Em maio de 1992, há exatos 30 anos, foi lançada a história "The End" em que o Astronauta acha que estava no local do fim do universo. Com 8 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 65' (Ed. Globo, 1992).
Capa de 'Cebolinha Nº 65' (Ed. Globo, 1992) |
Astronauta está viajando pelo universo, comenta que percorre o espaço sem parar, já visitou milhares de planetas fora os tantos catalogados e ainda bem que o universo é infinito senão já teria chegado ao fim. Só que de repente, ele se depara com o "fim" bem grande.
Astronauta acha que é brincadeira e vai conferir quem escreveu "Fim" no universo. O extraterrestre diz que foi ele. Astronauta fala que todos sabem que o universo não tem fim. O ET pergunta quem e Astronauta responde que os astrônomos, cientistas, filósofos. O ET pergunta se eles foram lá ver, que ali é o limite final do universo e depois só tem o nada, o terrível vazio engolidor.
Astronauta tenta provar que não tem fim, pula até o local e volta. Ao atingir um raio com sua pistola, o raio também volta. O ET confirma que universo acaba ali e manda Astronauta procurar a outra ponta dele, o começo. Astronauta volta à nave, inconformado que isso é terrível, que seu trabalho é limitado e existe um número exato de planetas e estrelas.
De tão frustrado, resolve subir com a nave até o teto do universo, quando se depara com remendos de durex pelo espaço. Ele vai conferir subindo mais e vê o espaço com tipo um pano gigante pendurado. Astronauta joga raios nas pontas do pano, que cai e encontra no outro lado os malfeitores mais procurados pelo espaço. Colocaram uma borracha super-resistente para encobrir o esconderijo e fingindo que era o fim do universo, estariam seguros para sempre.
Astronauta leva todos para a penitenciária espacial, volta para nave e diz que por um momento acreditou que ali era o fim do universo e fica aliviado, nada melhor saber que o universo é infinito, ir para cima e para baixo e para os lados sem nunca encontrar limites nem tédio e não tem um fim que jamais possa detê-lo, até encontrar com o "Fim" da história e se vê vencido por ele.
História legal cheia de absurdos com Astronauta tendo que lidar com o local do fim do universo e ficar inconformado acontecer, mas acaba descobrindo que foi só uma forma de bandidos extraterrestres de não descobrirem o esconderijo deles. Apesar de aliviado do universo ser infinito, não pôde conter o fim da história.
Mostra a curiosidade das pessoas se realmente o universo é infinito ou não, se não tem um ponto que acaba. Era um tema até frequente nas histórias do Astronauta, volta e meia estava envolvido nisso de alguma forma diferente, eu gostava para estimular imaginação dos leitores. E ainda teve uma metalinguagem legal no final, tendo destaque ao final da história, com Astronauta sabendo que ele estava em uma história em quadrinhos e teria um fim e isso ele não poderia impedir.
Astronauta podia ter tocado no local do "Fim" que veria que era uma borracha e teria algo errado ali, fora que escrever "Fim" no Céu já seria absurdo. Vimos que os bandidos foram bem criativos para cobrir o universo e ter o local do fim, só não contavam com a insistência do Astronauta de saber a verdade. Dessa vez não foi mostrado que bandidos foram presos em um planeta-prisão, tinha uma penitenciária para mantê-los lá, nunca teve uma cronologia nas histórias. Legal o Astronauta chamar o alienígena de bicho feio, o "Fim" escrito no universo, Astronauta pular e voltar e a reação ao descobrir toda a verdade.
Teve um título na história, o que era bem raro com Astronauta, foi bem discreto na direita, atrapalhando um pouco o nome dele pra dar uma ideia de fim. Incorreta atualmente por ter bandidos e Astronauta mexer com arma. Traços foram bons, teve o Astronauta com espaço maior na língua em alguns quadrinhos, estavam começando a testar novos estilos de desenhos na época, ficou tipo um ensaio de novos traços que começaria a ser adotados a partir de 1993.
Curiosidade que em maio de 1992 começou a promoção da Editora Globo, durando até agosto, que vinha selo vermelho nas capas das revistas da Globo de todos os segmentos, não só gibis, para recortar e colar na cartela e enviar pra editora para ganhar assinaturas de revistas e outros prêmios. Com isso, esses selos davam redução nos preços das revistas para estimular vendas. Não gostava dessas promoções que tinham que recortar revista, algumas dessa promoção até vinham adesivos do selo, mas nem todos tinham. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.
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