Capa de 'Mônica Nº 57' (Ed. Globo, 1991) |
Logo depois, com Mônica já preparada sair de casa sem mão na boca, Cebolinha telefona para casa dela de um orelhão, falando que quer fazer as pazes, comenta que a voz dela está diferente e pergunta se tem nada na frente da boca como um arame. Ele fala ainda que a Maria Joaninha, uma menina esquisita ficou pior ainda depois de colocar aparelho nos dentes, não tem coisa mais horrorosa que um aparelho e aí a Mônica desliga telefone na cara dele.
Mônica sai de casa com a mão na boca. Cebolinha pergunta por que ela desligou o telefone tão depressa e estranha ainda com a mão na bica e mostra um rato que estava na mão dele. Mônica, com medo, tenta tirar o rato perto e tira a mão na boca. Cebolinha e Cascão veem o aparelho nela e gritam bem alto que a Mônica está com aparelho para ela passar vergonha enquanto os outros passam na rua.
Magali pergunta para os meninos o que isso tem. Eles contam que se a Mônica não se importa com a aparência, vai ser até bom porque se ela quiser assustar alguém é só dar um sorriso, problema vai ser quando crescer e ninguém vai querer namorar com ela, só se for outro dentuço com aparelho e na hora do beijo vão enganchar os aparelhos. Mônica fala que não vai usar a vida toda e eles falam que tem gente que precisa até na dentadura e tentar esconder com um véu na boca a vida toda.
Mônica sai chorando, Magali chama os meninos de monstros e vai embora também. Eles dão gargalhada, esperando que depois dessa vão ficar livres da Mônica por um bom tempo, que vai se trancar em casa e usar aparelho por 20 anos e comemoram que a rua é deles. Até que se deparam com o Tonhão Arrancatoco com uma cara braba e eles perguntam se tem algum problema. Tonhão quer tomar satisfação de que eles tirando um barato de uma menina que usa aparelhos. Como ele usava também, fala que vai ensinar a não caçoar de quem usa aparelho e bate neles. Os dois ficam surrados e sem dentes.
Cebolinha pergunta como ficou sabendo da história da Mônica e ao Magali passar, o Cascão deduz que foi ela. De qualquer forma, ficam aliviados que se livraram da Mônica porque nem vai querer sair para rua, quando eles dão de cara com a Mônica iniciando namoro com o Marco Antoninho e ouvem a conversa que ele achou uma graça o aparelho e que ele já precisou um. Mônica vê Cebolinha e Cascão e bate neles, ficando surrados de vez e sem mais dentes.
O dentista vê o estado dos dentes deles e resolve tratar. Meses depois, Mônica está sem aparelho e com os dentes no lugar e em compensação, Cebolinha e Cascão estão com aparelhos e a Mônica comenta com a Magali como é a vida, uns tiram e outros põem, com os meninos bem brabos estando de aparelhos.
História muito engraçada com a Mônica sofrendo bullying do Cebolinha e do Cascão por estar usando aparelho nos dentes. Ela já estava com vergonha de usar e depois do que os meninos fizeram piorou a situação. Felizmente ela encontrou um menino que gostou de vê-la com aparelho e tirou o trauma dela e, de quebra, os meninos se deram muito mal no final apanhando e ainda precisando usar aparelhos por causa das surras que levaram.
Foi interessante de ver primeiro o mistério de por que a Mônica estava tampando a boca, o que que ela estava escondendo. Os personagens não sabiam, mas a gente sabia que era aparelho dentário por causa do título, aí teria o mistério como a Mônica ficaria de aparelho. Depois a gente se divertiu com o bullying do Cebolinha e do Cascão, pegaram pesado falando que vai assustar os outros quando sorrir, enganchar aparelhos quando beijar outro menino de aparelho, etc (era ótimo vê-los perversos), e a reviravolta no final dos meninos apanharem 2 vezes, quando já se imaginavam donos da rua, primeiro do Tonhão Arrancatoco e depois da própria Mônica, já curada do trauma.
Era muito comum na época as pessoas serem zoadas por usarem aparelhos nos dentes, depois a visão mudou e consideraram coisa normal alguém usar aparelho. O mesmo vale para quem usava óculos, tanto que não foi a toa que fizeram a história "Mônica de óculos", de 'Mônica Nº 31' (Ed. Globo, 1989). Atualmente é impublicável por causa desse incentivo do bullying tirar a autoestima, traumatizar e até causar depressão, namoro de crianças mais no final, fora aparecer os meninos surrados ao extremo e perdendo dentes por isso, já que nas histórias atuais os personagens não podem aparecerem nem de olhos roxos, quanto mais surrados dessa maneira. Hoje a Mônica raramente bate nos meninos e quando bate não aparecem de olhos roxos.
Na época também em cada história aparecia um menino diferente pelo qual as meninas eram apaixonadas e davam em cima, dessa vez foi o Marco Antoninho, mas tiveram também Fabinho, Marquinho, Pedrinho, etc. Quem também apareceu só nessa história foi o Tonhão Arrancatoco, mas também a cada história aparecia um menino valentão maior que os da turminha, depois deixara como fixo apenas o Tonhão da Rua de Baixo. O orelhão sai bem datado hoje, Cebolinha ia telefonar para Mônica através de um smartphone atualmente. A própria Mônica também poderia atender com um smartphone já que telefone convencional também anda em baixa hoje.
Os traços excelentes, dava gosto de ver desenhos assim, com destaque das curvas nos olhos dos personagens sem serem pintados de brancos quando estavam brabos ou emocionados demais e também a cara do Cebolinha com sorriso que estava aprontando com a Mônica. A casa da Mônica dessa vez apareceu com 2 andares, normalmente era 1 andar, mas colocavam 2 quando roteiro pedia. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
Um comentário:
Esses meninos. Provocam a Mônica, apanham e parecem nem ligar. Bem feito que tomaram uma dupla sova desta vez. Claro, se a questão for tomar uma pancada injustamente como na história do linguarudo misterioso, já são outros quinhentos.
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