sábado, 5 de fevereiro de 2022

Arquivos Turma da Mônica N°1.014 - Parque da Mônica: HQ "Vem brincar no Parque!"

Mostro uma história em que a Dona Morte levou o Pixuquinha e outros fantasmas do cemitério em uma excursão de férias no Parque da Mônica. Com 15 páginas, foi publicada em 'Parque da Mônica Nº 55' (Ed. Globo, 1997).
Capa de 'Parque da Mônica Nº 55' (Ed. Globo, 1997)
Pixuquinha vê anúncio na televisão da Mônica convidando todos a irem ao Parque da Mônica, se diverte com vários brinquedos e quando o Cebolinha falar que tem a "Casa da Gorda", Mônica bate nele, mas seguem a propaganda até o fim. Pixuquinha fala para Dona Morte que quer ir ao Parque da Mônica, até porque o tio Penadinho trabalha lá. Dona Morte manda falar baixo, mas com a insistência do Pixuquinha todos os fantasmas ouvem e querem ir também. Dona Morte quer satisfação do que ela vai fazer agora e Pixuquinha sugere uma excursão.

Dona Morte explica que não dá pra sair levando muitos fantasmas por aí. Pixuquinha lamenta que ela o levou muito cedo para lá, não teve infância, nunca foi a um parque e começa a chorar. Dona Morte fica com pena e resolve levá-lo, mas nisso os outros fantasmas ficam animados querendo ir também. Dona Morte fala que tem que pedir autorização para o Senhor, manda um e-mail e é autorizada a fazer a excursão. Dona Morte avisa que precisa preparar lista de quem vai e não está incluso no pacote eles darem gritos e arrastar correntes.

De manhã, chegam os ônibus de excursão para o Parque da Mônica. Os Monitores recebem primeiro um só com crianças e quando chega um ônibus de fantasmas, o Monitor se assusta. Dona Morte dá boa vindas ao Parque e Pixuquinha e os fantasmas voam até o robô Atrium achando o máximo. Dona Morte pega as asas que o São Pedro emprestou e tira os fantasmas de lá.

Dona Morte avisa que vai ser guia deles, manda eles seguirem sempre a foice e bandeirinhas e vestirem uma roupa laranja, uniforme da agência "Mortur". Os fantasmas não gostam da roupa, o Miranda tenta desaparecer e Dona Morte o manda ficar visível. Dona Morte leva todos à "Vila da Mônica", um casal pede par ao Monitor tirar fotos deles, mas ao fazerem caretas de assombração, o Monitor sai correndo. Miranda tenta desaparecer de novo e Dona Morte o impede.

Na "Casa da Mônica", Cebolinha comenta que o lençol da cama está branquinho. Mônica senta pensando que trocaram e logo veem que era um fantasma lá mandando Mônica sair de cima dele e a turminha se assusta. Dona Morte avisa à Mônica que é uma excursão e pergunta aos fantasmas se não vão querer autógrafo dela. Pixuquinha pede para assinar no lençol dele e o outro fantasma quer um autógrafo do Cebolinha.

Em seguida, falam que o Penadinho está lá fora e todos os fantasmas correm até à "Tumba do Penadinho" para pegarem autógrafo dele, não segurando a emoção de verem seu ídolo de perto. Durante o autógrafo, um garoto confunde um fantasma gordo como balão de gás. Dona Morte chama os fantasmas para entrarem na "Tumba do Penadinho", eles querem entrar atravessando a parede em vez de entrar pela porta porque são fantasmas. Cebolinha fala para Mônica sair de lá, não porque ela tem medo de fantasmas, e, sim, porque eles podem assustar com a Mônica, que corre atrás dele para bater.

Dona Morte os chama para irem à "Casa do Louco". Ela é chamada de Dona Marta pelo Louco, dá boas vindas perguntando se ela trouxe a coleção de cama e banho, se referindo aos fantasmas. Pixuquinha fala que roubaram o carro do Louco. Ele sobe na escada e vai até o telhado e vê que o carro está lá e era zoação do Pixuquinha e Louco fala que não se deve acreditar em fantasmas.

Depois, o Fantasma dá um balão para o garoto que pensava que ele era balão e todos vão ao "Cinema 3D". Na sala, um homem comenta com a esposa que o efeito 3D é muito bom por estar vendo fantasmas flutuando na frente dele e a esposa diz que tem mesmo. Dona Morte pergunta ao Miranda se ele gostou do "Cinema 3D" e manda devolver o óculos e ele lamenta que queria uma lembrança do Parque.

Mônica e Cebolinha voltam, falando que o ônibus da Dona Morte chegou. Cebolinha comenta que o motorista é verde e tem parafusos e a Dona Morte diz que é o Frank. Na hora de voltarem para o cemitério, os fantasmas somem e dona Morte precisa ir na "Rádio do Parque" para dar recado se as almas e espectros não voltarem dentro de 5 minutos, eles vão fazer escala no Inferno. 

Todos voltam, Pixuquinha agradece a Mônica e adorou o parque dela. Mônica fala que podem voltar sempre e Dona Morte fala que semana que vem vai voltar com capetinhas. Mônica fala que já não basta o Cebolinha capeta. Dona Morte comenta com Frank pelo rádio que já pode  ir e no final, Cebolinha comenta com a Mônica que o pessoal concordou que o Parque é de arrepiar com os visitantes assustados com os fantasmas lá.

Uma boa história coma Dona Morte levando o Pixuquinha e os fantasmas do cemitério ao Parque da Mônica através da sua agência "Mortur" e aprontaram muita confusão e sustos no pessoal que frequentava o Parque já que não é comum ver  fantasmas por aí. Só foram por conta do Pixuquinha inventar sentimentalismo de que morreu cedo e nunca foi a um parque enquanto era vivo, sensibilizando a Dona Morte.

Foi marcada por tiradas e absurdos durante a excursão dos fantasmas pelo Parque. Foi divertido absurdos como Pixuquinha ver televisão no cemitério e Dona Morte ter computador com internet no cemitério e ainda pedir autorização a Deus on-line para fazer excursão no Parque, assim como ver o falso sentimentalismo do Pixuquinha para convencer a Dona Morte deixá-lo ir ao Parque, as visitas dos fantasmas em cada brinquedo, Dona Morte com asas emprestadas pelo São Pedro, o fantasma gordo ser confundido como balão, Pixuquinha trolar o Louco, entre outros. Foi criativa o  nome da agência "Mortur", provavelmente o roteirista se inspirou na agência "Vavatur" do programa "Sai de Baixo" da Rede Globo de Televisão.

Muito bom também crossovers entre os personagens como Mônica e Cebolinha contracenando com Dona Morte e Pixuquinha além do Louco junto com Dona Morte e Pixuquinha, mais inusitado ainda. O bom nas histórias do Parque da Mônica que tinha uma boa concentração de crossovers entre os núcleos de personagens, todos iam ao Parque e se encontravam lá.  Nessa, inclusive, Mônica e Cebolinha fizeram mesmo figuração, porque a história foi da Dona Morte. Mesmo quando histórias no Parque eram protagonizadas por secundários, procuravam inserir a Mônica como figuração e na capa.

Nunca teve uma padronização dos personagens secundários se conhecerem, tinham histórias que se conheciam, outras não, mas na maioria delas se conheciam, normalmente tratados como personagens em quadrinhos. Nas histórias do Parque, eles sempre se conheciam, nessa, em especial, acabou sendo que Mônica e Cebolinha não conhecerem o Frank.

Histórias do Parque da Mônica costumavam ser mais ágeis, diferentes dos gibis convencionais até então sendo que a partir dos anos 2000 passaram a ter estilo também nos outros gibis.  Essa história em si não considero incorreta, mas tem elementos incorretos como envolver Deus, religião, falar sobre inferno, capetinhas e comparar Cebolinha a um capetinha, piada do Fantasma ser confundido com balão por ser gordo, nada disso é aceito atualmente na MSP. 

Pixuquinha é um fantasma criança levado para o cemitério pela Dona Morte, criado nos anos 1960, as vezes tratado como sobrinho do Penadinho, teve aparições esporádicas nos gibis, não tendo uma presença constante, mas sempre tendo destaque quando aparece, como foi nessa do Parque. Nessa, inclusive, ele teve uma característica de menino pentelho, bem parecido como adotariam com o Dudu a partir dos anos 2000. Já o fantasma Miranda e os outros não eram personagens fixos, apareceram só nessa história mesmo.

Os traços ficaram bem bonitos e caprichados. Dessa vez sem quadrinhos ondulados como se tivesse assustados, típicos nas histórias da Turma do Penadinho, porque prevaleceu que era história da  Revista do Parque com crossover com Mônica e Cebolinha. Interessante e bem curioso eles colocarem um asterisco explicando o que é um e-mail para os leitores. Como a internet estava no início e em 1997 poucos tinham computador com internet em casa, aí as crianças podiam não saber o que era um e-mail na época. Colocavam também notas explicativas ensinando o que era mouse, disquete, etc. Nos primórdios da internet era preciso explicar determinados termos, hoje é tudo normal no nosso dia a dia. 

Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2022/01/parque-da-monica-hq-vem-brincar-no-parque.html

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