconde o Papai Noel e finge que está dormindo.
Depois que o Seu Cebola vai embora, Cebolinha comenta que é melhor o pai não vê o Papai Noel, os adultos não acreditam muito nele, se a notícia espalha, não o deixariam em paz, imaginando vários repórteres querendo entrevistas no quarto dele e não ia poder entregar presentes porque sempre teriam curiosos atrás bisbilhotando e, assim, vão ficar sem presentes.
Então, Cebolinha tem ideia de ele e seus amigos se fantasiarem de duendes para o Papai Noel não estranhar o local quando acordar e para ficar mais à vontade. A turma se impressiona com o Papai Noel desacordado na cama do Cebolinha. Cascão abre o saco para ver se o presente dele estava lá e só tem fios, canos, parafusos e martelo e acham que esses serão os presentes deles no ano.
Cascão comenta que ouviu do pai que a situação do país não está fácil, que o dinheiro está curto e Franjinha acha que a crise deve ter afetado até o Papai Noel. Eles acham que o Papai Noel deve estar triste por não entregar os presentes prometidos e deve estar se sentindo o pior Papai Noel do mundo. Franjinha tem ideia de ajudá-lo, tem que esquecer um pouco os presentes e curtir mais a festa de Natal com os pais e amigos, presente não é importante em uma festa tão bonita e, assim, o Papai Noel não vai se sentir tão mal entregar canos e parafusos para eles.
Papai Noel acorda e se assusta com as crianças vestidas de duendes. Ele tenta pular até o teto e cai. Ao ver o Cebolinha, se esconde debaixo da cama e diz que quer voltar para o trabalho dele. A turma diz que se não terminar o trabalho, vai dar tristeza para as crianças do mundo todo, só a visita dele já é o bastante e já deixaram alegres. Papai Noel se comove e pergunta se acham que o trabalho dele é importante, cebolinha o acha modesto e a turma ajuda a subir o teto e sair de lá.
A turma se sente bem, acham que é o espírito natalino de ajudar sem receber nada em troca e vão correndo e bem animados comemorar o Natal com os pais deles. No final, Seu Cebola sobe até o telhado da casa e pergunta ao Zé se já terminou o trabalho e Zé responde que se não fosse a telha já teria acabado e não pensava que o trabalho de colocar antenas fosse tão importante para as crianças.
História legal em que um suposto Papai Noel cai na cama do Cebolinha pelo teto e ele faz com que seus amigos se fantasiem de duendes para se sentir à vontade quando acordar. Encontram canos e parafusos no saco e pensam que Papai Noel estava em crise financeira para dar aquelas coisas para as crianças e resolvem esquecer os presentes e darem importância para a festa de Natal para o Papai Noel não se sentir mal por dar aqueles presentes.
No final, descobre que ele não era o Papai Noel, só um amigo do Seu Cebola que estava colocando antena no telhado da casa. Motivo de cair no quarto do Cebolinha foi de uma telha se soltar. O Zé pensou que a turma gostava dele de acharem importante a profissão dele de consertar antenas, não sabia que elas pensavam que era o Papai Noel. Um colocador de antenas seria importante para assistir televisão com imagem boa.
Foi boa a imaginação e inocência das crianças, de fato o Zé se parecia com o Papai Noel, só faltou o gorro e acharem que a crise no país afetou até o Papai Noel, o que ajudou a mudarem de ideia do que representa o Natal. Vimos que o Cebolinha acordava tarde, já era uma boa parte da manhã e só acordou por causa do susto do Zé caindo do teto. Se lembrasse que Papai Noel só entrega presentes para as crianças na noite de Natal, já ia sacar que não era ele. O Zé apareceu só nessa história como de costume personagens secundários de aparição única.
Foi engraçada a imaginação do Cebolinha com repórteres perguntando que ele acha da crise do país, que partido apoia, qual time, os outros repórteres nos aviões bisbilhotando o Papai Noel no céu entregando presentes, falar sozinho, os motivos da turma não terem gostado de se fantasiarem de duendes, Cascão achar que o Papai Noel se assustou com os dentões da Mônica e Franjinha, com o cheirinho do Cascão.
A queda do Zé foi fundamental pra turma aprender a lição sobre o verdadeiro significado do Natal. Além da gente se divertir, teve a bonita mensagem de que devemos curtir a festa de Natal e não ficarmos apegados só pelos presentes e comércio. Independente de ter ou não dificuldade financeira, o correto é festejar com familiares e amigos e celebrar o nascimento do Menino Jesus e não se importar com os presentes. Deixou mensagem sem deixar piegas. A crítica com crise financeira do Brasil e alta inflação que estava nos últimos anos até então foi ótimo também.
Os traços muito bons, típicos dos anos 1980, ainda com personagens com bochechas com curvas começando do cabelo eestavam próximos do estilo de traços da fase consagrada iniciada em 1984. Tiveram erros do Cebolinha com pálpebras brancas no segundo quadro da 5ª página da história (página 7 do gibi) e Magali com cabelo branco no primeiro quadro da última página da história. É incorreta atualmente por homem cair do telhado na cama do Cebolinha e risco de ambos se machucarem feio e a turma se preocupar com crise financeira do país e inflação por não ser assuntos apropriados pra crianças.
Foi republicada em 'Almanaque do Cebolinha N° 15' (Ed. Globo, 1991) com curiosidades que foi um dos raros almanaques convencionais da Globo com capa e uma republicação de história natalina. E depois republicaram algumas vezes em almanaques especiais de Natal, um deles foi em 'Mônica Especial de Natal N° 4' (Ed. Globo,1998), sendo que nesta republicação curiosamente colocaram o código com referênca ao Almanaque de 1991 e não que era uma história da Editora Abril.
Capa de 'Almanaque do Cebolinha Nº 15' (Ed. Globo, 1991) |
Capa de 'Mônica Especial de Natal Nº 4' (Ed. Globo, 1998) |
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