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Capa de 'Magali Nº 188' (Ed. Globo, 1996) |
Em homenagem ao "Dia das Mães" mostro uma história em que a Magali foi entrevistada para uma revista de culinária e sua mãe aproveitou a oportunidade para que a filha ficasse famosa internacionalmente. Com 12 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 188' (Ed. Globo, 1996).
Dona Lili atende telefone de uma repórter da revista "Engula" sobre comida e quer entrevistar a Magali, a fama de gulosa dela chegou até lá e Dona Lili fica eufórica da filha ser famosa e ela ser mãe de uma menina famosa, pode ser início de grande carreira como modelo e atriz, viajar pelo mundo todo nas passarelas e diz que vai junto defendendo interesses e cuidando do futuro da filha.
Dona Lili fica feliz que todos esses anos cozinhando toneladas de comida seriam recompensados e sai pra trocar de roupa e ficar bem bonita e manda Magali também trocar de roupa. Mais tarde chegam os repórteres, Dona Lili os recebe, apresenta a casa e a filha e diz para não repararem, não tiveram tempo de se arrumar.
Começa a entrevista, a repórter lembra que a revista "Engula" é feita para gourmets, apreciadores de iguarias finas e Magali foi escolhida como personalidade do mês porque deve ter um paladar bastante apurado. Pergunta para Magali desde quando ela tem grande apetite. Dona Lili responde que desde pequenininha, eram 38 mamadeiras por dia, fora chazinhos e sopinhas.
Repórter pergunta para Magali o que ela mais gosta de comer, Dona Lili responde de tudo e citando algumas coisas que ela gosta. A repórter quer a filha responda, Dona Lili diz que vai preparar um chá para eles e volta um segundo depois, sem nem dar tempo de Magali responder a pergunta. O assistente sugere que vão fazer a entrevista na redação da revista, apenas a Magali sem a mãe ir junto. Dona Lili lamenta, mas deixa.
Já na redação, Magali responde suas comidas preferidas por ordem alfabética e a repórter dar entrevista como encerrada porque só a lista das comidas já ocupa página inteira. Magali pergunta se não tem lanchinho porque a conversa deu fome e a repórter fala que depois de fotografarem. O assistente leva Magali ao estúdio de fotografia com as comidas expostas par serem fotografadas para a revista do mês e o assistente segura Magali para não comer.
Magali senta na poltrona para ser fotografada com melancia na mão e ela come antes de tirar a fotografia. O assistente fala que ela pode fazer tudo que quiser, só não comer aquela melancia. Magali aproveita pra comer toda a comida da exposição e o assistente manda todos fotografarem todos os pratos que ainda conseguem salvar.
Depois, Dona Lili reclama que eles estão demorando, quer ir até lá, quando eles trazem a Magali de volta, a tirando do carro e chamando de monstrinho. Magali fala para mãe que ela vai sair na revista, não haveria tempo de mudar tudo por conta da revista estar atrasada, só que o artigo vai ser um pouco diferente. No dia seguinte, Dona Lili compra a revista e vê que a matéria era os perigos do exagero e cenas chocantes do apetite descontrolado de uma menina.
Dona Lili lamenta preocupada que depois dessa pode dar adeus á carreira internacional da filha e reconhece que ela foi boba, exagerada, ridícula, até. Em seguida, aparecem repórteres da revista "À toa em forma" querendo entrevistar a Magali para saber como consegue manter o corpinho esbelto comendo tanto. Dona Lili ouve, se apresenta como mãe dela, troca de roupa e passa a responder perguntas no lugar da filha.
História engraçada em que a Dona Lili acha que a Magali poderia ficar famosa aproveitando oportunidade que a filha seria entrevistada para matéria de uma revista de culinária. Dona Lili ficou tão entusiasmada que não deixava a Magali responder as perguntas da repórter e tiveram que entrevistar na redação sem presença da mãe. Magali come todos os pratos expostos para serem fotografados para a revista e o jeito é mudarem matéria de alerta de perigo de menina que tem um apetite descontrolado. Apesar de tudo, tem uma nova oportunidade de Magali ser entrevistada para outra revista e Dona Lili faz tudo de novo como na primeira vez.
Magali começou comportada, mais lúcida que a mãe, obedecendo caprichos da mãe obcecada pela fama da filha, mas quando chega em um estúdio repleto de comida, não conseguiu se controlar, virando um monstro devorando tudo e isso ainda virou assunto da nova matéria. Se Dona Lili não fosse tão intrometida em casa, a entrevista e as fotos poderiam ter continuado lá mesmo sem precisar ir para redação e nada desse constrangimento aconteceria. A revista teve prejuízo com a comilança da Magali, mas se vingou a retratando como monstro perigoso para a sociedade que devora tudo descontroladamente, se a revista vendeu bem com o sensacionalismo, compensou o prejuízo dado.
Mostrou que Dona Lili aprendeu nada, queria que a Magali fosse famosa e ter carreira internacional de modelo e atriz e ela ir junto nas viagens como empresária da filha e mesmo vendo o escândalo que foi a primeira entrevista, continuou a mesma coisa na segunda entrevista, sem deixar Magali responder as perguntas, queria se intrometer em tudo. Nem pensou em constrangimento da filha, se ela queria ser famosa, só pensava na fama e ganhar muito dinheiro e viajar com a filha. O final ficou em aberto se foi tudo igual como na primeira entrevista ou imaginar como foi nessa nova.
História retratou de forma divertida mães que querem que filhos fiquem famosos a todo custo sem nem perguntar se filho quer isso e sem preocupar com o bem estar deles, que infelizmente acontece muito na vida real principalmente com mães de meninas. Até foi uma personalidade diferente da Dona Lili, mais eufórica e sem pensar na Magali, já que o normal era mais equilibrada e sensata, mas sendo só por uma história para diferenciar e alertar sobre esse problema de mães agindo assim, tudo bem.
Engraçado a mãe atendendo telefone só dizendo sim, chamar filha de comilona e depois corrigindo como gulosa, dizer que valeu o sacrifício de cozinhar toneladas de comidas esses anos todos, Magali parada só ouvindo a mãe, Magali listar suas comidas preferidas, devorar tudo na redação e sendo jogada para fora do carro e tratada como monstrinho pelos repórteres. As revistas "Engula" e "À toa em forma" foram fictícias e não foram nomes parodiados de revistas de culinária e de boa forma que existiam na época, respectivamente.
Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1990. Teve erro de algumas cenas com Dona Lili sem lábios com batom e sem bolinhas de maquiagem nas bochechas da Magali. Incorreta atualmente por Dona Lili agir como mãe que quer fama da filha a todo custo sem se preocupar nos constrangimentos dela e sem aprender lição no final, deixar a Magali ir sozinha de carro com desconhecidos, hoje adaptariam pra ela ir junto e deixar a Magali entrevista em uma sala e Dona Lili esperando em outra sala reservada, dirigirem sem cinto de segurança e implicariam também com absurdos de Magali devorar um bolo de uma só vez e todos os pratos da redação em questão de segundos, palavras de duplo sentido como "pimpolho" e coisas datadas como televisão de tubo.