Nela, uma ponte arrebenta e Chico Bento cai de um abismo até um buraco. Quando ele sai do buraco, fica aliviado que aconteceu nada com ele, mas não sabia que estava morto quando saiu do buraco e vai ao encontro com a Rosinha.
O espírito do Chico chega lá e Rosinha não vê e comenta onde se meteu o peste do Chico, que ele deve ter esquecido do encontro e estar dormindo. Rosinha sai xingando o Chico, que pensa que ela estava fingindo que não o via por estar braba. Logo depois vê o Zé Lelé indo pescar e ele não vê o Chico, assim como Zé da Roça e Hiro não veem o Chico enquanto estão roubando goiaba do Nhô Lau. Chico vai dedurar os amigos ao Nhô Lau, que estava dormindo na rede e nem ouve Chico falando. Ele se toca que é coisa feia dedurar os amigos e fica aliviado que o Nhô Lau tem sono pesado e não o ouviu.
Chico vai para casa e encontra a mãe chorando e pergunta se ela cortou cebola. Dona Cotinha não o vê e nem o ouve e Seu Bento aparece, falando que ainda não conseguiram encontrar o filho. Dona Cotinha fala que ele nunca se atrasou para o almoço, deve ter ido caçar e se perdeu na mata. Seu Bento fala que vai juntar uns homens para procurarem o filho na mata e pede pra esposa descansar enquanto Chico não entende que ele está lá e os pais não o veem.
Seu Bento vai para rua, bate a porta e o espírito Chico, ao sair, atravessa a porta. Ele se espanta que atravessou que nem um fantasma e deduz que está invisível e acha que vai ser divertido que vai ouvir as conversas dos outras sem elas notarem. Então, ele vê um garoto conversando com Rosinha, falando que o Chico é um bobão, que não gosta dela e se quer namorar com ele. Rosinha diz que vai pensar enquanto Chico tenta intervir na conversa e bater no garoto, que ele está ali, sem sucesso.
Chico pergunta como pode voltar a ser como antes e aparece um homem respondendo que não dá, agora ele é assim e não tem jeito. Chico pergunta a ele se está o vendo e o homem fala que é igual a ele mostrando o braço atravessando a árvore e que podem fazer um monte de coisas que não podiam quando eram vivos. Chico se espanta ao saber que morreu e o homem pergunta o que ele acha que aconteceu quando caiu da ponte.
Chico quer voltar a ser como antes, não vai se acostumar, tem os pais e a Rosinha que vão sentir falta. O homem diz que os pais podem ter outro filho, a Rosinha arranja outro namorado e os amiguinhos vão esquecer dele, todos vão ficar bem. Aparecem anjos para buscá-los para o Céu, Chico foge, tropeça na pedra e bate a cabeça em uma outra pedra grande e desmaia. Aparece o São Pedro, avisando que Deus tem novos planos para Chico e aí ressuscita.
Assim, Chico acorda vivo no local do acidente, conta para o pai que teve um sonho esquisito e Seu Bento conta que o filho teve sorte, não é qualquer um que cai daquela ponte e continua vivo para contar a história. Depois de todos irem embora, no final, Deus fala que o Chico não ficou vivo para contar a história, mas para contar muitas outras histórias.
História muito boa e envolvente em que o Chico morre ao cair de uma ponte e o seu espírito não sabe que havia morrido. Ele pensava que todos estavam fingindo que não viam, nem ao atravessar a porta se tocou que havia morrido, pensou apenas que tinha ficado invisível de alguma forma, e só se tocou quando o outro fantasma contou que eles estavam mortos. Para sua sorte, no final Deus lhe deu outra chance de vida para que ele continuasse contando varias outras histórias nos gibis. Se fosse o fim do Chico, ia desapontar os leitores, não teríamos mais histórias dele.
Foi mostrado de uma forma bem singela a morte do personagem e a vida após a morte, de almas que não aceitam que morreram. Foi bem legal isso do Chico custar a perceber que morreu. No momento que ele tropeçou e bateu cabeça na pedra já tinha voltado a ficar vivo porque senão ele podia muito bem atravessar a pedra ao se chocar com ela, na verdade, nem tropeçaria na primeira pedra pequena. Interessante deixarem um quadrinho inteiro com ele caindo para ver a altura do abismo.
A MSP gostava muito de histórias envolvendo Espiritismo e não era só nas histórias do Penadinho, sempre eram boas quando tinham. De vez em quando também tinham histórias com mortes de personagens, o Chico mesmo essa não foi a primeira vez que morreu, já tinha morrido na história "Vivinho da silva", de 'Chico Bento Nº 92' (Ed. Globo, 1990), fora outras que ficou prestes a morrer, como, por exemplo em "Com a vida por um fio", de 'Chico Bento Nº 55' (Ed. Abril, 1984), mas sempre voltou. Ou então histórias em que pessoal pensava que estava morto, mas não estava na verdade. Todos os grandes personagens já morreram de fato nos gibis, menos a Magali, no máximo histórias do tipo de pensarem por um momento que ela morreu.
Essa história teve referência ao filme "Ghost, do outro lado da vida", um clássico do cinema. Na época estavam bem frequentes histórias baseadas em filmes do cinema famosos, uma perto da outra, começada a sequência em 1991 e essa grande frequência até 1993, mas tiveram outras também ao longo dos anos 1990. Ainda sobre "Ghost", essa do Chico foi a primeira sobre esse filme, e depois ainda fizeram "Ghost de Cebolinha" ('Cebolinha Nº 83', de 1993) e "Goust" com a Turma do Penadinho ('Mônica Nº 123', de 1997).
Os traços ficaram bem caprichados, dessa vez a Rosinha sem brilho branco no cabelo, as vezes acontecia de desenharem assim. Completamente impublicável hoje por ter morte de personagem e traumatizar as crianças, envolver religião de Espiritismo e Deus como personagem, fora ter referência que Chico caçava animais no mato, palavra "Droga!", palavrões da Rosinha, definitivamente sem chance. Nunca foi republicadas até hoje, deveria ter sido entre 2004 a 2005, mas com politicamente correto já instalado preferiram não republicar. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.
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