segunda-feira, 21 de abril de 2025

Arquivos Turma da Mônica N°1.361 - HQ "Sorria, Papa-Capim!"

Dia 19 de abril é o "Dia dos Índios" e então mostro uma história em que o Cafuné pensa que o Papa-Capim ficou preso em uma folha ao vê-lo em uma fotografia. Com 6 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 242' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Chico Bento Nº 242' (Ed. Globo, 1996)

Um homem branco visita a selva, tira fotografias de tudo e até do Papa-Capim, que fica com raiva do flash que quase o deixa cego e corre atrás do homem. A fotografia cai no chão na correria, Cafuné olha e pensa que prenderam o Papa-Capim em uma folhinha. 

Cafuné volta para a aldeia, a mãe do Papa-Capim pergunta pelo filho que estava com ele. Cafuné tenta esconder, Dona Jacira fica desesperada pensando que o filho foi comido por jacaré, devorado por onça ou atacado por cobra e Cafuné mostra a foto, dizendo que ficou assim. 

Dona Jacira manda o filho falar com ela, Cafuné fala que já tentou, mas só fica com essa cara de bobo e vão procurar o Pajé para ver se desfaz aquela magia. Pajé faz o ritual, usa todos seus conhecimentos, mas não consegue. Cafuné diz que pelo menos vai olhar para o amigo, que vai sentir falta das caçadas, aventuras e brincadeiras e pergunta que se pudesse falar com ele, o que diria. 

Papa-Capim fala tonto, bocó e cara de macaco. Cafuné pensa que havia xingado, Papa-Capim o chama de maluco e fala que está ali. Cafuné fica feliz de ter o visto e pergunta como pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, mostra a foto e Papa-Capim fala que deve ser magia negra do caraíba que fugiu dele. 

Para se livrarem da foto, Papa-Capim vai jogar fora no rio, pode ser perigoso e que coisas de caraíbas servem para nada. Antes de jogar no rio, Papa-Capim olha para a foto, acaba gostando e resolve pendurar na parede da sua oca.

História legal em que um homem tira foto do Papa-Capim e Cafuné e o resto da tribo se desesperam, pensam que foi magia negra de prenderem o Papa-Capim e deixá-lo imóvel em uma folha já que nunca tinham visto uma fotografia. Com a volta dele à aldeia, Cafuné fica aliviado e pensam em jogar fora a foto, mas resolve pendurá-la na parede da oca como um quadro. Ou seja, sem querer o Papa-Capim descobriu a verdadeira utilidade de uma fotografia. Ainda assim os outros continuaram achando que era tudo magia negra.

Foi engraçado ver o desespero da mãe do Papa-Capim e dos índios pensando que ele estava preso na folha e que era obra de magia negra, o ritual do Pajé e com palavras até conhecidas pela gente como Ubatuba, Paiçandu e Pindamonhangaba, além do Cafuné pensar que a foto o xingou. Eram boas essas histórias em que índios não sabiam as coisas típicas de caraíbas e não sabiam lidar, um choque de culturas selvagens e da civilização que sempre deixavam divertidas.

Dessa vez descobrimos que o nome da mãe do Papa-Capim era Dona Jacira, nunca tinha visto sido revelado antes. O pai deve ser o índio que ficou do lado dela, normalmente o pai era o Cacique da aldeia, mas às vezes  podia ser índio qualquer e também não foi revelado se ele era o Cacique.

Incorreta atualmente por mostrar índios primitivos que não sabem nem o que é uma fotografia, acharem que são ignorantes, coisa abolida nos gibis atuais, e ainda serem chamados de índios, palavra proibida hoje, já que agora o correto é serem chamados de indígenas, "Dia dos Índios" agora se chama "Dia dos Povos Indígenas" e para se referir a índios primitivos agora tem que falar que são "povos indígenas originários". Papa-Capim com lança na mão para atacar o homem e chamá-lo de cara de macaco iam também problematizar demais hoje em dia. 

Também implicariam com câmera tipo "Polaroid" que revela fotografia na hora por não gostarem de coisas datadas. Porém, isso foi fundamental na história, se fosse celular no lugar não teria história já que ainda não revelam fotos instantaneamente, a não ser que o homem perdesse o celular com a foto do Papa-Capim aberta

Traços bons, típicos dos anos 1990. O formato do nariz do Papa-Capim ficou diferente em forma "^" ao invés de "c". O que não gosto dessa colorização no primeiro semestre de 1996 com o mesmo marrom escuro em tudo e personagens como Papa-Capim, Raposão ficavam quase pretos, parecendo que eram negros. Povo do politicamente correto de  hoje também ia reclamar demais de índios com colorização como essa. O fundo degradê já não estava mais em todos os quadros e 1996 como era no segundo semestre de 1995, só em alguns quadros isolados e em céu aberto ou em uma ou outra moita.  

Créditos - Marcos Alves : https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2025/04/hq-sorria-papa-capim.html 

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