quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Mais quadrinhos Disney cancelados na Europa!

Os cancelamentos de quadrinhosDisney que vêm atingindo vários países chegaram à Itália e tiraram de circulação o gibi mensal do Tio Patinhas.

Zio Paperone # 216, lançado neste mês, foi o derradeiro suspiro de um título publicado há mais de 20 anos e para o qual foram produzidas centenas de histórias do pato mais rico do mundo, muitas delas traduzidas para outros países, incluindo o Brasil.

Na última página da edição, os editores divulgaram uma carta de despedida e agradecimento aos leitores que acompanharam as aventuras do Tio Patinhas durante todos esses anos. A partir de agora, o personagem deverá aparecer com menos freqüência, buscando espaço nas outras publicações da turma de Patópolis.

As baixas vendas da revista motivaram o cancelamento. O fato preocupa os leitores porque a "Velha Bota", além de um dos raros países em que continuam a ser produzidas histórias inéditas dos personagens tradicionais da Disney, é onde eles ainda gozam de considerável popularidade.
Pelo menos, era o que se imaginava. Nesta década, a Disney Itália fez muitas apostas ousadas, como a repaginação visual e conceitual do Mickey e as versões em estilo mangá de outras criações clássicas, a fim de angariar novos fãs. Essas e outras iniciativas, como as séries próprias Witch, Kylion e Monster Allergy, feitas para o público infanto-juvenil e alheias ao universo tradicional disneyano, têm ganhado cada vez mais espaço na preferência dos novos leitores italianos. Ainda é cedo para afirmar que Donald, Tio Patinhas, Pateta, Mickey e demais personagens clássicos cairão de vez no limbo, preteridos por criações contemporâneas da Disney - incluindo as egressas dos desenhos animados 3D. Mas o número de cancelamentos de suas revistas vem acontecendo em um ritmo muito maior do que se imagina. Em Portugal e em quase toda a América Latina, outrora contumazes mercados consumidores dessa turma, os personagens já não são mais publicados. E os exemplos continuam. Por muito tempo populares no Egito e em outros países do Oriente Médio, os gibis Disney retornaram àquela região em 2005, após dois anos fora de circulação. Mais de dez títulos foram lançados na época, dos quais apenas quatro conseguiram sobreviver aos novos cancelamentos (um deles, para o público feminino, mostra somente as aventuras de Branca de Neve, Aurora, Bela e outras - as Princesas, que vêm fazendo sucesso no mercado de licenciamento ao redor do mundo).
Quando a esses fatos são somados exemplos como o fim da produção brasileira - que já foi uma das mais prolíficas do planeta -, as sucessivas descontinuações desses gibis no Brasil e a publicação minguada nos Estados Unidos (dois únicos títulos regulares sobraram da última leva de cancelamentos) o resultado é desanimador.

Por outro lado, visando os leitores veteranos - mais fiéis e suscetíveis a apelos saudosistas -, as editoras das HQs Disney na Europa, Estados Unidos e Brasil continuam investindo em edições e coleções especiais com republicações de materiais clássicos, principalmente os que levam a assinatura do quadrinhista Carl Barks.

É uma aposta que costuma alcançar vendas satisfatórias e permite manter vivos na memória os personagens que ajudaram a construir a rica história dos quadrinhos Disney no mundo.

Resta saber até quando o seleto público da velha guarda continuará ativo para ajudar na preservação dessa fauna antropomorfizada quase à beira da extinção.
Witch

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